Para equilibrar a conta
Foram vários os jogos neste returno onde o Grêmio tinha a vantagem, mas cedeu o empate ao adversário. Flamengo e Santos, por exemplo, arrancaram pontos do Tricolor assim. O Botafogo, por sua vez, conseguiu empatar no último minuto, dentro do Olímpico. Estava na hora de ganhar uma nos minutos finais. E ela veio numa partida onde o time jogou muito menos que em qualquer um destes jogos anteriormente citados.
Vanderlei Luxemburgo tem toda a razão: foi uma das piores partidas do Grêmio no Campeonato Brasileiro, talvez da temporada. Logo aos dois minutos, Zé Roberto lançou Marcelo Moreno na cara do gol, mas o goleiro Roberto saiu desesperado abafando o lance e evitando o pior. O começo dava a impressão de que haveria um massacre, mas isso nunca ocorreu. O primeiro tempo gremista foi muito fraco. A equipe não conseguia superar a Ponte Preta e se via ameaçada sempre que o time de Campinas cruzava a linha do meio-campo.
Insistindo demais pelo lado direito, o time de Vanderlei Luxemburgo não conseguiu sequer uma chance clara em toda a etapa inicial. A Ponte, ao contrário, teve várias. Baraka comandava com competência a marcação no meio, enquanto Nikão ditava o ritmo do jogo com qualidade. O arisco Luan e o sempre perigoso Roger completavam o panorama indigesto. Roger, aliás, perdeu um gol que não costuma, após indecisão entre Pará e Werley. O 0 a 0 no intervalo foi lucro.
Na etapa final, a marcação ponte-pretana prosseguiu muito eficiente, mas com uma diferença: a equipe de Guto Ferreira abdicou de atacar. Melhor postado defensivamente, o Grêmio sofreu menos com os contragolpes também. Mesmo assim, seguia sem imaginação para furar o bloqueio. A entrada de Elano melhorou o time neste sentido, mas a expulsão de Júlio César, aos 24, parecia o fim da linha. Só que a Ponte Preta não estava preparada para vencer o jogo, e sim para evitar a derrota e, se desse sorte, ganhar. Perder um homem não fez diferença nenhuma para o Grêmio e para o próprio andamento da partida.
Se o bloqueio em frente à área era implacável, restava a bola aérea. A entrada de André Lima no lugar de Leandro indicava que o Grêmio estava desistindo de tentar vencer a Ponte por baixo. Era preciso ganhar por cima. Dezenas de escanteios depois, André Lima se justificou. Pode não ser o centroavante dos sonhos, mas é muito útil, sempre foi. Mesmo sendo reserva, já decidiu em favor do Grêmio, só neste Brasileiro, três jogos (contra Palmeiras, São Paulo e Ponte Preta), fora contra o Coritiba, pela Sul-Americana. Não é pouco. São 6 pontos a mais que o time não teria na tabela.
O Grêmio não exibe o mesmo desempenho de julho e agosto, é fácil notar. Venho dizendo isso desde setembro. Só que o time não perde há simplesmente 13 jogos: são 6 vitórias e 7 empates no período, 25 pontos em 39 disputados, 64,1% de aproveitamento. São 26 pontos no returno: só o Fluminense, com 30, tem mais. Isso com disputa paralela de duas competições, jogadores veteranos em revezamento e um evidente cansaço físico e emocional por ser o segundo time que mais atuou nesta temporada até agora (69 jogos até agora, dois a menos que o recordista Coritiba). Se tem faltado futebol, tem sobrado eficiência. Sinal de equipe formada, madura e bem constituída.
A Ponte Preta é um bom time coletivamente, mas com os evidentes problemas individuais que um clube médio costuma ter. Guto Ferreira faz um bom trabalho. Hoje, amarrou o Grêmio durante quase todo o jogo. Lembremos: esta mesma Ponte empatou neste returno em Belo Horizonte com o Atlético-MG e só perdeu para o Fluminense por conta de um gol irregular. Costuma ser chata diante dos grandes.
Em tempo:
- A Libertadores pode vir matematicamente neste domingo. Seja nesta rodada ou na próxima, garantir vaga ao torneio com três ou mais rodadas de antecedência é uma marca recorde do Grêmio. Em 2006, a vaga veio com dois jogos de antecipação; em 2008, com um; em 2010, garantiu após a última rodada, com a derrota do Goiás na final da Copa Sul-Americana daquele ano.
- Em 2012, nos dois jogos em que fez na capital gaúcha, a Ponte Preta perdeu no fim. Além de hoje, levou 2 a 1 do Inter com gol de Cassiano aos 46 do segundo tempo.
CAMPEONATO BRASILEIRO 2012 - 34ª RODADA
GRÊMIO (1): Marcelo Grohe; Pará, Werley, Naldo e Anderson Pico (Júlio César); Fernando (Elano), Souza, Marco Antônio e Zé Roberto; Leandro (André Lima) e Marcelo Moreno. Técnico: Vanderlei Luxemburgo
PONTE PRETA (0): Roberto; Tiago Alves, Cléber, Ferron e João Paulo; Baraka, Wendel Santos, Renê Júnior e Nikão (Marcinho); Luan (Rildo) e Roger (Giancarlo). Técnico: Guto Ferreira
Local: Estádio Olímpico, Porto Alegre (RS); Data: sábado, 03/11/2012, 19:30; Árbitro: André Luiz de Freitas Castro (GO); Público: 40.760; Renda: R$ 577.215,00; Gol: André Lima 45 do 2º; Cartão amarelo: Werley, Marco Antônio, Luan e Renê Júnior; Expulsão: Júlio César
Vanderlei Luxemburgo tem toda a razão: foi uma das piores partidas do Grêmio no Campeonato Brasileiro, talvez da temporada. Logo aos dois minutos, Zé Roberto lançou Marcelo Moreno na cara do gol, mas o goleiro Roberto saiu desesperado abafando o lance e evitando o pior. O começo dava a impressão de que haveria um massacre, mas isso nunca ocorreu. O primeiro tempo gremista foi muito fraco. A equipe não conseguia superar a Ponte Preta e se via ameaçada sempre que o time de Campinas cruzava a linha do meio-campo.
Insistindo demais pelo lado direito, o time de Vanderlei Luxemburgo não conseguiu sequer uma chance clara em toda a etapa inicial. A Ponte, ao contrário, teve várias. Baraka comandava com competência a marcação no meio, enquanto Nikão ditava o ritmo do jogo com qualidade. O arisco Luan e o sempre perigoso Roger completavam o panorama indigesto. Roger, aliás, perdeu um gol que não costuma, após indecisão entre Pará e Werley. O 0 a 0 no intervalo foi lucro.
Na etapa final, a marcação ponte-pretana prosseguiu muito eficiente, mas com uma diferença: a equipe de Guto Ferreira abdicou de atacar. Melhor postado defensivamente, o Grêmio sofreu menos com os contragolpes também. Mesmo assim, seguia sem imaginação para furar o bloqueio. A entrada de Elano melhorou o time neste sentido, mas a expulsão de Júlio César, aos 24, parecia o fim da linha. Só que a Ponte Preta não estava preparada para vencer o jogo, e sim para evitar a derrota e, se desse sorte, ganhar. Perder um homem não fez diferença nenhuma para o Grêmio e para o próprio andamento da partida.
Se o bloqueio em frente à área era implacável, restava a bola aérea. A entrada de André Lima no lugar de Leandro indicava que o Grêmio estava desistindo de tentar vencer a Ponte por baixo. Era preciso ganhar por cima. Dezenas de escanteios depois, André Lima se justificou. Pode não ser o centroavante dos sonhos, mas é muito útil, sempre foi. Mesmo sendo reserva, já decidiu em favor do Grêmio, só neste Brasileiro, três jogos (contra Palmeiras, São Paulo e Ponte Preta), fora contra o Coritiba, pela Sul-Americana. Não é pouco. São 6 pontos a mais que o time não teria na tabela.
O Grêmio não exibe o mesmo desempenho de julho e agosto, é fácil notar. Venho dizendo isso desde setembro. Só que o time não perde há simplesmente 13 jogos: são 6 vitórias e 7 empates no período, 25 pontos em 39 disputados, 64,1% de aproveitamento. São 26 pontos no returno: só o Fluminense, com 30, tem mais. Isso com disputa paralela de duas competições, jogadores veteranos em revezamento e um evidente cansaço físico e emocional por ser o segundo time que mais atuou nesta temporada até agora (69 jogos até agora, dois a menos que o recordista Coritiba). Se tem faltado futebol, tem sobrado eficiência. Sinal de equipe formada, madura e bem constituída.
A Ponte Preta é um bom time coletivamente, mas com os evidentes problemas individuais que um clube médio costuma ter. Guto Ferreira faz um bom trabalho. Hoje, amarrou o Grêmio durante quase todo o jogo. Lembremos: esta mesma Ponte empatou neste returno em Belo Horizonte com o Atlético-MG e só perdeu para o Fluminense por conta de um gol irregular. Costuma ser chata diante dos grandes.
Em tempo:
- A Libertadores pode vir matematicamente neste domingo. Seja nesta rodada ou na próxima, garantir vaga ao torneio com três ou mais rodadas de antecedência é uma marca recorde do Grêmio. Em 2006, a vaga veio com dois jogos de antecipação; em 2008, com um; em 2010, garantiu após a última rodada, com a derrota do Goiás na final da Copa Sul-Americana daquele ano.
- Em 2012, nos dois jogos em que fez na capital gaúcha, a Ponte Preta perdeu no fim. Além de hoje, levou 2 a 1 do Inter com gol de Cassiano aos 46 do segundo tempo.
CAMPEONATO BRASILEIRO 2012 - 34ª RODADA
GRÊMIO (1): Marcelo Grohe; Pará, Werley, Naldo e Anderson Pico (Júlio César); Fernando (Elano), Souza, Marco Antônio e Zé Roberto; Leandro (André Lima) e Marcelo Moreno. Técnico: Vanderlei Luxemburgo
PONTE PRETA (0): Roberto; Tiago Alves, Cléber, Ferron e João Paulo; Baraka, Wendel Santos, Renê Júnior e Nikão (Marcinho); Luan (Rildo) e Roger (Giancarlo). Técnico: Guto FerreiraLocal: Estádio Olímpico, Porto Alegre (RS); Data: sábado, 03/11/2012, 19:30; Árbitro: André Luiz de Freitas Castro (GO); Público: 40.760; Renda: R$ 577.215,00; Gol: André Lima 45 do 2º; Cartão amarelo: Werley, Marco Antônio, Luan e Renê Júnior; Expulsão: Júlio César
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