Os maiores Gre-Nais do Estádio Olímpico
O histórico Estádio Olímpico receberá seu último jogo oficial no próximo domingo, e obviamente o Carta na Manga não poderia deixar este fato histórico passar batido. De hoje até sábado, iniciamos uma série retrospectiva contando os grandes Gre-Nais, as maiores alegrias, as maiores tristezas e as histórias mais curiosas nestes 58 anos de vida do gigante de concreto do bairro Azenha. Iniciamos agora relembrando os dez clássicos entre Grêmio e Internacional mais marcantes, históricos ou emocionantes que o estádio que mais recebeu Gre-Nais já presenciou. Outros tantos podem ser lembrados e não constam nesta lista. Na hora de elaborá-la, encontrei ao menos 20 Gre-Nais dignos de registro. Cortar pela metade não foi tarefa fácil.
26/09/1954 - O primeiro Gre-Nal é (todo) do Inter
O primeiro Gre-Nal da história do Olímpico entrou na história não apenas pelo fato de ter sido o primeiro clássico vivido pelo estádio, mas pela goleada aplicada pelo Colorado sobre o rival: arrasadores 6 a 2. Larry foi o grande destaque da partida, marcando quatro gols. O Grêmio saiu na frente logo aos sete minutos, com uma cobrança de falta de Sarará, dando a impressão de que poderia vencer e acabar com um jejum de oito jogos sem derrotar o rival. Mas Jerônimo empatou, também de falta, aos 33. Larry, aos 42, virou o jogo. No segundo tempo, baile colorado, com Larry marcando mais três e infernizando a vida de Ênio Rodrigues, zagueiro de seleção brasileira. O goleiro gremista Sérgio ameaçou deixar o campo, revoltado com a atuação do time.
Ao menos, o Grêmio tomou o cuidado de não fazer contra o Inter o primeiro jogo oficial da história do estádio: este ocorreu uma semana antes, e o Tricolor ganhou por 2 a 0 do Nacional-URU.
07/02/1963 - O superclássico do supercampeonato gremista
O título gaúcho de 1962 é, ao lado do de 1977, o mais importante estadual conquistado pelo Grêmio. Ali, o Tricolor iniciou a histórica série do hepta, que iria até 1968. Foi também uma das primeiras e mais conhecidas demonstrações da chamada "Imortalidade" tricolor. Há três rodadas do fim do Gauchão, que era disputado por pontos corridos, o Inter tinha cinco pontos de vantagem (eram dois por vitória na época). Se empatasse um Gre-Nal nos Eucaliptos, era campeão com duas rodadas de antecedência. Mas deu Grêmio, 2 a 0. Na semana seguinte, o Tricolor só empatou com o Zequinha, mas viu o Inter perder para o Aimoré, diminuindo a diferença para dois pontos. Na última rodada, o milagre: o Colorado perdeu em casa para o Pelotas, o Grêmio goleou o Juventude no Alfredo Jaconi e tudo era indefinição: Internacional e Grêmio terminavam o Campeonato Gaúcho de 1962 empatados. Somente um jogo entre ambos poderia decidir quem era o campeão da temporada.
A final ocorreu em fevereiro do ano seguinte, no Estádio Olímpico. Foi o primeiro Gauchão da história decidido em um Gre-Nal. Empolgado com a reação na reta final, o Grêmio conseguiu o que parecia impossível: foi campeão gaúcho aplicando 4 a 2 no Inter, com dois gols de Ivo Diogo, um de Joãozinho e outro de Vieira. Flávio e Soligo descontaram.
25/09/1977 - O fim do jejum gremista
Esta é, provavelmente, a mais importante vitória do Grêmio sobre o Inter em todos os tempos. Desde que inaugurara o Beira-Rio, o Colorado não havia perdido sequer um Gauchão. Foram oito títulos seguidos entre 1969 e 1976, isso sem falar nos dois títulos brasileiros conquistados no período. Em 1977, o Grêmio juraria que tudo seria diferente. E foi.
Com um timaço comandado por Telê Santana, o Grêmio trouxe, pela primeira vez desde 1969, a decisão para o Estádio Olímpico. Possuía a melhor campanha da competição e veio decidido a reconquistar o Rio Grande. Era questão de vida ou morte. O Grêmio começou tomando a iniciativa, até que aos 22 minutos o zagueiro Gardel colocou a mão na bola dentro da área, mas Tarciso desperdiçou a cobrança. O inferno parecia interminável para os gremistas, até que Iúra encontrou André Catimba entrando na área. O centroavante chutou de direita, mesmo que o ideal fosse bater com a canhota, e acertou o ângulo. Comemorou tentando um salto mortal que deu errado, se estrebuchando no chão. No segundo tempo, o Inter tentou ir para cima, mas não conseguiu o empate que forçaria um segundo jogo. A torcida do Grêmio invadiu o campo aos 42, achando que a partida havia terminado, para comemorar o título. Seguiu-se grande confusão, e o jogo acabou mesmo com vitória e título para o Grêmio.
26/01/1984 - O Gre-Nal das Faixas
"Eles podem ser campeões do mundo, mas aqui no Estado mandamos nós". A provocação foi de Mauro Galvão, então zagueiro do Inter tricampeão gaúcho, desafiando o rival Grêmio, que acabara de conquistar o maior título de sua história. A frase atingiu em cheio Renato Portaluppi, que pediu a marcação de um Gre-Nal, em janeiro de 1984, como tira-teima. Antes do clássico, houve troca de faixas: os colorados colocaram nos gremistas a de campeão do mundo, enquanto os gremistas puseram nos colorados a de campeão gaúcho. Só um colorado recebeu a de campeão mundial: Mário Sérgio, que conquistara o título de 1983 pelo Grêmio, e estava recém contratado pelo Inter para a temporada de 1984. Sim, ele recebeu a faixa "Grêmio Campeão do Mundo" vestindo uma camisa do Internacional. Inimaginável cena nos dias de hoje.
Em campo, o Inter começou melhor e abriu o placar em um gol contra de Bonamigo, mas o Grêmio empatou ainda no primeiro tempo, com Osvaldo. No segundo tempo, com Renato inspirado e marcando um golaço, o Grêmio provou a superioridade técnica e fez 4 a 2 no rival. Caio e Tarciso, pelo lado azul, e Ruben Paz, pelo vermelho, completaram o escore.
29/06/1988 - Um baita empate
Prestes a conquistar o tetraestadual, o Grêmio "Show", de Otacílio Gonçalves, precisava ganhar do Internacional para confirmar o título. Num dia de muita chuva em Porto Alegre, o que se viu foi um verdadeiro jogaço. Amarildo abriu o placar para o Internacional, surpreendendo o Olímpico, mas Lima fez dois gols e virou o jogo ainda no primeiro tempo. No segundo, Heider empatou novamente para o Inter, mas Zé Roberto fez o terceiro gremista, que dava o título. No fim, Luís Fernando Flores empatou novamente. O título gremista seria adiado por apenas uma semana, mas este Gre-Nal ficaria para sempre na lembrança de todos.
13/08/1995 - O Gre-Nal do Banguzinho
Disputando a Libertadores em paralelo, o Grêmio deixou o Gauchão de 1995 em segundo plano. Mesmo com time reserva, fez a melhor campanha e levou o clássico decisivo para o Olímpico. No primeiro jogo da final, no Beira-Rio, empate em 1 a 1. Na partida de volta, time misto: só Rivarola, Roger, Dinho, Carlos Miguel e Paulo Nunes eram os titulares. Aos nove minutos, Nildo abriu o placar, mas Zé Alcino deixou tudo igual para o Inter no começo do segundo tempo. Nem deu tempo de comemorar: em jogada pela esquerda, Carlos Miguel fuzilou Goycochea e deu o título ao Grêmio, mesmo jogando com meio time reserva.
24/08/1997 - Uh, Fabiano!
Líder do Campeonato Brasileiro, o Internacional chegava ao Gre-Nal com status de favorito, algo que não acontecia há anos. O Grêmio recém voltava de excursão à Europa, onde conquistara o Troféu Colombino, mas vinha mal no Brasileirão, com algumas goleadas nas costas. Em campo, só deu Inter. Logo aos quatro minutos, Enciso cruzou e Christian fez 1 a 0 de cabeça. O goleiro Danrlei deixou o campo lesionado minutos depois, e ainda no primeiro tempo houve quatro expulsões, duas de cada lado. Com nove jogadores para cada equipe e um campo mais aberto, a superioridade colorada ficava ainda mais evidente.
Aos 32, Fabiano, em atuação histórica, fez a jogada para Sandoval ampliar. No segundo tempo, o ponta colorado fez mais dois: já eram 4 a 0, um chocolate histórico. Sérgio Manoel descontou marcando um golaço para o Grêmio, que mal foi comemorado. Minutos depois, Marcelo fez o quinto do Inter. Gilmar, nos descontos, fez outro golaço, mas que não diminuiu o fiasco. Os 5 a 2 de 1997 representam uma das maiores vitórias coloradas em Gre-Nais em todos os tempos, pois ocorreram logo após um período de fartura gremista e seca vermelha. E foram a consagração definitiva de Fabiano como um dos maiores Homens Gre-Nal em todos os tempos.
20/06/1999 - O show de Ronaldinho
O Grêmio precisava só empatar com o Inter para ser campeão gaúcho. Mas Ronaldinho queria mais. Depois de fazer um dos gols na vitória por 2 a 0 na quarta-feira, deu show completo no domingo. Em uma das maiores atuações individuais de um jogador na história do Olímpico, fez um golaço no primeiro tempo e enfileirou uma sequência de dribles históricos no tetracampeão Dunga, que jogava sua temporada de despedida no futebol pelo Colorado. Foi a diferença técnica gremista no título estadual de 1999.
09/02/2003 - Uma virada para a década
O Inter não vencia Gre-Nais há 13 jogos, quase quatro anos, e sofria com o Grêmio de Tite, que chegava às fases finais de todos os campeonatos que disputava, quando não os conquistava. Comandado por Muricy Ramalho, uma aposta de Fernando Carvalho, o Inter foi amplamente dominado no primeiro tempo do clássico, válido pelo Gauchão. O Grêmio fez 1 a 0, com Luís Mário, mas poderia ter definido a parada nos 45 minutos iniciais. Não definiu.
E aí, entrou Cleiton Xavier. O jovem meia deu nova movimentação ao time colorado, que passou a equilibrar o jogo. Vinícius empatou o Gre-Nal de cabeça e Daniel Carvalho, no fim do jogo, fez o que parecia impossível antes da partida começar: deu a vitória ao Inter. Era o fim do maior jejum colorado em clássicos, o começo de uma crise gremista que duraria até 2005 e de uma era de ouro do Inter, que começou com a superioridade em Gre-Nais para terminar com uma década de vários títulos internacionais, em especial, claro, o Mundial em 2006.
15/05/2011 - O Rio Grande é vermelho, dentro do Olímpico
Há 29 anos o Internacional não conquistava o título gaúcho dentro do estádio gremista. Em 2011, foi a vez de esta marca ser quebrada. O Grêmio, embora tecnicamente menos time, era o favorito: vencera o clássico disputado no Beira-Rio, por 3 a 2, e só uma derrota por dois gols de diferença lhe tiraria o bicampeonato. Mas isso não passava pela cabeça de ninguém no começo do jogo: a equipe de Renato Portaluppi começou dominando amplamente o Gre-Nal, abriu o placar em gol de Lúcio, aumentava a vantagem obtida no jogo de ida e empilhava chances perdidas.
Paulo Roberto Falcão resolveu mexer em sua esdrúxula escalação inicial e remontou o time com a entrada de Zé Roberto. O Inter equilibrou o jogo. Em bobeada da defesa gremista, Leandro Damião empatou o jogo logo no primeiro ataque colorado, aos 31 minutos. Foi um balde de água fria no Olímpico. O Grêmio sentiu o gol sofrido, mesmo que a vantagem ainda fosse imensa. E Andrezinho virou o jogo no último lance antes do intervalo. O título ainda era do Grêmio, mas o segundo tempo foi de absoluta tensão. Aos 30, Zé Roberto sofreu pênalti, batido por D'Alessandro: o Tricolor perdia o título há menos de 15 minutos para o fim. Mas uma falha de Renan, os 36, deu a Borges a chance de descontar. 3 a 2 Inter, o que forçaria a decisão por pênaltis. Nela, o Grêmio chegou a estar em vantagem, mas o Colorado levou a melhor e venceu por 5 a 4. Foram duas decisões emocionantes, com os dois maiores ídolos da história de Grêmio e Inter comandando os times, o primeiro título do Inter no Olímpico em quase três décadas e a última taça erguida no estádio gremista. Quatro motivos para ser um Gre-Nal histórico.
26/09/1954 - O primeiro Gre-Nal é (todo) do Inter
O primeiro Gre-Nal da história do Olímpico entrou na história não apenas pelo fato de ter sido o primeiro clássico vivido pelo estádio, mas pela goleada aplicada pelo Colorado sobre o rival: arrasadores 6 a 2. Larry foi o grande destaque da partida, marcando quatro gols. O Grêmio saiu na frente logo aos sete minutos, com uma cobrança de falta de Sarará, dando a impressão de que poderia vencer e acabar com um jejum de oito jogos sem derrotar o rival. Mas Jerônimo empatou, também de falta, aos 33. Larry, aos 42, virou o jogo. No segundo tempo, baile colorado, com Larry marcando mais três e infernizando a vida de Ênio Rodrigues, zagueiro de seleção brasileira. O goleiro gremista Sérgio ameaçou deixar o campo, revoltado com a atuação do time.
Ao menos, o Grêmio tomou o cuidado de não fazer contra o Inter o primeiro jogo oficial da história do estádio: este ocorreu uma semana antes, e o Tricolor ganhou por 2 a 0 do Nacional-URU.
07/02/1963 - O superclássico do supercampeonato gremista
O título gaúcho de 1962 é, ao lado do de 1977, o mais importante estadual conquistado pelo Grêmio. Ali, o Tricolor iniciou a histórica série do hepta, que iria até 1968. Foi também uma das primeiras e mais conhecidas demonstrações da chamada "Imortalidade" tricolor. Há três rodadas do fim do Gauchão, que era disputado por pontos corridos, o Inter tinha cinco pontos de vantagem (eram dois por vitória na época). Se empatasse um Gre-Nal nos Eucaliptos, era campeão com duas rodadas de antecedência. Mas deu Grêmio, 2 a 0. Na semana seguinte, o Tricolor só empatou com o Zequinha, mas viu o Inter perder para o Aimoré, diminuindo a diferença para dois pontos. Na última rodada, o milagre: o Colorado perdeu em casa para o Pelotas, o Grêmio goleou o Juventude no Alfredo Jaconi e tudo era indefinição: Internacional e Grêmio terminavam o Campeonato Gaúcho de 1962 empatados. Somente um jogo entre ambos poderia decidir quem era o campeão da temporada.
A final ocorreu em fevereiro do ano seguinte, no Estádio Olímpico. Foi o primeiro Gauchão da história decidido em um Gre-Nal. Empolgado com a reação na reta final, o Grêmio conseguiu o que parecia impossível: foi campeão gaúcho aplicando 4 a 2 no Inter, com dois gols de Ivo Diogo, um de Joãozinho e outro de Vieira. Flávio e Soligo descontaram.
25/09/1977 - O fim do jejum gremista
Esta é, provavelmente, a mais importante vitória do Grêmio sobre o Inter em todos os tempos. Desde que inaugurara o Beira-Rio, o Colorado não havia perdido sequer um Gauchão. Foram oito títulos seguidos entre 1969 e 1976, isso sem falar nos dois títulos brasileiros conquistados no período. Em 1977, o Grêmio juraria que tudo seria diferente. E foi.
Com um timaço comandado por Telê Santana, o Grêmio trouxe, pela primeira vez desde 1969, a decisão para o Estádio Olímpico. Possuía a melhor campanha da competição e veio decidido a reconquistar o Rio Grande. Era questão de vida ou morte. O Grêmio começou tomando a iniciativa, até que aos 22 minutos o zagueiro Gardel colocou a mão na bola dentro da área, mas Tarciso desperdiçou a cobrança. O inferno parecia interminável para os gremistas, até que Iúra encontrou André Catimba entrando na área. O centroavante chutou de direita, mesmo que o ideal fosse bater com a canhota, e acertou o ângulo. Comemorou tentando um salto mortal que deu errado, se estrebuchando no chão. No segundo tempo, o Inter tentou ir para cima, mas não conseguiu o empate que forçaria um segundo jogo. A torcida do Grêmio invadiu o campo aos 42, achando que a partida havia terminado, para comemorar o título. Seguiu-se grande confusão, e o jogo acabou mesmo com vitória e título para o Grêmio.
26/01/1984 - O Gre-Nal das Faixas
"Eles podem ser campeões do mundo, mas aqui no Estado mandamos nós". A provocação foi de Mauro Galvão, então zagueiro do Inter tricampeão gaúcho, desafiando o rival Grêmio, que acabara de conquistar o maior título de sua história. A frase atingiu em cheio Renato Portaluppi, que pediu a marcação de um Gre-Nal, em janeiro de 1984, como tira-teima. Antes do clássico, houve troca de faixas: os colorados colocaram nos gremistas a de campeão do mundo, enquanto os gremistas puseram nos colorados a de campeão gaúcho. Só um colorado recebeu a de campeão mundial: Mário Sérgio, que conquistara o título de 1983 pelo Grêmio, e estava recém contratado pelo Inter para a temporada de 1984. Sim, ele recebeu a faixa "Grêmio Campeão do Mundo" vestindo uma camisa do Internacional. Inimaginável cena nos dias de hoje.
Em campo, o Inter começou melhor e abriu o placar em um gol contra de Bonamigo, mas o Grêmio empatou ainda no primeiro tempo, com Osvaldo. No segundo tempo, com Renato inspirado e marcando um golaço, o Grêmio provou a superioridade técnica e fez 4 a 2 no rival. Caio e Tarciso, pelo lado azul, e Ruben Paz, pelo vermelho, completaram o escore.
29/06/1988 - Um baita empate
Prestes a conquistar o tetraestadual, o Grêmio "Show", de Otacílio Gonçalves, precisava ganhar do Internacional para confirmar o título. Num dia de muita chuva em Porto Alegre, o que se viu foi um verdadeiro jogaço. Amarildo abriu o placar para o Internacional, surpreendendo o Olímpico, mas Lima fez dois gols e virou o jogo ainda no primeiro tempo. No segundo, Heider empatou novamente para o Inter, mas Zé Roberto fez o terceiro gremista, que dava o título. No fim, Luís Fernando Flores empatou novamente. O título gremista seria adiado por apenas uma semana, mas este Gre-Nal ficaria para sempre na lembrança de todos.
13/08/1995 - O Gre-Nal do Banguzinho
Disputando a Libertadores em paralelo, o Grêmio deixou o Gauchão de 1995 em segundo plano. Mesmo com time reserva, fez a melhor campanha e levou o clássico decisivo para o Olímpico. No primeiro jogo da final, no Beira-Rio, empate em 1 a 1. Na partida de volta, time misto: só Rivarola, Roger, Dinho, Carlos Miguel e Paulo Nunes eram os titulares. Aos nove minutos, Nildo abriu o placar, mas Zé Alcino deixou tudo igual para o Inter no começo do segundo tempo. Nem deu tempo de comemorar: em jogada pela esquerda, Carlos Miguel fuzilou Goycochea e deu o título ao Grêmio, mesmo jogando com meio time reserva.
24/08/1997 - Uh, Fabiano!
Líder do Campeonato Brasileiro, o Internacional chegava ao Gre-Nal com status de favorito, algo que não acontecia há anos. O Grêmio recém voltava de excursão à Europa, onde conquistara o Troféu Colombino, mas vinha mal no Brasileirão, com algumas goleadas nas costas. Em campo, só deu Inter. Logo aos quatro minutos, Enciso cruzou e Christian fez 1 a 0 de cabeça. O goleiro Danrlei deixou o campo lesionado minutos depois, e ainda no primeiro tempo houve quatro expulsões, duas de cada lado. Com nove jogadores para cada equipe e um campo mais aberto, a superioridade colorada ficava ainda mais evidente.
Aos 32, Fabiano, em atuação histórica, fez a jogada para Sandoval ampliar. No segundo tempo, o ponta colorado fez mais dois: já eram 4 a 0, um chocolate histórico. Sérgio Manoel descontou marcando um golaço para o Grêmio, que mal foi comemorado. Minutos depois, Marcelo fez o quinto do Inter. Gilmar, nos descontos, fez outro golaço, mas que não diminuiu o fiasco. Os 5 a 2 de 1997 representam uma das maiores vitórias coloradas em Gre-Nais em todos os tempos, pois ocorreram logo após um período de fartura gremista e seca vermelha. E foram a consagração definitiva de Fabiano como um dos maiores Homens Gre-Nal em todos os tempos.
20/06/1999 - O show de Ronaldinho
O Grêmio precisava só empatar com o Inter para ser campeão gaúcho. Mas Ronaldinho queria mais. Depois de fazer um dos gols na vitória por 2 a 0 na quarta-feira, deu show completo no domingo. Em uma das maiores atuações individuais de um jogador na história do Olímpico, fez um golaço no primeiro tempo e enfileirou uma sequência de dribles históricos no tetracampeão Dunga, que jogava sua temporada de despedida no futebol pelo Colorado. Foi a diferença técnica gremista no título estadual de 1999.
09/02/2003 - Uma virada para a década
O Inter não vencia Gre-Nais há 13 jogos, quase quatro anos, e sofria com o Grêmio de Tite, que chegava às fases finais de todos os campeonatos que disputava, quando não os conquistava. Comandado por Muricy Ramalho, uma aposta de Fernando Carvalho, o Inter foi amplamente dominado no primeiro tempo do clássico, válido pelo Gauchão. O Grêmio fez 1 a 0, com Luís Mário, mas poderia ter definido a parada nos 45 minutos iniciais. Não definiu.
E aí, entrou Cleiton Xavier. O jovem meia deu nova movimentação ao time colorado, que passou a equilibrar o jogo. Vinícius empatou o Gre-Nal de cabeça e Daniel Carvalho, no fim do jogo, fez o que parecia impossível antes da partida começar: deu a vitória ao Inter. Era o fim do maior jejum colorado em clássicos, o começo de uma crise gremista que duraria até 2005 e de uma era de ouro do Inter, que começou com a superioridade em Gre-Nais para terminar com uma década de vários títulos internacionais, em especial, claro, o Mundial em 2006.
15/05/2011 - O Rio Grande é vermelho, dentro do Olímpico
Há 29 anos o Internacional não conquistava o título gaúcho dentro do estádio gremista. Em 2011, foi a vez de esta marca ser quebrada. O Grêmio, embora tecnicamente menos time, era o favorito: vencera o clássico disputado no Beira-Rio, por 3 a 2, e só uma derrota por dois gols de diferença lhe tiraria o bicampeonato. Mas isso não passava pela cabeça de ninguém no começo do jogo: a equipe de Renato Portaluppi começou dominando amplamente o Gre-Nal, abriu o placar em gol de Lúcio, aumentava a vantagem obtida no jogo de ida e empilhava chances perdidas.
Paulo Roberto Falcão resolveu mexer em sua esdrúxula escalação inicial e remontou o time com a entrada de Zé Roberto. O Inter equilibrou o jogo. Em bobeada da defesa gremista, Leandro Damião empatou o jogo logo no primeiro ataque colorado, aos 31 minutos. Foi um balde de água fria no Olímpico. O Grêmio sentiu o gol sofrido, mesmo que a vantagem ainda fosse imensa. E Andrezinho virou o jogo no último lance antes do intervalo. O título ainda era do Grêmio, mas o segundo tempo foi de absoluta tensão. Aos 30, Zé Roberto sofreu pênalti, batido por D'Alessandro: o Tricolor perdia o título há menos de 15 minutos para o fim. Mas uma falha de Renan, os 36, deu a Borges a chance de descontar. 3 a 2 Inter, o que forçaria a decisão por pênaltis. Nela, o Grêmio chegou a estar em vantagem, mas o Colorado levou a melhor e venceu por 5 a 4. Foram duas decisões emocionantes, com os dois maiores ídolos da história de Grêmio e Inter comandando os times, o primeiro título do Inter no Olímpico em quase três décadas e a última taça erguida no estádio gremista. Quatro motivos para ser um Gre-Nal histórico.
Comentários