Nem tudo será amistoso



Em determinado momento do domingo, todas as brigas que ainda restavam estavam se definindo ontem mesmo. O Grêmio vencia e matava a disputa pelo segundo lugar, já que o Atlético-MG estava sendo derrotado. E a derrota do Sport para o Fluminense, aliada à vitória da Portuguesa e ao empate do Bahia definia também o último rebaixado.

No fim das contas, nada se decidiu. Em um domingo de Pacaembu, Engenhão e Beira-Rio vazios, a média de público superou por pouco as 15 mil pessoas, o que é pouco para um momento derradeiro da competição. A rodada decisiva do Brasileirão não terá apenas amistosos de luxo. Se já temos o campeão, os classificados à Libertadores e três dos rebaixados, ainda falta saber o último que desce à segunda divisão e quem, afinal, participará diretamente da fase de grupos da Libertadores em 2013 e terá uma pré-temporada mais bem feita. Pode não parecer, mas faz muita diferença.

Recife: o Sport (17º, 41) esteve durante parte da tarde rebaixado, mas o empate em 1 a 1 com o campeão Fluminense (1º, 77) foi, ainda assim, absolutamente desesperador. Fred abriu o placar, Felipe Azevedo empatou, mas a equipe pernambucana voltou a perder muitas chances, seu maior drama no campeonato, e está três pontos longe de Bahia e Portuguesa. Só uma vitória sobre o Náutico nos Aflitos, aliada à derrota de um dos dois acima citados, livra o Leão da segunda divisão. Foram 33 mil pagantes ontem à tarde.

Rio de Janeiro: pouco menos de 5 mil pessoas foram ao Engenhão acompanhar o Botafogo (7º, 54) diante do Atlético-MG (3º, 69), que luta com o Grêmio (2º, 70) pelo vice-campeonato. Foi um jogaço. Bernard abriu o placar em cobrança de falta perfeita, mas Antônio Carlos e Elkeson, após dois escanteios, viraram o jogo. Mesmo sem Ronaldinho, o Galo foi para cima na base da raça e virou no fim, com gols de Richarlyson e Réver, mantendo-se vivo na disputa.

Campinas: em um dos jogos menos interessantes da rodada, a Ponte Preta (12º, 47) empatou em 0 a 0 com os reservas do São Paulo (4º, 63), que prioriza a conquista da Sul-Americana. Apesar de dominar a partida, a Macaca sai de campo satisfeita por confirmar sua permanência na primeira divisão. Foram 9 mil pagantes no Moisés Lucarelli.

Belo Horizonte: sem o que fazer no campeonato, o Cruzeiro (8º, 52) vive boa fase. Os 2 a 1 sobre o Coritiba (14º, 45) são a terceira vitória seguida do time de Celso Roth, que promete complicar a vida do rival Atlético-MG no domingo que vem. Wellington Paulista e Leandro Guerreiro marcaram, com Everton Ribeiro descontando. Apesar da derrota, o Coxa se mantém na primeira divisão, ajudado pelo empate do Sport contra o Fluminense.

Porto Alegre: mais um fracasso do Internacional (9º, 51). Diante de 6 mil torcedores, o Colorado levou 2 a 0 da Portuguesa (15º, 44), uma vitória importantíssima do time paulista na luta para fugir da queda. Luís Ricardo e Marcelo Cordeiro fizeram os gols. Foi a quarta derrota seguida do Inter, que perdeu para seis dos nove piores times do Brasileirão. A Lusa sai invicta contra os times gaúchos, e é a única equipe que venceu as duas partidas que disputou em Porto Alegre.

Salvador: segue o drama do Bahia (16º, 44). Com um pênalti duvidoso, a equipe vencia o Náutico (13º, 46), gol de Gabriel, mas Dimba empatou em falha coletiva, da zaga e do goleiro. O 1 a 1 obriga a equipe a ao menos empatar com o Atlético-GO em Goiânia para não depender de outros resultados. O Timbu segue na elite. 31 mil no Pituaçu.

São Paulo: em duas falhas do goleiro Bruno, o Palmeiras (18º, 34) cumpre mais uma etapa de seu fiasco em 2012. Levou 2 a 1 do então lanterna Atlético-GO (19º, 30), que acabou passando o Figueirense (20º, 30) no saldo de gols. Menos de 5 mil pessoas foram ao Pacaembu ver os gols de Ernandes e Rayllan para o Dragão e Patrick Vieira para o Verdão, que jogou cheio de guris.

Comentários

Chico disse…
Enquanto o fernandinho enxuga as lágrimas, a barca do dodóilessandro afunda.
Lourenço disse…
Eu ano passado tive que engolir a rodada de clássicos como um grande sucesso, mas nunca deixei de achar uma ideia infeliz.
Este ano, só uma coisa a dizer: parabéns a todos os envolvidos.
Vicente Fonseca disse…
Eu acho que funcionou muito bem no ano passado e deve ser repetido. Mas um cenário como o desse ano (que é raro em Campeonato Brasileiro) sempre foi um risco sabido que esta medida corria.