Vitória do elenco

Dos últimos cinco gols marcados pelo Grêmio, quatro foram de jogadores reservas ou que saíram do banco. Todos tiveram algum tipo de participação de um reserva. Já virou rotina neste Campeonato Brasileiro: suplentes ajudaram a decidir ou efetivamente decidiram jogos a favor do Tricolor nas partidas contra Palmeiras, Atlético-GO, Corinthians, Sport (1º turno), São Paulo, Figueirense, Náutico, Cruzeiro e ontem, contra o Sport. São nove das 17 vitórias da equipe no Campeonato Brasileiro.

Ontem, com metade do time composto por reservas, o Grêmio ignorou a Ilha do Retiro e a necessidade de vitória que o Sport tinha para sair da situação difícil em que se encontra na tabela. Foi melhor o tempo inteiro e explorou com maestria a situação, aproveitando sempre os espaços que dava o time pernambucano. O Sport tem jogadores para estar numa posição melhor, mas é um time muito desorganizado. Leandro, por exemplo, foi visto ao menos sete ou oito vezes no mano a mano contra os lentos zagueiros do time da casa. Havia espaço para trabalhar a bola no meio. A pressa rubro-negra causava erros de passe. Era fácil se impor. Foi um jogo muito mais fácil que o do primeiro turno, quando o Sport veio a Porto Alegre fechado e quase complicou a vida gremista. Ontem, na obrigação de vencer, mostrou seus graves problemas coletivos.

Os lançamentos precisos de Marquinhos para Leandro, os dois melhores em campo, eram uma constante. Só deu Grêmio no primeiro tempo. Como o lado para atacar era mesmo o esquerdo, Anderson Pico subia bastante, mas Léo Gago fazia bem a cobertura. Marco Antônio, saindo de trás, tem rendido o que não rendeu em um semestre inteiro. Provavelmente só agora Vanderlei Luxemburgo descobriu seu melhor posicionamento em campo. O Sport teve uma ou duas chegadas. O gol de Pico fez justiça e foi essencial, pois veio logo antes do intervalo. Vantagem psicológica importante.

Na segunda etapa, o Sport voltou disposto a buscar o empate e tentou impor uma pressão. Mas os espaços, que já eram generosos, aumentaram ainda mais. Em 10 minutos, foram mais dois gols, sempre no contra-ataque puxado por Leandro. A tendência era de goleada histórica, mas a equipe sabiamente baixou o ritmo. Luxa tirou Kléber, que "pedia" para ser expulso e colocou André Lima, formando o ataque que obrigatoriamente jogará contra o Botafogo, no domingo. Nos minutos finais, o time pernambucano fez seu gol de honra, tentou botar fogo no jogo, mas Marcelo Grohe fez duas grandes defesas e não deixou.

O time da Azenha assume a vice-liderança do Campeonato Brasileiro em um momento importante, na reta final. Não dá para dizer que não é uma tendência: Fluminense e Grêmio são os dois primeiros na classificação geral e na classificação do returno. O Atlético-MG é só o 12º nesta segunda fase do campeonato. A Libertadores está praticamente assegurada; o título, claro, é muito improvável. Só não dá é para desistir. O mesmo vale para o Sport em relação ao rebaixamento: é quase impossível, mas ainda há chances matemáticas. Mas Sérgio Guedes tem missão para lá de ingrata nestes próximos 50 dias.

FICHA TÉCNICA
SPORT (1): Magrão; Cicinho, Bruno Aguiar, Aílson e Renê (Reinaldo); Moacir (Renan Teixeira), Rithely e Hugo; Gilsinho, Felipe Azevedo e Gilberto (Henrique). Técnico: Sérgio Guedes
GRÊMIO (3): Marcelo Grohe; Pará, Naldo, Werley e Anderson Pico; Souza, Léo Gago (Vílson), Marco Antônio (Rondinelly) e Marquinhos; Leandro e Kléber (André Lima). Técnico: Vanderlei Luxemburgo
Local: Estádio da Ilha do Retiro, Recife (PE); Data: quinta-feira, 11/10/2012, 21h; Árbitro: Francisco Carlos Nascimento (Fifa-AL); Público: 12.817; Renda: R$ 52.530,00; Gols: Anderson Pico 43 do 1º; Leandro 6, Marquinhos 10 e Hugo (pênalti) 34 do 2º; Cartão amarelo: Gilsinho, Renan Teixeira, Werley e Kléber

Comentários

Chico disse…
E o Mosqueteiro domou o leãozinho.

Uma grande vitória do Tricolor que jogou bem toda a partida.