Quatro pontos em cinco minutos
Muito desfalcado, o Grêmio não conseguiu dominar o Botafogo em nenhum momento da partida. Mas não jogou mal: foi um jogo bom e equilibrado. O time gaúcho tinha a insistência, mas parava num adversário de qualidade (e que, pelos jogadores que tem, poderia estar acima deste 8º lugar atual), que só não incomodava mais porque Oswaldo de Oliveira inexplicavelmente entrou sem ataque em campo. Márcio Azevedo fez um ótimo trabalho na marcação a Leandro, um dos bons duelos do jogo. Luxemburgo demorou a invertê-lo de lado. Contra Lucas, que apoia melhor do que marca, poderia ter tido mais sucesso, além de parar uma saída importante de ataque do time carioca.
Passada a pressão inicial normal, o Botafogo começou a tocar a bola ofensivamente, jogando de igual para igual mesmo. Sem o lesionado Souza, a tentativa gremista foi colocar Léo Gago no intervalo. Em uma cobrança de falta espetacular, veio o 1 a 0. Que invertia os papéis dentro de campo: cabia ao Grêmio segurar a vantagem e ao Botafogo tentar o empate. Sem estar preparado para se defender, o Tricolor penou. Oswaldo encheu seu time de opções ofensivas, rondava muito a área gaúcha, mas não havia chances claras de empate.
Luxa, por sua vez, recuou demais o Grêmio. Aos 30 minutos do segundo tempo, o time estava igual ao que enfrentou a pressão do Palmeiras no Pacaembu: embora com Leandro em campo, Zé Roberto era o homem mais adiantado. E não havia mais substituições a fazer. Chamou o Botafogo para cima e, se sofresse o gol, dificilmente teria condições de buscar. Verdade que as trocas até melhoraram a contenção. Nestes 15 minutos finais, o Fogão quase não criou nada em termos ofensivos, e os contra-ataques gaúchos eram perigosos. Mas houve um vacilo, onde, provavelmente por orientação, ninguém quis fazer falta em Bruno Mendes próximo à àrea, devido à qualidade de Seedorf e Andrezinho como cobradores. Só que a cautela foi excessiva: ele driblou três marcadores e foi muito feliz no chute. Não havia mais tempo para reação.
O empate é trágico para as pretensões de título do Grêmio. O clima na saída do Olímpico era de velório: em pouquíssimo tempo, a possibilidade de encostar no Fluminense não só foi embora como se esvaiu com o empate botafoguense. A rodada foi terrível: enquanto seus dois principais rivais de tabela venceram no último minuto de seus jogos, o Grêmio deixou a vitória escapar no último minuto de seu jogo. O que parecia ótimo ficou horrível. Isso explica a imensa frustração.
Resta a vaga na Libertadores, que não é pouco. A Sul-Americana precisa ser prioridade quando afunilar, pois é a última chance de título no último ano do Estádio Olímpico. No Brasileirão, manter-se firme dentro do G-4 e brigar com o Atlético-MG pela vaga direta no maior torneio do continente são as metas. Contra o Flu, volta Kléber e, possivelmente, Elano, Marcelo Moreno e Fernando. Sem vários titulares, o time conseguiu sete pontos nos últimos três jogos, o que é ótimo. Impossível é o que o Fluminense vem fazendo.
CAMPEONATO BRASILEIRO 2012 - 30ª RODADA
GRÊMIO (1): Marcelo Grohe; Pará, Naldo, Werley e Anderson Pico; Souza (Léo Gago), Marco Antônio, Marquinhos (Rondinelly) e Zé Roberto; Leandro e André Lima (Vílson). Técnico: Vanderlei Luxemburgo
BOTAFOGO (1): Renan; Lucas, Dória, Antônio Carlos e Márcio Azevedo (Elkeson); Gabriel, Renato (Bruno Mendes), Andrezinho, Vítor Júnior (Seedorf) e Fellype Gabriel; Rafael Marques. Técnico: Oswaldo de Oliveira
Local: Estádio Olímpico, Porto Alegre (RS); Data: domingo, 14/10/2012, 18h30; Árbitro: Guilherme Ceretta de Lima (SP); Público: 31.950; Renda: R$ 704.331,00; Gols: Léo Gago 5 e Bruno Mendes 44 do 2º; Cartão amarelo: Andrezinho
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