Fim da linha

Nas nove edições anteriores do Campeonato Brasileiro por pontos corridos, somente uma vez uma equipe que estava há oito pontos de distância do G-4 faltando dez rodadas para o término da competição acabou dentro dele: o Cruzeiro, em 2009. A tarefa que o Internacional tem pela frente, portanto, não é inédita. Mas o exemplo de três anos atrás, justamente, é que praticamente descarta qualquer chance de a equipe de Fernandão disputar a próxima Libertadores.

Em 2009, o Cruzeiro começou muito mal o campeonato. Priorizou a Libertadores que estava disputando nas primeiras 12 rodadas, depois sofreu o baque normal de ter perdido a decisão para o Estudiantes. Jogou um turno pela janela, praticamente. Mas fez um returno fantástico. O Inter, ao contrário, só decai. Começou razoavelmente bem, mas nunca acima dos 60% de aproveitamento. A equipe só compôs o G-4 nas primeiras quatro rodadas da competição. Depois disso, oscilou entre o 6º e o 8º lugares. A média caiu muito, e hoje é de apenas 49%. A distância para a zona da Libertadores nunca foi tão grande como neste exato instante. O Cruzeiro foi o campeão do returno em 2009. O Inter é só 13º em 2012. Se ganhar todos os seus jogos até o final, no máximo empata com aquela campanha cruzeirense.

O mais grave de toda esta situação foi Fernandão considerar que o resultado de ontem, contra um Santos absolutamente enfraquecido, foi bom porque ocorreu fora de casa. A ideia era voltar para Porto Alegre com no mínimo quatro pontos. Por isso o 1 a 1, contra uma equipe nada mais tem a fazer no campeonato, foi trágico: além de serem mais dois pontos perdidos, os resultados paralelos foram péssimos.

A atuação foi média, como médio, na prática, é o time de Fernandão, este sim um treinador abaixo da média. O Inter foi mal no primeiro tempo, melhorou um pouquinho no segundo, o suficiente para empatar, e saiu lamentando chances perdidas, dando a entender uma ótima atuação que simplesmente não aconteceu. É preciso renovar o discurso e, acima de tudo, renovar o time, e não com o time, que já não tem mais o que dar ao clube. Pensar um 2013 diferente desde já, porque 2012, na prática, já era. E não é prolongando o vínculo com medalhões, como o clube tem feito nas últimas semanas, que as coisas vão mudar.

Em tempo:
- Patito Rodríguez é fraquíssimo. Entrou no segundo tempo no lugar de André, substituição que acabou com o Santos no jogo. Perdeu todas para Nei (!), não conseguindo dar sequência a quase nada.

FICHA TÉCNICA
SANTOS (1): Rafael; Éwerton Páscoa, Bruno Rodrigo, Durval e Gérson Magrão; Arouca, Henrique, Felipe Anderson e Bernardo (João Pedro); Miralles (Bill) e André (Rodríguez). Técnico: Muricy Ramalho
INTERNACIONAL (1): Muriel; Nei, Rodrigo Moledo, Jackson e Kléber (Fabrício); Ygor, Guiñazu, Fred (Cassiano) e Dátolo (Otavinho); Forlán e Rafael Moura. Técnico: Fernandão
Local: Estádio da Vila Belmiro, Santos (SP); Data: sábado, 06/10/2012, 16h20; Árbitro: Péricles Bassols Pegado Cortez (RJ); Público: 9.965; Renda: R$ 84.262,00; Gols: Bernardo 15 do 1º; Cassiano 6 do 2º; Cartão amarelo: Rodrigo Moledo

Comentários