Um bom resultado, diante das circunstâncias

O empate ficou pior para o São Paulo. Afinal, o Internacional foi ao Morumbi bem mais desfalcado que o time paulista, e mesmo assim conseguiu sair com um empate em 1 a 1. A distância para o G-4 não se altera, e a equipe de Ney Franco não aproveitou o fato de jogar em casa para abrir uma diferença de pontos para seu rival de tabela. Isso sem falar nas circunstâncias de atuar com um homem a menos nos minutos finais de forma injusta - sim, o Inter foi ainda por cima foi prejudicado pela arbitragem. Menos do que acha, mas foi - e isso faz diferença em jogos decisivos como o de ontem.

O golaço de Dagoberto logo no começo da partida foi fundamental para o Inter conseguir estabelecer uma partida de igual para igual com o São Paulo. Fernandão tinha bem mais problemas para escalar a equipe que Ney Franco. O técnico paulista perdeu Lucas, mas escalou Osvaldo, atacante liso, que infernizou Nei o jogo todo. Já o Colorado se via sem Forlán, Leandro Damião, Guiñazu, além de uma série de lesionados. Foi um Inter desfigurado que atuou no Morumbi. Tem sido assim há algum tempo.

O problema é que o São Paulo empatou logo a seguir, e terminou o primeiro tempo melhor. Jadson, Osvaldo e Luís Fabiano encontravam espaços na desfalcada defesa colorada, especialmente no buraco que havia entre os volantes Élton e Josimar e a zaga - só corrigido com a ótima presença de Bolatti no segundo tempo. O segundo tempo iniciou com panorama parecido: os paulistas atacando mais, mas agora os gaúchos já se defendiam melhor.

Quando o Inter equilibrava o jogo, a arbitragem entrou em cena. Não estou entre os que acham que D'Alessandro sofreu pênalti. Na minha visão, ele é tocado pelo jogador do São Paulo, mas não o suficiente para caracterizar uma falta. Mas é um lance no mínimo muito discutível. Expulsar o jogador do Inter por simulação é um completo absurdo, que só ocorre porque D'Ale, a exemplo do gremista Kléber, é marcado pelos árbitros. Sábado, o Gladiador reclamou e levou amarelo, enquanto outros jogadores passaram em branco. Ontem, Fabrício simulou pênalti (forçou o contato com o jogador do São Paulo, enganchando sua perna na do zagueiro) e não recebeu cartão. O que justifica dar cartão a alguns jogadores e a outros não, se são lances (na visão do árbitro) teoricamente iguais? O péssimo Ricardo Marques Ribeiro mostrou que, além de marcar D'Alessandro (talvez por ter apitado a final da Copa do Brasil de 2009), é um árbitro sem qualquer critério.

A expulsão do argentino podou o Inter num momento em que ele ameaçava dominar a partida e estava mais próximo da vitória que o São Paulo. E complica muito a vida de Fernandão para o difícil confronto de domingo, contra o Fluminense. Voltará Fred, mas Dátolo tem que jogar. E Bolatti, mesmo sem tanto poder de marcação, mostrou que acrescenta ao time mais que Élton ou Josimar.

Em tempo:
- Quando Rafael Moura estreia mesmo pelo Inter?

SÃO PAULO (1): Rogério Ceni; Douglas, Rafael Tolói, Rhodolfo e Cortês; Paulo Assunção (Ademílson), Denílson, Maicon (Willian José) e Jadson; Osvaldo e Luís Fabiano. Técnico: Ney Franco
INTERNACIONAL (1): Muriel; Nei, Rodrigo Moledo, Índio e Fabrício; Élton, Josimar, Lucas Lima (Dátolo) e D'Alessandro; Dagoberto (Bolatti) e Rafael Moura (Cassiano). Técnico: Fernandão
Local: Estádio Morumbi, São Paulo (SP); Data: quarta-feira, 05/09/2012, 22h; Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (Fifa-MG); Público: 14.171; Renda: R$ 276.536,00; Gols: Dagoberto 7 e Maicon 18 do 1º; Cartão amarelo: Maicon, Nei, Rodrigo Moledo, Fabrício e Élton; Expulsão: D'Alessandro

MELHOR EM CAMPO
Osvaldo (São Paulo): ganhou quase todas de Nei pela ponta. Tem lugar no time titular do São Paulo.


Comentários

Diogo Terra disse…
O juiz pode não ter critérios, mas D'Alesão (BAIRRISTA, 2012) e Fabrício forçaram a barra ao se atirarem em seus respectivos lances, mesmo sendo atingidos. Aí, não há Collina ou Webb que colaborem.

Quem já viu "Lionel Messi never dives" no YouTube sabe do que estou falando.