Sim, aconteceu

Há quem não goste de futebol. São pessoas que desconhecem a magia de jogos como o de hoje à tardinha, em Volta Redonda.

Foi uma noite, acima de tudo, estranha. O jogo atrasou por falta de energia elétrica no Estádio Raulino de Oliveira. Talvez isso tenha desconcentrado os jogadores cariocas, mas aí é pura especulação. Talvez seja a escalação faceira de Abel, um 4-3-3 de quem quase desdenha do adversário. Fato é que, no primeiro tempo, quem jogou como líder foi o Atlético-GO, aquele mesmo que eu disse ter menos de um terço dos pontos do Fluminense antes da partida. Impondo-se fora de casa, não temeu o primeiro colocado da competição, com talvez a irresponsabilidade que um time já praticamente rebaixado pode se dar ao luxo, já que não tem muito o que perder.

Logo aos quatro minutos, Patrick quase fez, mas foi travado. Era um aviso de que havia perigo. Aos 17, o golaço de Diego Giaretta, chute de raríssima felicidade, calou Volta Redonda. Mas era cedo, a virada tenderia a vir naturalmente. Só que o Flu não esperava, sentiu o baque. Atacou de forma atabalhoada, sem organização. O Dragão não: era um time certinho, com a consciência de quem sabia exatamente o que queria fazer. O 2 a 0 veio em uma cabeçada de Reniê, um minuto após Marcos perder gol cara a cara com Diego Cavalieri. Era o resultado justo e natural.

O segundo tempo seria previsivelmente o da resistência, mas o panorama seguia o mesmo. O Fluminense seguia afoito, mas havia uma diferença básica: o Atlético-GO arriscava bem menos, pois já tinha o resultado. Sofreu um gol aos 18 minutos, o que significava mais meia hora para o Flu conseguir o empate, talvez a virada. Mas a equipe de Abel Braga criou pouco, apenas três chances claras dali ao fim do jogo. E perdeu, merecidamente.

A maior zebra do Brasileirão aconteceu. O lanterna ganhou do líder por uma única razão: hoje, não jogou como lanterna. E o Flu, claro, não jogou como líder. Foi apenas a segunda derrota do Fluminense no Campeonato Brasileiro, justo para o lanterna, em casa. A equipe talvez tenha pagado pela má partida contra a Portuguesa, onde jogou mal e mesmo assim conseguiu a vitória. O resultado reaviva demais a briga pelo título. Cabe a Atlético-MG e Grêmio aproveitarem amanhã.

Morumbi
A secação colorada tinha tudo para ser mais bem sucedida que a gremista, mas não. O São Paulo jogou bem, fez 3 a 1 na Portuguesa e chega aos 39, não podendo ser ultrapassado pelo Internacional amanhã.

FICHA TÉCNICA
FLUMINENSE (1): Diego Cavalieri; Bruno, Gum, Leandro Euzébio e Carlinhos (Wallace); Edinho, Jean e Thiago Neves; Wellington Nem, Samuel (Higor) e Rafael Sobis (Michael). Técnico: Abel Braga
ATLÉTICO-GO (2): Márcio; Marcos, Reniê, Gustavo e Diego Giaretta; Pituca, Dodó, Ernandes e Danilinho (Carlos) (Gílson); Diogo Campos (Marino) e Patrick. Técnico: Artur Neto
Local: Estádio Raulino de Oliveira, Volta Redonda (RJ); Data: sábado, 15/09/2012, 18h30; Árbitro: Márcio Chagas da Silva (RS); Público: 8.269; Renda: R$ 115.675,00; Gols: Diego Giaretta 17 e Reniê 41 do 1º; Michael 18 do 2º; Cartão amarelo: Edinho, Marcos, Diego Giaretta, Pituca, Danilinho e Marino

Comentários