O fim de uma reprise pouco gloriosa
Há dois anos o Palmeiras tem, basicamente, apenas uma jogada: a bola parada de Marcos Assunção. Em 24 meses no comando da equipe, Luiz Felipe precisava ter feito o time jogar mais. O elenco é fraco, e mesmo com ele a conquista da Copa do Brasil veio. Isto é um mérito inegável de Felipão. Mas elenco fraco e time deficiente não servem de justificativa sempre que uma equipe vai mal dentro de campo, pois sempre existe a chance de formar um time organizado, que compensa com qualidade coletiva seus problemas individuais. Celso Roth, por exemplo, é especialista nisso. Mesmo com a conquista da Copa do Brasil e a volta à Libertadores, o trabalho do técnico pentacampeão mundo é falho em diversos aspectos.
Exemplos não faltam, inclusive dentro do atual Campeonato Brasileiro. Geninho, na Portuguesa, e Gallo, no Náutico, são os que mais têm tirado leite de pedra. Jorginho, no Bahia, idem. Que o Palmeiras tem sérios problemas todos sabemos desde que o ano começou. Mas, mesmo assim, há jogadores de bom nível, que poderiam estar rendendo mais: Juninho, por exemplo, foi o melhor lateral esquerdo do último campeonato pelo Figueirense. Henrique é um ótimo zagueiro. Barcos é um centroavante de respeito, e Obina é no mínimo um bom reserva. Há Maikon Leite e Valdívia, que jogam menos do que deveriam, mas são tecnicamente muito bons.
Há, portanto, condições de fazer esta equipe jogar de forma minimamente razoável. O time palmeirense, em nomes, não é inferior a Náutico, Bahia, Figueirense ou Portuguesa, por exemplo. No entanto, está atrás de todos eles na classificação. Se há méritos inegáveis de Felipão em fazer uma equipe com tantas dificuldades técnicas ter ganhado a Copa do Brasil, há culpa igualmente inegável dele nesta campanha horrorosa no Campeonato Brasileiro. É inadmissível que, em dois anos, a equipe não tenha evoluído nada taticamente e siga dependente da bola parada de um volante de 36 anos.
Émerson Leão é a melhor opção disponível para tentar o milagre. Sim, milagre. Pois não bastasse o Palmeiras ter que tirar 8 pontos em 14 rodadas (em nenhum campeonato por pontos corridos tanta diferença foi tirada em tão pouco tempo - o Flu de 2009 tirou 7), será preciso mudar rapidamente a forma de o time jogar. É trocar pneu com o carro não só andando, mas em alta velocidade. O Palmeiras ganhou a Copa do Brasil jogando no erro dos adversários, retraído. Agora, está precisando partir para cima em busca dos resultados, e isso expõe todas as suas fragilidades. Será preciso consertá-las rapidamente, dar padrão de jogo e confiança ao time, tudo isso sem tanto tempo para treinar e conhecer o elenco. Situação realmente desesperadora. Leão tem experiência em pegar equipes assim, e botará ordem na casa. Apostas, agora, assinam a participação na Série B em 2013.
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