Efeitos de um inverno

13 dos 22 jogadores que atuaram naquele 1 a 1 do dia 21 de junho serão os mesmos hoje à tardinha, no Pacaembu. Mudam, portanto, cerca de 40% dos envolvidos na partida de dois meses atrás, e, principalmente, as circunstâncias. Palmeiras e Grêmio estão muito diferentes. Fica, apenas, a rivalidade como ingrediente.

De lá para cá, o Palmeiras ganhou a Copa do Brasil, mas afundou na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. O Grêmio, por sua vez, foi eliminado, mas ganhou acréscimos como Elano e Zé Roberto. Passou de projeto de bom time a candidato ao título do Brasileirão. A distância entre os dois semifinalistas do começo do inverno é hoje de imensos 24 pontos. Sabia-se, já naquela época, que o Grêmio era o time com mais recursos, o que o tempo acabou mesmo confirmando.

Ao contrário dos dois jogos decisivos de junho, desta vez é o Palmeiras quem mais precisa da vitória. Felipão sabe que tem menos time que Luxemburgo nas mãos, e normalmente a melhor estratégia nesses casos é se resguardar e esperar o contra-golpe mortal, como fez na Copa do Brasil. O problema é que, desta vez, o time paulista não pode se dar ao luxo de empatar ou jogar sem pressa, esperando o erro gremista. Precisa ganhar, e vai vir para cima. Se fizer um gol cedo, aí sim, teremos uma reprise daqueles jogos.

Por tudo isso, o jogo desta noite promete. E ainda há outro ingrediente, além da rivalidade e do desespero palmeirense: a postura do Grêmio como visitante é sair para o jogo, atacar o adversário, como faz no Olímpico. Um dos maiores méritos da campanha gremista é justamente saber se impor dentro e fora de Porto Alegre, sem ficar acuado. O jogo, portanto, pode ser aberto, ao contrário do que vimos semifinais da Copa do Brasil. Um Palmeiras x Grêmio definitivamente diferente.

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