Cronologia Tática: Palmeiras 0 x 0 Grêmio

No segundo post da série Cronologia Tática aqui no Carta na Manga, a análise do desenrolar estratégico de Luiz Felipe e Vanderlei Luxemburgo no empate em 0 a 0 entre Palmeiras e Grêmio, no último sábado.

0 a 17 minutos: Grêmio com Kléber
O Palmeiras veio montado no 4-3-1-2 que ganhou a Copa do Brasil. Henrique fazia o papel primeiro volante que era quase um líbero à frente dos zagueiros. Artur, recuado, era quase um zagueiro na marcação a Kléber. No meio, um interessante balanço ofensivo: Luan atuou aberto pela esquerda, Tiago Real centralizou a criação e os avanços pela direita eram feitos pelo volante João Vítor, que deu alguns bons chutes de fora da área. 

Do lado gremista, uma troca que pode explicar a boa atuação de Naldo: ele atuou pelo lado direito da zaga, ao contrário das desastradas partidas contra Portuguesa e Coritiba. Jogando com o pé bom pelo lado certo, teve menos dificuldades. Werley, que normalmente atua por ali, jogou pela esquerda. Pará ocupou-se de Luan, enquanto Anderson Pico teve maior liberdade de avanço, já que ninguém do Palmeiras caiu por seu setor.

17 a 37 minutos: Kléber é expulso
A primeira consequência da expulsão de Kléber foi a liberação de Artur para ajudar João Vítor nos avanços pela direita. Isso já trouxe um reflexo direto no Grêmio: Anderson Pico ficou mais contido. Como os volantes palmeirenses avançaram um pouco mais, os meias gremistas tiveram que dar uma recuada - e Marcelo Moreno era constantemente visto fora da área, para brigar pela bola que vinha da ligação direta gremista no desafogo.

37 a 45 minutos: sai João Vítor, entra Maikon Leite
Vendo que o Grêmio tentaria segurar o 0 a 0, Felipão foi para cima. João Vítor, embora não estivesse mal no jogo, é um volante. E o espaço que precisava ser aproveitado exigia alguém com características mais ofensivas. A entrada de Maikon Leite deixa o Palmeiras com três atacantes. Tiago Real passa a compor uma segunda linha de meio com Márcio Araújo. Sem tanta liberdade, ele cai um pouco no jogo. Zé Roberto recua para acompanhar Márcio Araújo e Marco Antônio, pouco participativo, fica sem função no jogo. Talvez Felipão tenha pensado também nisso: deu espaço a um jogador do Grêmio que não sabe aproveitá-lo.

45 a 65 minutos: sai Artur, entra Corrêa
Vendo que Zé Roberto cresceu nos minutos finais e o seu time ficou sem chegada no ataque, Felipão tira Artur e coloca Corrêa, a melhor bola parada do Palmeiras depois do ausente Marcos Assunção. Márcio Araújo passa para a lateral direita. O time paulista vive seu melhor momento no jogo, criando 6 oportunidades de gol em 20 minutos. A melhor chance, porém, foi gremista, em ótima escapada de Zé Roberto.

65 a 90 minutos: saem Luan, Marcelo Moreno e Marco Antônio, entram Mazinho, Léo Gago e Marquinhos
Luxemburgo fecha o Grêmio de vez. O posicionamento da equipe é impressionantemente retraído. Marcelo Moreno e Marco Antônio deixam o gramado para as entradas de Léo Gago, que passa a acompanhar Corrêa, e Marquinhos, que fica em cima de Tiago Real. Fernando faz a sobra em caso de Maikon Leite ou Corrêa vencerem a marcação, e Souza faz o mesmo do outro lado no caso de Mazinho ou Tiago Real se infiltrarem. O Palmeiras fica praticamente sem saída e acaba ofensivamente, mas o Grêmio também se priva de tentar vencer o jogo. Zé Roberto passa a ser o homem mais adiantado, mas fica longe da área. Controlado por cinco palmeirenses, passa apenas a reter a bola. Aos 43 do segundo tempo, ele é substituído por André Lima, para ganhar tempo.

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