Caixão encomendado

Tudo o que o Palmeiras (19º, 20) não precisava ontem era de briga. Para ganhar do Corinthians (9º, 35), mesmo misto, seria preciso muito futebol - coisa que a equipe não tem há três anos. Mas o ambiente de pressão sobre os jogadores pesou muito. O gol de Romarinho e a provocação (se é que foi mesmo provocação) na comemoração desencadearam de vez o descontrole, que foi coroado com a expulsão injusta de Luan (o que não significa que ele não tenha culpa, afinal, deveria ter se preservado mais) e o fim das chances da equipe na partida. Se com 11 já seria difícil superar o Timão, com 10 virou missão quase impossível. Não faltou dedicação - não falta dedicação nunca ao Palmeiras. Falta, mesmo, qualidade.

A situação é terrível, desesperadora, merece todos os adjetivos fúnebres. Ninguém perdeu mais que o Verdão neste campeonato. São 15 derrotas. Ninguém fez menos gols que o Palmeiras neste campeonato. São só 22, a maioria de bola parada, pouquíssimos em jogadas construídas. Isso tudo evidencia a falta de futebol da equipe. E de onde tirar esse futebol que não existe?

Paradoxalmente, talvez a receita seja repetir a escalação. Barcos, Valdívia, Maikon Leite, Corrêa e Marcos Assunção não são jogadores ruins, longe disso. Há um certo nível neste quinteto. Mas é difícil imaginar que, mesmo estes cinco, têm futebol suficiente para comandar uma campanha de G-4 daqui para frente. Porque é disso que o Palmeiras precisa. Para a saída do G-4 são 8 pontos de diferença. A equipe precisará dobrar de aproveitamento: fazer ao menos 21 pontos em 13 jogos, que já são mais que os 20 conquistados nas 25 rodadas que passaram.

Vencer o Corinthians era básico para a sobrevivência da equipe na Série A. O jogo com o Figueirense, sábado, em Florianópolis, será precedido de uma agoniante e longa semana de espera. Tanto para paulistas como para catarinenses, diga-se.

Recife: um gol de falta de Souza coloca em dúvida se as últimas duas vitórias do Atlético-MG (2º, 51) eram mesmo o fim da instabilidade que o Galo passou a viver na virada do turno. O time de Cuca perde a chance de assumir a ponta mesmo com um jogo a menos e domingo que vem pode cair mais um posto se perder para o Grêmio no Independência. O Náutico (12º, 31) segue tranquilo, para alegria dos 15 mil torcedores que foram aos Aflitos.

Varginha: o Cruzeiro (8º, 35) tinha a chance de encostar no Vasco (4º, 43), saiu na frente logo de cara, mas não segurou o resultado. Difícil a situação da equipe de Celso Roth na briga pelo G-4. Os cariocas tiveram boa rodada. 10 mil no glorioso Melão.

Campinas: cerca de 6 mil pessoas foram ao Moisés Lucarelli acompanhar o empate entre Ponte Preta (10º, 33) e Botafogo (6º, 39). O Fogão cai uma posição. Dos oito primeiros na tabela, só o São Paulo venceu.

Curitiba: o Coritiba (15º, 28) segue a perigo. Vencia o Santos (11º, 33) no Couto Pereira (22 mil), até que Neymar entrou em ação e acabou com a festa.

Salvador: jogo dramático no Pituaçu (22 mil). O Bahia (13º, 31) saiu perdendo para o Figueirense (18º, 22), voltava a ficar a perigo e via os catarinenses encostarem na pontuação. Mas conseguiu a virada, garante certa tranquilidade e deixa o Figueira em situação complicadíssima.

FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS (0): Bruno; Artur, Maurício Ramos, Henrique e Juninho; Corrêa (Tiago Real), Marcos Assunção (Obina), João Vítor (Márcio Araújo) e Valdívia; Luan e Barcos. Técnico: Narciso
CORINTHIANS (2): Cássio; Guilherme Andrade, Wallace, Paulo André e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Douglas (Edenílson) e Danilo; Martínez (Jorge Henrique) e Romarinho (Giovanni). Técnico: Tite
Local: Estádio Pacaembu, São Paulo (SP); Data: domingo, 16/09/2012, 16h; Árbitro: Marcelo Aparecido de Souza (SP); Público: 26.068; Renda: R$ 577.495,00; Gols: Romarinho 22 do 1º; Paulinho 8 do 2º; Cartão amarelo: Artur, Obina, Barcos, Fábio Santos, Cássio, Ralf, Romarinho, Martínez e Danilo; Expulsão: Luan

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