Um novo Santos vem aí

Sem Neymar e Rafael, ou seja, como vinha jogando nos últimos dois meses, o Santos provavelmente teria perdido do Figueirense. A vitória de ontem, por 3 a 1, no Orlando Scarpelli, veio basicamente pela qualidade individual superior destes dois jogadores. O time catarinense não fez uma má partida, criou muitas chances de gol, mas parou na maioria delas nas belas defesas do goleiro santista. O Peixe mostrou os problemas coletivos que vêm assolando a equipe no Brasileirão, mas desta vez teve forças para vencer a partida, justamente no diferencial técnico que finalmente pôde utilizar em campo.

O resultado, mais que mostrar uma recuperação da equipe ou o afundamento cada vez maior do Figueira, demonstra uma tendência para as próximas rodadas: a recuperação do time de Muricy Ramalho. Além de Neymar e Rafael, que foram os melhores ontem, há ainda Ganso e André, que juntos podem repetir os bons tempos de 2010. Das equipes que estão para trás na tabela, o Peixe parece ser a única capaz de incomodar de fato o atual G-5 da competição e entrar na briga por uma vaga na Libertadores (o Corinthians também, mas já está garantido nela). Mas terá que ser o timaço de 2010 e 2011 para conseguir a façanha, pois são 11 pontos de distância até o Grêmio.

Sobre a arbitragem, considero a expulsão de Túlio um certo exagero. Foi um lance realmente feio, mas dificilmente ele receberia vermelho direto se Juan não tivesse sido (corretamente) expulso antes. Lei da compensação.

Chatice
No Pacaembu, um dos jogos mais chatos do Campeonato Brasileiro. Muito desfalcados, Corinthians e Internacional praticamente não criaram chances. O Timão, além do gol solitário de Paulo André, teve duas, em bolas largadas por Muriel. O Colorado, por seu lado, não teve nenhuma o jogo todo. As marcações venceram os ataques quase sempre. Rafael Moura, apesar disso, foi bem, dando bastante trabalho aos zagueiros adversários.

Com 30 pontos, o Inter segue fora do G-4. A equipe deve crescer ainda, mas não será fácil ingressar na zona da Libertadores, da qual o Colorado não faz parte há oito rodadas. Todos lembram que há muitos titulares por voltar, e eles devem já jogar domingo, contra a Portuguesa. "Estamos há um ponto do Grêmio com o time todo desfalcado", lembram. Verdade. Mas cabe lembrar que o Grêmio do começo do campeonato foi o Inter da segunda metade do turno. Elano, Kléber e Zé Roberto não jogaram muitas das partidas iniciais, assim como Damião, Dátolo e tantos outros que ficaram fora do Inter.

Ou seja: não foi "privilégio" do Inter atuar enfraquecido. A diferença é que o Grêmio já passou por este processo, só que antes, em maio e junho, e não em julho e agosto. Com seus dois novos meias, o aproveitamento gremista beira os 80%. É o desafio que caberá a Fernandão e suas reintegradas estrelas.

Tropeços
Nenhum dos cinco primeiros venceu, o que reequilibra um pouco o campeonato. Ontem, em São Januário, o Vasco desperdiçou a chance de voltar à vice-liderança. Foi completamente dominado pelo Coritiba no primeiro tempo, 1 a 0 foi pouco. No segundo, se impôs, virou, mas o gol do Coxa no final deu um justo 2 a 2 ao placar. Vitória vascaína não traduziria bem o que foi a partida.


Comentários