Passeio de domingo

Houve apenas uma injustiça na tarde deste domingo no Estádio Olímpico: Marcelo Moreno não ter marcado nenhum gol. Poderia ter sido naquele voleio no começo do jogo, pois representaria bem o nível de sua atuação, com direito a três assistências, e do próprio Grêmio, que amassou o Figueirense com um 4 a 0 digno da diferença técnica entre os dois times.

Este jogo deve servir de modelo para cada vez que o Grêmio for enfrentar um adversário fechado. Ao contrário dos últimos três jogos contra equipes assim, o time de Luxemburgo partiu para cima com vigor, acuando o adversário desde sempre. Foram nada menos que 15 oportunidades, 12 delas só no primeiro tempo. O gol teimava em não sair, mas era questão de tempo. E quando Elano fez o 1 a 0, abriu-se de vez a porteira.

Buscando a vitória, Luxemburgo colocou Anderson Pico como opção ofensiva pela ala. Teve atuação para permanecer como titular, com lances de grande categoria e muita dedicação também. Contribui bem mais que Pará, que pode dar resposta melhor que a que Edílson vem dando pela direita. Talvez aí estejam as laterais para o Gre-Nal e o jogo de quarta, contra o Coritiba. Outra aposta que deu certo foi Leandro, autor de dois gols. O guri vem crescendo junto com o time, entrando aos poucos, como um bom reserva - tal qual os experientes Marquinhos e André Lima, que foram muito bem de novo.

O Grêmio faz grande campanha. São 34 pontos, 63% de aproveitamento, o desempenho dos dois últimos campeões brasileiros, mas que parece pouco para título em comparação com a absurda campanha do Atlético-MG. De qualquer modo, são expressivas 11 vitórias antes de chegar à metade do campeonato, e o melhor: lugar garantido dentro do G-4 ao final do primeiro turno. Seja qual for o resultado do Gre-Nal do domingo que vem.

Empate no Canindé
A Portuguesa chega a oito jogos sem derrotas e quatro pontos ganhos contra os gaúchos em uma semana. O primeiro tempo foi morno, com poucas chances de lado a lado. O esquema com dois centroavantes, conforme previmos, não deixou o Inter mais ofensivo. Forlán não conseguia articular sem ter companhia, enquanto Rafael Moura e Leandro Damião tinham que sair da área para não baterem cabeça.

O segundo tempo foi melhor, tanto do Inter como do jogo, que ficou mais movimentado. Forlán deslocou-se mais, mas o Colorado só foi melhor quando Fernandão tirou Rafael Moura e colocou Fred, reequilibrando a estrutura ofensiva do time. Veio o 1 a 0, gol de cabeça do estreante Juan, mas um pênalti (que até agora não vi se houve não, pela falta de um replay que mostre a jogada com clareza) sete minutos depois, aos 36, decretou o empate. Forlán quase desempatou em um daqueles chutaços maravilhosos que fizeram sua Copa perfeita em 2010, mas Dida levou sorte.

De seis pontos fora de casa, o Inter só traz um para Porto Alegre, uma conta bem negativa. Há o Gre-Nal no domingo para compensar estes dois resultados ruins, e a obrigatoriedade de uma vitória. Nem um triunfo faz o time de Fernandão terminar o turno no G-4, e aí está o fato que deixa o Inter muito mais pressionado para ganhar o clássico que o Grêmio.

A rodada
O Atlético-MG ameaçou perder, mas não só não perdeu como ganhou no fim. Os 3 a 2 sobre o Botafogo foram de desanimar qualquer concorrente. São 42 pontos, com um jogo a menos que os demais. Mas insisto: não há como manter o ritmo.

No Rio, ótimo resultado para a Dupla: vitória do Flamengo sobre o Vasco, 1 a 0. O terceiro lugar já está ao alcance do Grêmio, até porque Vasco e Flu se enfrentam no fim de semana, e ao menos um deles perderá pontos, senão ambos. Lá embaixo, mais uma preocupante derrota do Palmeiras, 2 a 1 para o Atlético-GO. O Coxa escapou da zona de rebaixamento ao enfiar 4 a 0 no Cruzeiro de Roth. É a parada dura que espera o Grêmio quarta, pela Sul-Americana.