Na briga sim, senhor
Eu tinha sérias dúvidas sobre as chances de vitória do Grêmio ontem, especialmente por conta dos desfalques. Mas o Vasco, sem Juninho, sentiu mais que o Tricolor sem Elano. Uma boa atuação de Anderson Pico era fundamental: indo mal, abriria espaço para Auremir tramar às suas costas e obrigaria Fernando a se deslocar para a cobertura, o que abriria espaço para Felipe e Carlos Alberto transitarem pelo meio com perigo. Nada disso aconteceu: Pico foi bem no apoio e na marcação, Auremir foi uma nulidade e os meias vascaínos ficaram isolados do restante do time, tal a eficiência da marcação gremista.
O jogo começou devagar. O primeiro chute a gol foi longo, de Pará, aos 24, sem perigo. Só depois que resolveu partir para cima e encurtar o campo é que o Grêmio iniciou a pressão. Marquinhos fez boa partida. Não se movimenta tanto como Elano, mas fez os companheiros jogarem. Aos 32, deixou Kléber na frente de Prass, que fez milagre. Aos 39, ele próprio apanhou rebote que pegou em Dedé e por isso não entrou. Aos 44, bateu a falta sofrida por Kléber, que originou o gol merecido de Marcelo Moreno.
Na segunda etapa, o ritmo permanecia o mesmo, com o Grêmio dominando. Kléber fez o segundo gol, da tranquilidade. O Vasco criou algumas chances entre os 24 e 33, seus únicos bons nove minutos em toda a partida. Era pouco para ameaçar a importante vitória gremista, que teve a consistência de Souza, a segurança de Fernando, o oportunismo de Moreno e uma grande partida de Kléber (marcou, criou, cavou faltas, infernizou Dedé e marcou um gol), o melhor em campo. Até Naldo, de quem tanto se desconfiava (com razão), foi bem na marcação a Alecsandro.
Ontem, os desfalques não pesaram. Entrosado, o Grêmio deslancha. Superou as ausências com uma boa jornada coletiva e conquistou uma vitória importantíssima, que lhe deixa com 40 pontos e 66,7% de aproveitamento, desempenho que está na cartilha de quem disputa o título, e tem sido mantido pelo time desde a segunda metade do primeiro turno. Basta manter o nível (não é fácil) e esperar Galo e Flu darem sua natural queda após o turno brilhante (é o natural).
Em tempo:
- Discutível a anulação de uma jogada no início do segundo tempo, que deixaria Tenório livre para empatar a partida. A arbitragem marcou falta em Werley, mas a repetição não deixou clara a falta.
GRÊMIO (2): Marcelo Grohe; Pará, Werley, Naldo e Anderson Pico; Fernando, Souza, Marquinhos (Marco Antônio) e Zé Roberto; Kléber (André Lima) e Marcelo Moreno (Leandro).
Técnico: Vanderlei Luxemburgo
VASCO (0): Fernando Prass; Auremir, Dedé, Douglas e William Matheus; Eduardo Costa, Nílton, Felipe (Wendel) e Carlos Alberto (Pipico); William Barbio (Tenório) e Alecsandro.
Técnico: Cristóvão Borges
Local: Estádio Olímpico, Porto Alegre (RS); Data: quarta-feira, 29/08/2012, 22h; Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP); Público: 21.758; Renda: R$ 336.645,50; Gols: Marcelo Moreno 41 do 1º; Kléber 12 do 2º; Cartão amarelo: Leandro e Felipe
MELHOR EM CAMPO
Kléber (Grêmio): fez de tudo: marcou, cavou faltas, usou bem o corpo, criou chances, marcou gol e até perdeu outro na cara. Infernizou o melhor zagueiro do futebol brasileiro. Um de seus melhores jogos pelo Grêmio.
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