Fincando pé no G-4
A atuação foi razoável (o fato de Marcelo Grohe ter sido o melhor em campo já dá um indício disso), mas suficiente para alcançar a vitória, o que prova o alto nível que atingiu o coletivo gremista. O primeiro tempo foi parelho. O São Paulo de ontem era menos time que o Grêmio, mas ainda assim tinha suas qualidades. O 3-5-2 armado por Ney Franco, com Casemiro de zagueiro, acabou funcionando no começo. O Grêmio não obtinha o controle do meio, os atacantes estavam bem marcados e a equipe da casa surpreendia na base da velocidade. Contra-golpeava mesmo jogando em seu estádio.
Em sua postura de ir para cima do adversário mesmo como visitante, o Grêmio abriu espaços, que eram aproveitados pelo time paulista no contra-ataque, a partir de bons lançamentos de Cícero e Jadson, seus melhores jogadores - num desses, saiu o gol. Faltou intensidade ofensiva ao time de Luxemburgo. Elano era o melhor do meio para a frente, mas a atuação apagada de Zé Roberto complicou as pretensões gremistas na partida.
Com o gol, o São Paulo veio para cima, animado, aproveitando a instabilidade gremista. Marcelo Grohe foi decisivo, com grandes defesas. Nos primeiros 10 minutos da etapa final, só deu São Paulo. O Grêmio só começou a entrar jogo a partir dos 12 minutos, com um boa jogada de Kléber que acabou num chute perigoso, cruzado, à meia altura. O Gladiador foi decisivo, não apenas pelo passe no gol de André Lima, mas por ter puxado a reação do time no Morumbi. No mano a mano, envolveu João Filipe e toda a marcação, com lances pessoais sempre muito perigosos.
A entrada de Marquinhos é que deu ao time gaúcho o domínio definitivo da partida. Mais uma vez, como em Campinas, Luxa recuou Zé Roberto para segundo volante, fazendo o veterano crescer de produção. Marquinhos cobrou com perfeição o escanteio para o gol de Werley (já havia feito o mesmo contra o Bahia, no polêmico gol de Souza) e iniciou a jogada que culminou no gol de André Lima - melhor jogada de Zé Roberto na partida, aliás. Dois jogadores que saíram do banco foram decisivos, prova de que o Grêmio tem sim um bom banco de reservas - nada de espetacular, mas não muito abaixo dos melhores e bem superior ao próprio São Paulo ontem, por exemplo.
A campanha mantém um ótimo nível. Com 64,6% de aproveitamento, o Grêmio tem desempenho semelhante ao dos últimos campeões brasileiros - não está na ponta porque Fluminense, Vasco e especialmente o Atlético-MG fazem um campeonato de exceção. Mas jogou duas seguidas fora de casa, conquistou quatro pontos nesta miniexcursão a São Paulo e se mantém no G-4, o que é uma excelente notícia. Agora, há dois jogos em casa, contra Portuguesa e Figueirense - ambas para serem vencidas, obrigatoriamente, se o título é mesmo a pretensão da equipe.
Em tempo:
- Apesar da grande atuação, Kléber merece um bom puxão de orelhas da comissão técnica. Merecia a expulsão em uma entrada sobre Casemiro com a sola.
Técnico: Ney Franco
Técnico: Vanderlei Luxemburgo
Local: Estádio Morumbi, São Paulo (SP); Árbitro: Elmo Alves Resende Cunha (GO); Público: 15.386; Renda: R$ 326.142,00; Gols: Cícero 40 do 1º; Werley 21 e André Lima 46 do 2º; Cartão amarelo: Douglas, Denílson, Cortês, João Filipe, Kléber, Werley e Marcelo Moreno
MELHOR EM CAMPO
Marcelo Grohe (Grêmio): com grandes defesas nos piores momentos gremistas no jogo, foi o maior destaque individual da partida. Foram cinco defesas difíceis ao longo da partida.
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