Desta vez, a zebra levou
No primeiro tempo, a Lusa teve só uma chance de gol, contra sete do Grêmio. Seu gol foi circunstancial, numa bobeada de Naldo (Werley e Vílson fizeram muita falta). Foi um velho clichê: o time da casa pressiona, cria chances, o visitante se segura e no erro do adversário abre o placar. Apesar das chances de gol, faltou articulação ao time gaúcho. Elano e Zé Roberto se viam diante de uma entrada de área congestionada, enquanto Kléber era implacavelmente marcado por Ferdinando. Já André Lima lutou bastante, ganhou algumas pelo alto, mas se viu diante de uma ótima atuação da dupla formada por Gustavo e Rogério.
A etapa final começou parecida com o que era a primeira. Elano, o melhor do Grêmio em campo, criava espaços onde parecia impossível, mas a conclusão era sempre brecada, ou dificultada pela forte marcação. Luxemburgo foi para tudo ou nada com Leandro no lugar do anêmico Edílson. Desta vez, ao contrário da vitória sobre o Sport, o guri não melhorou o Grêmio, pelo contrário. A equipe passou a ceder espaços e viu a Lusa criar três chances de marcar o segundo gol. Com a saída de Fernando para a entrada de Marquinhos, o time ficou ainda mais aberto, mas não levava mais perigo que quando armado com a formação inicial.
O segundo gol foi parecido com o primeiro, de rebote do goleiro. Desta vez, a falha foi de Marcelo Grohe, que tentou encaixar e não conseguiu, mas também da zaga, que não marcou a entrada de Bruno Mineiro. O gol fazia de certa forma justiça ao bom segundo tempo que fazia a Lusa depois da entrada de Leandro. Diego Viana, que substituiu Ananias, deu muito trabalho na velocidade. Kléber ainda descontou, um prêmio à insistência gremista. Houve impedimento mal marcado, uma mão na bola não marcada pela arbitragem (fora da área), mas mesmo assim a derrota se justificou dentro de campo.
Resultados deste tipo costumam ocorrer na trajetória até dos melhores times. Claro, ele é péssimo: a Portuguesa pode estar em crescimento, mas nunca havia ganhado fora de casa em 2012, nem pelo Paulistão. São três pontos que inegavelmente vão fazer falta lá adiante, embora o campeonato seja longo e permita recuperações.
Comentários
E as laterais continuam um problema: quando eu vejo o Edílson de titular eu sempre lembro que o Gabriel veio em 2010 justamente no lugar do Edílson, que estava muito mal na época. Dois anos depois e o mesmo Edílson volta ao time como se fosse “a” solução na direita, quando na verdade ele só está ali por falta de opção melhor no elenco. Já na esquerda, será que o Pico está tão mal assim para não ser nem reserva nesses jogos? Pelo menos ele bate na bola com a esquerda, o que já seria uma baita revolução em relação ao que temos hoje por ali.
Tentando ser otimista, espero que esse revés faça o time entrar contra o Figueirense com o sangue-frio necessário para jogos como esse, pois no domingo o adversário tem tudo para tentar algo muito parecido com o que a Lusa fez hoje.
Desculpe pelo tamanho do comentário e continue assim com o blog,
Tiago.
Achei muito interessante a análise do Luxemburgo sobre "cansaço emocional". O jogo com o São Paulo foi realmente desgastante física e psicologicamente, e a equipe parecia mesmo desconcentrada ontem. Não se viu aquela superioridade física de outros jogos, por isso e pelo fato de o time ter corrido sem a bola (errado, portanto) no segundo tempo.
Valeu, Tiago. Pode comentar do tamanho que quiser. Abração.
Não gostei do Elano ontem, mas pode ser implicância minha. Vários jogadores estavam abaixo do normal, aceitando a marcação da Portuguesa.
O juiz era muito fraco, errou muitos lances bobos e não sabia se impor. No estádio achei que o jogador que marcou o segundo gol estava impedido, ninguém falou nisso, agora revi o lance e fiquei, no mínimo, em dúvida da posição do jogador no momento da cobrança da falta.
O Vílson não jogou porque se lesionou no jogo com a Ponte Preta.
Em relação ao segundo gol da Portuguesa, não vi o replay para saber se havia ou não impedimento.
Sobre a campanha, acho que o Grêmio vai muito bem dentro e fora de casa. É 75% de aproveitamento no Olímpico e 48% fora dele, média de quem realmente disputa título. A ausência de empates é que dá a impressão de que as coisas não vão tão bem no Olímpico, mas fato é que o time tem muitas vitórias.
Abraço!
Vou além: não tivesse Léo Gago indo tão mal, Fernando mereceria a reserva! São mais de cinco partidas em que ele vem destoando do resto do time...