Contra o frio e o invicto

Luxemburgo fala no fim da "tabela madrasta" hoje à noite, referindo-se a um dos últimos clássicos brasileiros que o Grêmio (4º, 21) vai enfrentar nas próximas rodadas. Isso, porém, não ameniza a dificuldades dos próximos compromissos. Pegar Flamengo, Atlético-MG, Santos, Cruzeiro e Botafogo, com o "respiro" do Sport, e depois pegar o Flu (3º, 25) é complicado, mas a sequência prevê dois jogos dificílimos contra o Coritiba em sequência - um pelo Brasileiro, sábado, outro pela Sul-Americana, terça - e no Couto Pereira. A partida de hoje não traz o fim de um período de jogos difíceis. É só mais um deles.

Tirar a invencibilidade de quem quer que seja é sempre um simbolismo grande, ainda mais quando se trata do último time que ainda não perdeu no Campeonato Brasileiro. Por isso, pela ótima fase que o Grêmio vive, e por ser um adversário direto nas brigas mais nobres da tabela, a partida de hoje assume caráter decisivo, mesmo que ainda estejamos na 12ª rodada. As vitórias contra Cruzeiro e, especialmente, Botafogo já tinham esse cara de jogo de seis pontos. Hoje, com um Olímpico provavelmente cheio, a faceta é ainda maior.

O Flu vem a Porto Alegre desfalcado, ao contrário do Grêmio, que entra praticamente completo. O empate é bom resultado para os cariocas, dadas as circunstâncias, o que não quer dizer que eles não possam ou não pensem em vencer. Deco, para sorte gremista, não joga. Mas seu substituto é Wagner, ótimo meia, que pode não estar tendo o desempenho dos tempos de Cruzeiro, mas é inegavelmente qualificado e dá sorte contra o time da Azenha. Carlinhos e Bruno, os laterais, também não atuam. Jean também não. Mas o Flu tem 25 pontos, está pertinho de Atlético-MG (28) e Vasco (26). Não quer desgarrar dos primeiros.

Ao Grêmio, é dia de vencer com Olímpico cheio (neste ano, diante de mais de 30 mil pessoas, venceu o Bahia e perdeu para Palmeiras e Atlético-MG), ver se a zaga está preparada para encarar Fred e conquistar um resultado que lhe permita encostar no Flu, fixar-se no G-4 e começar a entrar na briga pelo título de vez. Ou, então, adiar esta entrada - pois, do jeito que vem jogando, vai chegar. Com vitória ou não hoje à noite.

Ponte Preta (9º, 15) x Sport (13º, 12): jogo entre duas equipes que vinham ameaçando fazer boas campanhas, mas caíram na real nas últimas duas rodadas. A Ponte, aliás, acaba de contratar o zagueiro Léo, aquele mesmo que foi vendido pelo Cruzeiro-RS ao Benfica. Não deve ter dado certo lá em Portugal.

Figueirense (18º, 8) x Internacional (7º, 19): Hélio dos Anjos e Fernandão são as novidades da casamata. O enfraquecido Inter tem sua melhor chance de vencer fora de casa nesta fase onde se vê muito desfalcado. O Figueira vem em crise, não ganha de ninguém há dez jogos e a tendência é de maioria de torcida gaúcha no Orlando Scarpelli. A vitória se torna ainda mais obrigatória diante do cenário de enfrentar o Vasco no fim de semana.

Vasco (2º, 26) x Botafogo (8º, 17): clássico muito interessante no Engenhão. Juninho e Seedorf, claro, são as atrações. No Fogão, Andrezinho deve ser titular no lugar de Fellype Gabriel. Pelo lado vascaíno, Felipe, pretendido pelo Flamengo, deve começar no banco de reservas.

Náutico (11º, 13) x Coritiba (16º, 9): o Náutico tem ido bem nos Aflitos e é favorito diante de um Coxa que até é mais time, mas ainda não se encontrou após a perda da Copa do Brasil.

Corinthians (12º, 12) x Cruzeiro (5º, 20): ótimo jogo. O campeão da América será um teste de fogo para o ajeitado Cruzeiro de Celso Roth. Mas, apesar da pior colocação na tabela, o Timão é o favorito.

Atlético-GO (20º, 5) x São Paulo (6º, 19): jogo para o São Paulo vencer e atingir uma sequência de duas vitórias consecutivas fora de casa antes de receber Flamengo e Sport, outros dois times batíveis, no Morumbi. Um triunfo é importantíssimo para trazer o time paulista ao G-4 e o trabalho de Ney Franco começar a engrenar. Não se espantem se o Tricolor Paulista encostar em Galo, Vasco e Flu nas próximas rodadas. A sequência é realmente fácil.

Comentários

Lourenço disse…
Torço pelo público de no máximo 30 mil. O excedente sempre é de corneta.