Saiu barato

Não havia muito tempo para sentir a perda da Copa do Brasil. O Campeonato Brasileiro é longo, mas não permite pequenas depressões. Três dias depois de cair para o Palmeiras, o Grêmio já precisava vencer o Flamengo, para duelar com o Atlético/MG por um lugar nas cabeças do campeonato e ir viajar com certa tranquilidade para os difíceis compromissos contra Cruzeiro e Santos, fora de casa, na sequência. E fez a sua parte.

O Flamengo chegou invicto a Porto Alegre, mas há tempos não vinha atuar na capital gaúcha com uma equipe tão fraca tecnicamente. Wellington Silva, Marllon, Magal, Hernane, entre outros, não poderiam ser titulares de um clube tão grande. O time carioca se defendia bem, e até incomodava algumas vezes também, especialmente quando o placar era 0 a 0. Mas não anulava as chances gremistas como fizera o Palmeiras, por exemplo.

O Grêmio ocupava o campo rubro-negro. Fernando foi um monstro: além de ganhar quase todas as divididas, levava o time à frente - já que Marco Antônio, mais uma vez, foi nulo. As melhores chegadas eram pela direita, com Souza e Edilson - até porque de Pará e Léo Gago nada saía. Mas a grande notícia foi a atuação da dupla de ataque. Aos 26, Kleber achou Moreno na área e o boliviano chutou no travessão. Aos 29, foi a vez do Gladiador acertar o travessão. Aos 33, em jogada excelente de Kleber, Moreno fez 1 a 0, chorado.

Mas foi no segundo tempo que se consolidou o massacre. O gol de Werley, em ótima antecipação no primeiro pau, fez 2 a 0 e escancarou as portas da defesa flamenguista. O Rubro-Negro tentava atacar, mas além de não levar perigo ficava exposto. Com Tony no lugar de Edilson, que foi para a esquerda no lugar do substituído Pará, o Grêmio tinha chegada forte pelos dois lados e era sempre perigoso, mesmo sem um meia criativo minimamente participativo. O resultado foi uma etapa complementar quase unilateral, onde o Grêmio perigosamente brincou de perder gols. 3 ou 4 a 0 teria sido um resultado bem mais correto que os 2 a 0 finais. A única má notícia foi a lesão de Marcelo Moreno, no fim do jogo.

Muitos foram os destaques individuais. Victor, Gilberto Silva e Werley foram seguros. Edilson foi bem na esquerda e na direita, e talvez abra lugar para Tony no time. O ex-lateral do Juventus chega fácil à frente, mas ainda peca nos cruzamentos. Contribui bem mais que Pará, no entanto. Fernando e Souza foram os donos do meio-campo, Kleber teve atuação que lembrou os bons tempos (embora tenha perdido gols feitos no segundo tempo) e Marcelo Moreno cresceu bastante após abrir o placar.

Semana que vem tem Ronaldinho, mas principalmente o Atlético/MG. A possibilidade de deixar o Galo para trás na tabela e ficar colado nos líderes é muito mais motivo para encher o Olímpico que rancores que já duram 11 anos.

Campeonato Brasileiro 2012 - 6ª rodada
24/junho/2012
GRÊMIO 2 x FLAMENGO 0
Local: Olímpico Monumental, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Wilson Luiz Seneme (SP)
Público: 18.601
Renda: R$ 326.548,00
Gols: Marcelo Moreno 33 do 1º; Werley 4 do 2º
Cartão amarelo: Tony, Fernando, Marllon, González e Aírton
GRÊMIO: Victor (7), Edilson (6,5), Werley (6,5), Gilberto Silva (6) e Pará (5) (Tony, intervalo - 6); Fernando (8), Souza (6,5) (Vilson, 18 do 2º - 5,5), Léo Gago (4) e Marco Antônio (4,5) (Rondinelly, 28 do 2º - 6); Kleber (6,5) e Marcelo Moreno (7). Técnico: Vanderlei Luxemburgo
FLAMENGO: Paulo Victor (6), Wellington Silva (4,5) (Botinelli, intervalo - 5), Marllon (4,5), González (5) e Magal (4) (Matheus, 34 do 2º - 5,5); Aírton (5,5), Luiz Antônio (5,5), Renato Abreu (4,5) e Ibson (5); Vagner Love (5,5) e Hernane (4) (Negueba, 18 do 2º - 4,5). Técnico: Joel Santana