Noite de decisões

Hoje é dia de dar folga para a Eurocopa e voltar a atenção para as competições clubísticas. A noite é uma das mais aguardadas do ano. Pena que os jogos sejam no mesmo horário.

Em São Paulo, o Corinthians tem a chance de fazer história e, enfim, chegar à sua primeira final de Libertadores. A coruja não está pelada como parece. A vitória por 1 a 0 sobre o Santos na Vila Belmiro foi ótima, traz a vantagem, mas é ilusório pensarmos que o Peixe está morto. Qualquer vitória hoje classifica o time da Vila Belmiro. Na pior das hipóteses, o 1 a 0 devolvido leva aos pênaltis.

É inegável, no entanto, que os números estão do lado corintiano. Se Cássio não levar gols, o Timão se classifica. Parece apenas uma frase de efeito, motivacional, mas o fato é que, nos mata-matas, o Corinthians ainda não levou gols, seja contra Emelec, Vasco ou Santos. A última vez que a equipe teve sua meta vazada na Libertadores foi há sete partidas, na vitória por 3 a 1 sobre o Nacional/PAR, fora de casa, dia 11 de abril. São 561 minutos, ou nove horas e meia sem ver o adversário comemorar.

Claro que Neymar tem capacidade para destruir, mesmo que venha em baixa nos últimos jogos. Mas não é só ele que existe. É muito tentador criarmos a ideia de que o Corinthians é um time coletivo e o Santos tem apenas um gênio, mas a situação é bem mais complexa. O Timão tem grandes jogadores, e o Peixe não é só Neymar. Virá completo, à exceção de Fucile: jogam Edu Dracena, Ganso, Arouca, Elano, Borges. E Muricy no banco.

Na Copa do Brasil, o São Paulo pode até ter mais individualidades que o Coritiba. Mas o Coxa tem mais conjunto, joga em casa e não tem uma desvantagem muito grande a ser tirada. Pode muito bem devolver o 1 a 0 ou vencer por dois gols de diferença. A projeção é que o time de Marcelo Oliveira parta para cima, e o Tricolor Paulista especule em contra-golpes. Tem tudo para ser um jogo mais aberto e interessante que o do Pacaembu, até por não ter a tensão adicional de ser um clássico regional.

Em tempo:
- O Grêmio faz bem em não dar discursos sobre "guerra", "jogo que vale o ano" e afins. O importante é mesmo focar o trabalho. A desvantagem em relação ao Palmeiras é muito grande, e uma muito provável eliminação não pode derrubar o grupo psicologicamente para a disputa do Campeonato Brasileiro.

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