Não podem passar as três?
A grande questão da tarde desta segunda era se haveria ou não marmelada no jogo de Gdansk. O fantasma de 2004 atormentava a Itália. Mas felizmente a Azzurra deixou de lado a preocupação com o jogo entre espanhóis e croatas e focou seu confronto com a Irlanda. Uma partida teoricamente fácil, teoricamente vencida, mas que podia tornar-se encardida justamente por conta disso.
O duplo 0 a 0 que classificava Espanha e Croácia perdurou 34 minutos, até Cassano abrir o placar em Poznan. Ali, italianos e espanhóis passavam, com os tetracampeões na liderança, por marcarem mais gols no confronto direto. E o chorado gol do time de Prandelli pôs fogo na outra partida: a Croácia estava ficando de fora, mas se fizesse um gol eliminaria a Espanha.
E houve chances: a Croácia marcou a Espanha bem demais. Quando isso acontece, o jogo fica normalmente chato: incapaz de chegar em toques rápidos, os espanhóis cozinham o jogo com passes laterais, sem nunca rifar a bola. É um mérito que o Brasil teve em 1994, por exemplo, sem tanto brilhantismo técnico, mas com mais objetividade. A Espanha demora demais a chutar. Mesmo assim, é o time que mais chuta a gol na Euro, em números absolutos, de tanto que fica com a bola.
A Croácia, no entanto, não se limitou a ficar atrás rebatendo as estocadas espanholas. Slaven Bilic montou um time rápido e muito objetivo, que ameaçou Casillas várias vezes. O milagre dele em cabeçada de Rakitic salvou a campeã do mundo da eliminação precoce. Modric foi uma fonte de talento no meio-campo, e Mandzukic é um melhores atacantes da atual Eurocopa. Um belo time, que infelizmente para por aqui.
Os gols no fim sacramentaram as vagas de Itália e Espanha. Golaço espanhol aliás, numa enfiada de extrema categoria de Fabregas, que terminou na conclusão raivosa de Navas, já dentro da meta. Mesmo com o 2 a 0 diante da Irlanda, a Itália cairia se os croatas fizessem o gol de empate. Sim, o gol espanhol pouco influcienciou a vida da Croácia no jogo. Foi só uma pá de cal simbólica.
A principal consequência do gol de Navas, na verdade, foi moldar o destino das quartas de final. A Espanha pega a vice-líder do Grupo D, que deve ser a Inglaterra, mas pode ser também a França ou, numa zebra, a Ucrânia. Dali sai quem pega República Tcheca ou Portugal nas semifinais. Os italianos devem pegar os franceses, uma reprise da final da Copa de 2006. E depois os alemães. Ou os gregos, claro.
Comentários
concordo que a grécia passar em vez da rússia é desproporcional e que a croácia merecia uma vaga. assim como outras seleções com bom futebol.
mas aí fica a questão: a Itália mereceu a vaga? Eu acho que não. Aliás a Espanha só ganhou o jogo roubando, pois houve um penalti claro para a Croácia segundos antes do gol espanhol, aquilo mudaria totalmente o jogo.
na minha opinião, a república tcheca é um dos times mais bem armados e se tivesse um pouquinho mais de qualidade na dupla de zaga e talvez um nome de peso do meio pra frente seria uma das grandes seleções da atualidade (acho que mesmo assim vai complicar os grandes na proxima fase)
abs.