Derrota na última batalha
A derrota do Grêmio passou em parte pelo baixo astral do jogo da última quarta. O Grêmio não jogou pior que seu adversário, mas nunca teve boa atuação. Luxemburgo tem razão ao apontar o mau gramado dos Aflitos como justificativa para a dificuldade no toque de bola. Mas muito da falta de troca de passes no meio gremista foi por conta de sua escalação inicial: um time cheio de atacantes, mas sem meia-cancha.
A opção pelo 4-3-3 foi duplamente infeliz: além de diminuir o poder de combate do meio-campo, deixou toda a criação a cargo do apagado Marco Antônio, que teve nova atuação raquítica. No 4-4-2 em losango, Marco é o único meia de ofício, mas Léo Gago e Souza têm liberdade para ajudar na criação, dividindo esta responsabilidade. Hoje, sem Fernando e Souza, Vilson atuou como primeiro volante e Léo Gago foi obrigado a ficar mais preso. Assim, o time ficou sem a figura dos parceiros dos laterais, que Souza e Gago desempenham muito bem, complicando a vida dos alas, de Marco Antônio e, por consequência, dos atacantes. Time com muito atacante nunca foi sinônimo de time ofensivo, mas sim de time desequilibrado.
O jogo foi fraquíssimo. O Náutico não criava nada porque evidentemente falta qualidade. A equipe tentou dezenas de bolas aéreas, todas tiradas pela zaga gremista - menos a do gol, claro. O Grêmio, por outro lado, teve menos posse de bola. Mas, mesmo sem articulação, foi mais perigoso sempre. Não criou chances claras, mas eram melhores que a do time pernambucano, pois tecnicamente é bem superior. Ainda assim, insuficiente para ganhar o jogo, como exige um campeonato por pontos corridos.
No fim, a expulsão de Grolli minou as chances de vitória. Embora seja um zagueiro extremamente limitado e que tenha jogado no lixo uma de suas últimas oportunidades de jogar pelo Grêmio ao levar cartão vermelho, o gol foi sofrido justamente num lugar onde ele deveria estar. A derrota é terrível para um time que briga por Libertadores. Durante a tarde, o Grêmio chegou a ter a perspectiva de terminar a rodada na liderança se vencesse, pois o Vasco perdia. Não só o Vasco não perdeu como o próprio Tricolor se encarregou disso. Fecha a rodada em 5º, fora da zona da Libertadores.
Menos mal que há dois jogos em casa na sequência. E que, enfim, Zé Roberto estreia. Kleber e Marcelo Moreno merecem mais e melhores assistências.
Em tempo:
- Última vitória do Náutico sobre o Grêmio havia sido em 1991, por 3 a 1. De lá para cá, foram nove jogos, com sete vitórias gremistas e dois empates. Todas as partidas ocorreram entre 2005 e 2009, o que torna a estatística um tanto enganosa.
Campeonato Brasileiro 2012 - 5ª rodada
17/junho/2012
NÁUTICO 1 x GRÊMIO 0
Local: Aflitos, Recife (PE)
Árbitro: Manoel Nunes Lopo Garrido (BA)
Público: 14.006
Renda: R$ 247.700,00
Gol: Ronaldo Alves 46 do 2º
Cartão amarelo: Kleber, Rondinelly e Marcelo Moreno
Expulsão: Grolli 34 do 2º
NÁUTICO: Felipe (6), Auremir (5), Gustavo (4,5) (Ramírez, 23 do 2º - 5), Ronaldo Alves (6) e Lúcio (5,5) (Cléverson, 16 do 2º - 5); Elicarlos (5), Derley (5,5), Souza (5) (Breitner, 16 do 2º - 5,5) e Martinez (5,5); Rhayner (4) e Araújo (5,5). Técnico: Alexandre Gallo
GRÊMIO: Victor (5,5), Edilson (5,5) (Tony, 29 do 2º - 5,5), Werley (5,5) (Grolli, 32 do 1º - 3), Gilberto Silva (5) e Pará (4,5); Vilson (5,5), Léo Gago (4,5) e Marco Antônio (4); Miralles (4,5) (Rondinelly, 18 do 2º - 5), Marcelo Moreno (5) e Kleber (4,5). Técnico: Vanderlei Luxemburgo
Comentários