Maduro e com um pé na semifinal
Luxemburgo, por sinal, teve uma de suas melhores participações como comandante do Grêmio nestes três meses de Estádio Olímpico. O time foi muito bem no primeiro tempo e, quando foi dominado, no início do segundo tempo, Luxa mexeu bem, mudando o rumo da partida em favor dos gaúchos novamente. O gol do Bahia, aos 20 minutos, foi um acidente de percurso, um contra-ataque puxado pelo interessante Gabriel e que só terminou em gol porque Gilberto Silva foi infeliz ao cortar, obrigando Victor a dar rebote para Júnior para evitar um gol contra.
Mais uma vez, o Grêmio marcou adiantado, no campo adversário, um futebol que só é possível para um time bem preparado fisicamente. Maduro, o Tricolor não se deixou abater pelo gol sofrido e continuou melhor, pressionando e criando chances. O empate também foi numa jogada casual, em bola resvalada na barreira na cobrança de Fernando, mas não foi um gol acidental, como o do Bahia: era fruto da superioridade gremista em campo.
Mas o Grêmio fez o gol e parou, deixando o Bahia crescer no segundo tempo. Com o fim da marcação adiantada, o time gaúcho deu campo ao adversário, que chegava, basicamente, nos levantamentos de bola aérea. Luxemburgo foi feliz nas substituições: vendo que Edilson estava sendo envolvido, colocou Fernando a auxiliá-lo, tirando o amarelado Souza para a entrada de Vilson. Leandro deu mais mobilidade ao estático ataque de dois centroavantes. Não foi coincidência o Bahia ter parado de atacar depois das mexidas.
Logo no primeiro chegada perigosa do segundo tempo, aos 27, veio o gol de Naldo, após rebatida de Lomba e chute cruzado de Marco Antônio. Dali em diante, foram várias situações criadas, no contra-ataque. O sistema defensivo, mais firme com a entrada de Vilson, não concedeu mais espaços sequer para os cruzamentos. E a importante vitória de virada foi garantida.
O resultado é ótimo e encaminha a classificação. Melhor que o placar, no entanto, foi a atuação madura e consciente apresentada pelo Grêmio. Nesta temporada, talvez apenas o Gre-Nal da Taça Piratini tenha sido melhor. Com uma marcação adiantada e firme, o Grêmio começa aos poucos consolidar um estilo de jogo, crescendo na Copa do Brasil justamente na hora decisiva. E o destaque, hoje, foi o coletivo: ninguém teve atuação brilhante, mas a equipe foi dominadora e mereceu a vitória.
Em tempo:
- Marcelo Moreno deve ser preservado em São Januário, e Luxa indica que outros desgastados (Léo Gago?) podem ficar de fora. Mas não convém poupar muita gente e perder uma rara chance de vencer o Vasco, que prioriza Libertadores, no Rio de Janeiro. Ganha o Brasileiro quem vence mais fora de casa.
Copa do Brasil 2012 - Quartas de Final - Jogo de ida
17/maio/2012
BAHIA 1 x GRÊMIO 2
Local: Pituaçu, Salvador (BA)
Árbitro: Alício Pena Júnior (MG)
Público: 11.807
Renda: não divulgada
Gols: Júnior 20 e Fernando 38 do 1º; Naldo 27 do 2º
Cartão amarelo: Titi, Diones, Gerley, Souza, Leandro e Edilson
BAHIA: Marcelo Lomba (5), Madson (sem nota) (Fabinho, 19 do 1º - 4,5), Rafael Donato (4,5), Titi (5) e Gerley (5); Fahel (5) (Morais, 29 do 2º - 5), Diones (5,5), Hélder (5) e Gabriel (6); Lulinha (4) e Júnior (5,5) (Vander, 33 do 2º - sem nota). Técnico: Paulo Roberto Falcão
GRÊMIO: Victor (6), Edilson (6), Gilberto Silva (5,5), Naldo (5,5) e Pará (5); Fernando (6,5), Souza (5) (Vilson, 20 do 2º - 6), Léo Gago (5) (Marquinhos, 29 do 2º - 5,5) e Marco Antônio (5,5); Marcelo Moreno (5) (Leandro, 20 do 2º - 5,5) e André Lima (5,5). Técnico: Vanderlei Luxemburgo
Comentários
Nenhuma Brastemp ainda, mas melhor atuação do Grêmio com visitante nesta Copa do Brasil. Em Fortaleza, depois do 2-0, o time caiu muito.
Fernando fora da seleção do Mano é um despautério. Está jogando muito. Seria titular fácil em quase todas as equipes do Brasil - e em muitas de fora também.
Me surpreendeu negativamente a fragilidade do Bahia. Nenhum poder de criação. Mesmo quando tinha o domínio das ações, fazia um abafa meio tosco, sem armar jogadas. Pode ter sido uma má jornada apenas, claro. Mas se o bicho é esse mesmo, Falcão vai ter trabalho para manter esse time entre os grandes.
O Leandro parece mesmo estar meio perdido, mas a gente não pode se esquecer que ele ainda nem tem 20 anos. Poderia nem ter feito estreia nos profissionais ainda.