Base à vista

Desde a derrota para a Alemanha em agosto do ano passado (que foi 3 a 2, mas devia ter sido bem mais), o Brasil está invicto. Jogou dez vezes e venceu nove. São oito vitórias consecutivas. Não há nada de muito empolgante nos adversários: um time B argentino, algumas seleções africanas, o México... Mas os números evidenciam uma melhora e indicam que Mano Menezes começa a fazer time.

Os últimos dois resultados foram ótimos: uma vitória por 3 a 1 sobre a boa seleção da Dinamarca e 4 a 1, fora de casa, sobre os Estados Unidos - time que havia vencido a Itália em Gênova e goleado a Escócia recentemente. A partir de Thiago Silva, Marcelo, Sandro, Oscar, Hulk, Neymar e Leandro Damião, Mano começa a montar um espinha dorsal jovem e interessante. A tal da renovação, que todos pediam em 2010, mas trocavam os pés pelas mãos na hora de iniciar.

Eu, que não considero Oscar um craque fora de série como muitos acham, dou o braço a torcer: ontem, ele mostrou mais que qualquer outro meia que tenha sido testado ali desde a África do Sul. Talvez animado com o final feliz de seu imbróglio jurídico envolvendo Internacional e São Paulo, o articulador colorado comandou a goleada em Washington com passes verticais, grandes assistências e ótimo senso de distribuição das ações ofensivas. Atuação para não sair mais do time. Isso incluindo o pós-Olimpíada.

Mano Menezes, como no Grêmio e no Corinthians, demorou para dar uma cara à seleção, mas sobreviveu ao pior momento da equipe e agora começa a conseguir resultados interessantes. Ainda é cedo para falar em favoritismo e em time consolidado, mas o crescimento nos últimos nove meses é visível. A base olímpica, que atuou ontem na capital norte-americana, tem tudo para ser também a base da Copa de 2014.

Ah: Ronaldinho não fez falta nenhuma. Nem no Flamengo faz mais, por sinal.

Em tempo:
- Boa vitória da Espanha sobre a Coreia do Sul, 4 a 1. A Suécia sofreu para bater a fraca Islândia, 3 a 2. A Romênia fez 1 a 0 na Suíça fora de casa e a Holanda bateu a Eslováquia por 2 a 0. Hoje é dia de Alemanha x Israel e França x Sérvia. É a Euro chegando!


Comentários

Lourenço disse…
Acho - e jogos como ontem comprovam - que o maior esquecimento do Dunga foi o Marcelo. O Neymar ainda era novo e muito menos maduro do que é hoje, mas o Marcelo já era um jogador com bagagem e o Michel Bastos nem era lateral.