Um choro anunciado, mas não menos dramático

O Flamengo está fora da Libertadores, como era provável. O mais difícil, imaginei antes do jogo, era vencer o bom time do Lanús, líder da chave. Foi o contrário: desinteressados, os argentinos levaram um gol logo aos 18 minutos e se desmobilizaram. Eram menos de 10 minutos do segundo tempo e o jogo já estava 3 a 0 no Engenhão. A partida que realmente importava era a de Assunção.

A noite foi uma loucura. A cada gol, mudava o classificado. Flamengo, Olímpia, Flamengo, Emelec, Flamengo e, por fim, no último lance, Emelec. Mas será que foi aos 48 minutos do segundo tempo no Defensores del Chaco que o Flamengo caiu fora da Libertadores?

Não, certamente. Chegar não dependendo de si próprio para se classificar é sintoma claro de coisa errada no meio do caminho. Muitos rubro-negros apontam o empate cedido no Engenhão para o Olímpia, em 3 a 3, como o culpado. Há, porém, a vitória que virou derrota, em Guayaquil, na semana passada. Os 3 a 2 que ressuscitaram o Emelec, que acabou se classificando. O time equatoriano, que até a quarta rodada era dado como morto, venceu Flamengo e Olímpia e está nas oitavas, finalmente, depois de tantos fracassos na primeira fase. 

A causa da eliminação do Flamengo está, acima das questões de um grupo equilibrado, no péssimo planejamento, para não dizer na falta dele. Patrícia Amorim trouxe Vagner Love como solução para todos os problemas. Ele realmente vem muito bem, mas e a articulação? O clube não assimilou a perda de Thiago Neves. Ronaldinho, em 2011, foi um coadjuvante do agora meia do Flu. Só não viu quem não quis, ou quem quis se enganar. Depender de um jogador tão inconfiável, e ainda atrasar seu salário (culpa da Traffic?) é dar sopa demais para o azar.

E o Olímpia, que liderava e parecia seguro após os 3 a 2 sobre o Flamengo, perdeu para Lanús e Emelec e caiu fora. Aos paraguaios, claramente a razão da eliminação está no setor defensivo, que nunca convenceu. Foram nada menos que 16 gols sofridos em seis jogos. Levou cinco gols do Fla em dois jogos, depois sofreu um 6 a 0 para o Lanús que comprometeu o saldo de gols e, por fim, levou três gols do Emelec em casa, dois deles de cabeça, em falhas grosseiras de marcação. O Olímpia, assim como o Flamengo, não soube segurar resultados favoráveis. Num grupo parelho, isso pesa muito.

E, àqueles que não gostam de futebol, um recado: vocês não sabem o que estão perdendo!