O futebol perde um pouco da classe
O time do Grêmio no céu já tem defesa quase completa. Lara e Everaldo foram há mais tempo. Ortunho nos deixou em 2004. E Aírton se foi ontem.
O amigo e leitor deste espaço Dodô Leite tinha uma entrevista marcada com Pavilhão para o último sábado, um encontro em que eu estava tentando me desvencilhar dos problemas de agenda para tentar acompanhar e participar. Na véspera, ele baixou hospital. Na terça, subiu aos céus. Além do sentimento de tristeza pela perda de uma figura tão importante do futebol brasileiro, nossa frustração é dupla, pois demos um grande azar: poderia ter sido o último depoimento de Aírton em vida. Esta é uma memória que se perdeu, agora.
Obviamente, não o vi jogar. Ele já tinha 48 anos quando nasci, encerrara a carreira 18 temporadas antes. Quem o viu, garante que nada se compara. Se alguém o viu e estiver passando os olhos por aqui, confirme esta impressão. Nunca precisou de faltas para se impor, nunca precisou usar o bico. Era firme no jogo aéreo, saía jogando com qualidade ímpar. Marcou Pelé. Jogou com Pelé. Deu chapéu em Pelé. Só não foi mais longe porque, na época, o acesso à seleção para jogadores de clubes fora do Eixo Rio-São Paulo era muito mais restrito que hoje.
Aírton tem o eterno apelido de Pavilhão por conta da troca de seu passe pelo pavilhão da Baixada, mas é sinônimo de Estádio Olímpico. Morava, até sexta passada, em frente ao Olímpico. Entrou no Grêmio no ano da construção do Olímpico. E nos deixa no ano da demolição do Olímpico. Talvez ele nem quisesse ver a cena do caldeirão da Azenha virando escombros e pó. E, modernidades da Arena à parte, ele não merecia passar por isso mesmo.
O amigo e leitor deste espaço Dodô Leite tinha uma entrevista marcada com Pavilhão para o último sábado, um encontro em que eu estava tentando me desvencilhar dos problemas de agenda para tentar acompanhar e participar. Na véspera, ele baixou hospital. Na terça, subiu aos céus. Além do sentimento de tristeza pela perda de uma figura tão importante do futebol brasileiro, nossa frustração é dupla, pois demos um grande azar: poderia ter sido o último depoimento de Aírton em vida. Esta é uma memória que se perdeu, agora.
Obviamente, não o vi jogar. Ele já tinha 48 anos quando nasci, encerrara a carreira 18 temporadas antes. Quem o viu, garante que nada se compara. Se alguém o viu e estiver passando os olhos por aqui, confirme esta impressão. Nunca precisou de faltas para se impor, nunca precisou usar o bico. Era firme no jogo aéreo, saía jogando com qualidade ímpar. Marcou Pelé. Jogou com Pelé. Deu chapéu em Pelé. Só não foi mais longe porque, na época, o acesso à seleção para jogadores de clubes fora do Eixo Rio-São Paulo era muito mais restrito que hoje.
Aírton tem o eterno apelido de Pavilhão por conta da troca de seu passe pelo pavilhão da Baixada, mas é sinônimo de Estádio Olímpico. Morava, até sexta passada, em frente ao Olímpico. Entrou no Grêmio no ano da construção do Olímpico. E nos deixa no ano da demolição do Olímpico. Talvez ele nem quisesse ver a cena do caldeirão da Azenha virando escombros e pó. E, modernidades da Arena à parte, ele não merecia passar por isso mesmo.
Comentários
Enquanto uns morrem, outros aproveitam o último dos anos 20 na vida. Te desejo parabéns pelo dia de hoje (agora sou eu mesmo enviando parabéns), com muito sucesso e desafios! Continue este ótimo jornalista que és. Tem a admiração deste 'anônimo' que acompanha teu trabalho há alguns anos.
Grande abraço e azar na secação hoje! auehauehauehae
Abração!
Quando estava na moda a montagem dos melhores times possíveis do Grêmio em toda a sua história, Airton aparecia em 95% das seleções. Penso que essa dose de nostalgia nos ajuda a esquecer os problemas atuais de time e elenco.
Belo texto e um parabéns atrasado pelo teu aniversário!