Derby do século

Difícil encontrar alguém que não queira ver Guarani x Ponte Preta no próximo domingo. Ontem, ambos os times de Campinas viraram notícia nacional ao eliminar Palmeiras e Corinthians, pelo mesmo placar: 3 a 2. Farão uma das semifinais do Paulistão, em jogo único, no Brinco de Ouro. A outra é São Paulo x Santos, no Morumbi.

A classificação da Ponte Preta foi mais sensacional que a do rival. Num jogaço no Pacaembu, o time de Gílson Klein dominou o poderoso Corinthians. O agora zagueiro Willian Magrão fez 1 a 0 de falta, num frangaço de Júlio César, e o bom centroavante Roger, ex-Guarani (e ex-Ponte também), ampliou. O Timão descontou, levou o terceiro (nova falha do goleiro), descontou de novo, mas não conseguiu empatar. O formulismo é injusto, mas proporciona jogaços que fazem até defensores dos pontos corridos, como eu, sentirem saudades do mata-mata.

O Guarani, a bem da verdade, não foi uma surpresa. O fato de ter jogado em casa já demonstrava que havia ido melhor que o Palmeiras na primeira fase. Há duas semanas, o Bugre fez 3 a 1 no time de Felipão com ampla superioridade, confirmada ontem. Fará o derby campineiro do século diante da Ponte.

Férias coletivas
O Flamengo é só fiasco. Agora, terá 28 dias de férias forçadas, que precisam ser bem aproveitadas para evitar um fracasso ainda maior no Campeonato Brasileiro. Para quem vinha sendo o bicho-papão no Campeonato Carioca (quatro títulos em cinco anos), não chegar à decisão de nenhum dos dois turnos é terrível. Pior: a equipe acabou eliminada nas duas semifinais pelo Vasco, outrora um freguês rubro-negro.

Os cruz-maltinos, que seguem tendo o time mais sólido (embora não o mais qualificado tecnicamente) do Rio de Janeiro, entram como favoritos diante do Botafogo na decisão. No entanto, embora ostente ampla vantagem sobre o alvinegro no histórico, o Fogão costuma ganhar as decisões que disputa com o Vasco. Mais um jogaço, num fim de semana de clássicos decisivos. Momentos onde os estaduais, enfim, ficam interessantes.

Só não precisava fazer os times grandes jogar por três meses contra equipes menores, em torneios longos e deficitários, para chegarmos nas finais que envolvem grande rivalidade. Fica tão chato que até os clássicos perdem público (ontem, o Engenhão recebeu míseros 15 mil torcedores).