Um susto e alguns testes

Houve o susto, menor que o da semana passada, mas o suficiente para deixar o Olímpico tenso por um tempo. Mesmo assim, o Grêmio novamente venceu o River Plate/SE e se classificou à segunda fase da Copa do Brasil. O fato de o adversário ter jogado com um homem a menos por 60 minutos sem dúvida colaborou, mas o time de Luxemburgo, mesmo sem jogar bem, criou chances e fez por merecer a vitória sobre o honrado time sergipano.

Luxa ensaiou na véspera um 4-3-3 que pouco foi visto em campo. Bertoglio não foi atacante; caiu principalmente como um meia pela esquerda. Discordo do técnico gremista quando ele diz que o time manteve o formato de losango no meio. Vi bem mais Marco Antônio caindo pela direita e formando uma linha com Bertoglio, à frente de Fernando e Souza. Concordo com Luxemburgo, porém, quando ele viu um time menos combativo no meio. Valeu à pena testar, mas seria bom retomar no próximo jogo o esquema com três volantes, que vinha dando muito certo.

O Grêmio começou pressionando. O gol sofrido na bola parada, na única chance real criada pelo River em todo o jogo, não chegou a causar problemas nos minutos seguintes. O Tricolor criou várias chances dos 12 aos 20 minutos, a melhor delas com Marcelo Moreno, de voleio. Depois, sim, vieram as dificuldades. A pressão diminuiu, o River começou a gostar do jogo e controlar o meio. O empate, no gol chorado de Moreno (apesar de quase errar de forma incrível, merecia marcar, pois era o melhor gremista em campo), veio em hora providencial. A expulsão de Lelê foi a pá de cal dos nordestinos.

O segundo tempo foi quase uma formalidade. O Grêmio começou massacrando, mas parava na bem postada defesa do River. Conseguiu a virada em boa jogada de Marquinhos para Werley, quando as pernas adversárias já pesavam demais. O terceiro, de Léo Gago, foi quase tão fortuito quanto o primeiro gol do jogo. O 3 a 1 traduz bem o que foi o jogo, mas foi um tanto cruel com um time tão honrado quanto este que veio visitar o Olímpico hoje à noite.

Um fato que ficou ainda mais escancarado hoje foi a falta de chegada dos laterais à linha de fundo. Gabriel colabora bastante ofensivamente, mas sempre puxa para dentro em vez de prosseguir pela lateral. Pará não chegou por limitações técnicas: destro, jogou pela ala esquerda. Tinha sempre de puxar a bola para seu pé preferencial, atrasando as jogadas. Pode atuar ali somente em caso de emergência, mas nada que ponha em dúvida a titularidade de Júlio César.

Em tempo:
- Bom público no Olímpico, tendo em vista o horário e o fato de o confronto estar praticamente decidido.

- Bem marcado, Bertoglio apareceu menos que em outros jogos.

Copa do Brasil 2012 - Primeira Fase - Jogo de volta
21/março/2012
GRÊMIO 3 x RIVER PLATE/SE 1
Local: Olímpico Monumental, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Célio Amorim (SC)
Público: 20.009
Renda: R$ 263.559,00
Gols: Lelê 11 e Marcelo Moreno 34 do 1º; Werley 33 e Léo Gago 39 do 2º
Cartão amarelo: Gilberto Silva, Léo Gago e Charles
Expulsão: Lelê 36 do 1º
GRÊMIO: Victor (4,5), Gabriel (6), Werley (6), Gilberto Silva (5) e Pará (5); Fernando (5,5), Souza (5,5) (Léo Gago, 12 do 2º - 6), Marco Antônio (5) (Marquinhos, 19 do 2º - 6) e Bertoglio (5,5); Kleber (5,5) e Marcelo Moreno (6,5) (André Lima, 25 do 2º - 5,5). Técnico: Vanderlei Luxemburgo (5,5)
RIVER PLATE/SE: Pablo (6), Fabiano (5,5), Fernando Belém (5), Thiago Papel (5) e Glauber (4,5) (Fabinho, 31 do 2º - sem nota); Charles (5,5), Fernando Pillar (4,5) (Misael, intervalo - 5), Wallace (5) e Almir Sergipe (5,5); Lelê (5) e Jonathan (4,5) (Claudinei, 25 do 2º - 5). Técnico: Luiz Carlos Cruz (5,5)


Comentários

Marcus disse…
O estranho foi deixar o J. Cesar no banco. Se for apenas para poupá-lo, tudo bem. Mas o histórico de escalar os "seus" jogadores do Luxa, me assusta.

Abraços

Marcus Staffen
Vicente Fonseca disse…
Júlio César parece que sentiu dores e foi poupado.