Os mistérios de lado a lado

A provável ausência de Dagoberto pode pesar mais do que parece. Com ele, o Internacional ganharia uma opção de velocidade e objetividade numa partida onde, certamente, atuará especulando, saindo na boa. É fato que ele não vem jogando bem, mas suas características encaixam perfeitamente na proposta de jogo que Dorival Júnior pensa para a partida de Manizales.

Deve jogar Tinga, recuperado, e que foi bem diante do Veranópolis. O Inter entrará mais resguardado: dois volantes, três meias, como nos tempos de Celso Roth. Oscar deve ser adiantado para o ataque, terá mais liberdade de movimentação. E a responsabilidade de puxar os contra-ataques. É um jogador veloz e habilidoso, que pode muito bem realizar este papel, embora não tenha a conclusão certeira que Dagoberto oferece.

O Once Caldas, por sua vez, também faz mistério. Se por um lado a escalação de Harrison Henao proporciona ao time um esquema mais ofensivo, por outro sua saída do jogo em Porto Alegre para a entrada do zagueiro Alvarez melhorou o time sobremaneira. Pompilio Páez tem pouco mais de 24 horas para pesar os prós e contras. Acredito que vá com Henao, e se for o caso o substituirá novamente. É o mais correto a se fazer mesmo.

É um jogo cheio de alternativas, mistérios, tensão. Uma decisão no começo de fevereiro. E os primeiros foguetes de 2012, para o bem ou para o mal.

Em tempo:
- Ninguém no Inter fala em altitude. Ótimo. Foco no jogo é o primeiro passo para o sucesso. Choramingar antes da hora traz nervosismo e aumenta um fantasma que nem é tão assustador assim - em Manizales são 2.200 metros, bem menos que em Quito, Cuzco, La Paz ou Potosí.

Comentários

André Kruse disse…
Interessante essa questão do efeito psicológico da altitude. Lembro de uma história do Macedo:

http://www.emcimadalinha.com.br/fabio/2012/01/23/quem-e-desumano/

"Em 1992 quando o São Paulo, enfrentou o San José nos 3.700 Mts da cidade de Oruro, o vôo fez escala na cidade de Santa Cruz de la Sierra (que está praticamente no nível do mar) e por um imprevisto, a equipe brasileira teve que passar um dia na capital crucenha, como o Mestre Telê Santana não gostava de dormir em serviço, aproveitou o dia em Santa Cruz para treinar a equipe em um campo alugado. Eis que em poucos minutos de treino o atacante Macedo de tanto ouvir falarem sobre os males da altitude boliviana e com muito medo de passar mal naquele clima “desumano”, sentiu uma falta de ar insuportável e dizendo que não havia ar nenhum para se respirar, desmaiou. Sim, ele desmaiou devido ao “ar rarefeito” de uma cidade que está na metade da altitude de São Paulo!!!",