O maior reforço

D'Alessandro fica. É uma tendência no futebol brasileiro: os clubes conseguirem segurar seus principais jogadores mesmo diante do assédio dos centros mais abastados financeiramente. Isso só é possível por dois motivos: a capacidade que os times nacionais têm em bancar a permanência dos ídolos e, fundamentalmente, pela vontade deles próprios em ficar aqui - o que só é possível se os salários são altos e pagos em dia, além, claro, da questão afetiva.

Trata-se do maior reforço para o Inter na Libertadores, maior até que a vinda de Dagoberto. Sem D'Alessandro, o jogo de quarta que vem seria já bem difícil. Enfrentar a Libertadores sem ele, pior ainda. Não é um jogador de desempenho regular nestes quase quatro anos de Beira-Rio. Teve altos e baixos. Tampouco foi o principal responsável, como algumas memórias seletivas andam espalhando por aí, pelo título sul-americano de 2010.

Mas é um jogador pelo qual passam quase todas as jogadas atualmente no Inter. De alta técnica, que pode decidir um jogo num lance, como fez contra o Once Caldas no Beira-Rio. Tem personalidade, ainda que as vezes extrapole. D'Alessandro é mais importante pelo seu presente que por seu passado no clube. Tê-lo em campo é ótimo, mas esta história toda serviu para alertar: depender só dele é problemático. Se o Inter seguir dependente, não ganhará a Libertadores. Em 2010, por exemplo, não era.


Comentários

Gustavo disse…
Só não entendi direito o seguinte: ele não teve responsabilidade no título de 2010??? Muito pelo contrário, foi um dos mais importantes sim.
Vicente Fonseca disse…
Discordo, Gustavo. Até as semifinais, foi totalmente coadjuvante. Quando foi substituído em Quilmes, no jogo com o Estudiantes, o time melhorou e chegou ao gol salvador, por exemplo. Nas semifinais e finais, jogou bem, mas longe de ser "o cara".

Na Sul-Americana de 2008, por exemplo, teve papel muito mais importante.
Lourenço disse…
Kleber, Alecsandro e Giuliano foram mais importantes que o D'Alessandro em 2010.
Prestes disse…
E Andrézinho. Melhor jogador do Inter na Libertadores, do início até as quartas-de-final.