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Se na segunda-feira Caio Júnior montou um Grêmio com 3 volantes, ontem o time que treinou em Bento Gonçalves parecia bem mais próximo do que o que entrará em campo na estreia do Gauchão, contra o Lajeadense, dia 21. Como era de se prever, Marco Antônio ganhou lugar na equipe após a boa atuação no coletivo de segunda. Para sua entrada, saiu um dos volantes, Fábio Rochemback, que parece com pouca moral com o novo comandante, ao menos neste começo de trabalho. No ataque, enfim, a dupla Kléber/Marcelo Moreno.

No entanto, mais coisas podem mudar. Grolli, por exemplo, destacou-se demais nos primeiros treinos. Mostrou velocidade e força física, características difíceis de se reunir num zagueiro. Não perdeu uma dividida, diz quem o viu. Pode virar titular, até porque Saimon e Vilson seguem formando dupla inconfiável. Em 55 minutos de treinos, levaram quatro gols. Foram duas derrrotas dos titulares, aliás.

Dá para tirar duas conclusões dos primeiros dois coletivos comandados por Caio Júnior. 1), o time atuará no 4-4-2. E, embora o primeiro time tenha sido formado com 3 volantes, será num 4-2-2-2. e 2), quem estiver em melhor momento, joga. Ao menos foi assim com Marco Antônio. Poderá ser com Grolli, Rochemback ou até mesmo o indignado Gabriel, que falou bastante, mas precisa jogar bem mais.

Lamentável
Renato Portaluppi usou a palavra certa. Paulo Odone foi lamentável ao alfinetar o ex-treinador. Tem feito isso desde que Renato saiu do Olímpico: joga a culpa nele por tudo de ruim que lá acontece, e sem que ele possa se defender. Foi assim em várias derrotas pós-Renato em 2011, e agora com o fato de a delegação voltar a Bento Gonçalves para a pré-temporada, ideia que o ex-técnico vetou, por conta da pré-Libertadores.

É curioso que um político tão experiente como Odone cometa tantas declarações desastrosas para sua própria imagem. Talvez seja uma raiva incontida, incontrolável, de Renato. Mas no alto de seus 70 anos, que completará em maio, o principal dirigente gremista precisa aprender, pois nunca é tarde para tal: atacar Renato o compromete demais perante a torcida. Nunca ajudará. Sempre será gol contra. E nem anunciar mais 25 jogadores do nível de Kleber na Arena apagarão a mancha de brigar insistentemente com o maior ídolo da história tricolor.

A única coisa que Odone conseguiu, além de afetar ainda mais sua reputação com os torcedores, foi desestabilizar um ambiente que era bom neste começo de ano promissor do Grêmio. Manobra juvenil de um homem tão experiente. Se Odone quiser ganhar a torcida, terá que ser inteligente e fazer as pazes publicamente com Renato. Duvido que o próprio Renato recusasse um pedido de desculpas. Mas duvido ainda mais que Odone largue esse orgulho doentio de lado e faça isso. Seria um baita golaço.

Comentários

Lourenço disse…
Não gostei de ter tirado o Rochemback para colocar o Léo Gago. Isso até poderia acontecer ao longo da temporada, mas não vejo nada no Léo Gago para fazer ele largar com vantagem nessa disputa. No mais, é isso, apostaria no Marco Antônio mesmo como terceiro homem no lugar do Marquinhos.

Na dupla grenal, em uma rápida análise, acho que o Inter ainda tem um time melhor que o Grêmio, sobretudo porque entrosado. O time do Grêmio ainda é teórico. Mas é a primeira vez desde 2003 que o Grêmio larga com um grupo melhor que o Inter. Grohe, Gilberto Silva, Marquinhos, Miralles, Gabriel, Leandro, Rochemback (Léo Gago), o Inter não tem tantas opções.
Vicente Fonseca disse…
Desconfio que o Léo Gago esteja melhor fisicamente.

E é isso aí, o Grêmio tem muitas opções, mas precisa formar time. Como eu sempre digo, um time bom deixa o grupo bom. E um time ruim piora o elenco também.
Kleiton disse…
O Odone não pode ser tão ingênuo. Talvez esteja conduzindo a situação para, oportunamente, fazer as pazes com o Renato e ganhar a torcida de vez - quem sabe perto das eleições.
Anônimo disse…
Vicente, o Odone não é ingênuo. É político, da corrente sustentada pela RBS. Bota toda a culpa nos outros. E a torcida vai na dele. Pelo menos a maior parte.
Vicente Fonseca disse…
Exatamente por não ser ingênuo que acho inexplicável essas críticas abertas ao Renato. Neste caso específico, a torcida não vai na dele, não.