Aqui, a qualidade. E lá?

A qualidade, de fato, decidiu. Foi com D'Alessandro em uma noite inspirada que o Internacional conseguiu passar pelo Once Caldas com vantagem mínima, mas importante. Um bom resultado, mas uma partida preocupante sob diversos aspectos. Afinal, embora seja começo de temporada e fique mais difícil cobrar, já há decisão semana que vem novamente. Não há tempo para grandes melhoras.

O primeiro passo para o Inter superar o Once Caldas é manter D'Alessandro no time até semana que vem, ao menos. Em uma de suas melhores atuações em quase quatro anos de Beira-Rio, o argentino escancarou, porém, um lado preocupante: a dependência que o Inter tem dele. Absolutamente todos os lances de ataque passaram por seu iluminado pé esquerdo. O gol de Damião, por exemplo, foi um passe de gênio.

O lado físico castigou mais o Inter que o Once Caldas. Talvez seja fruto do primeiro tempo extremamente intenso do Colorado, que tentou matar o jogo nos 45 iniciais. Não o fez: criou chances, sufocou o Once, merecia mais, mas não conseguiu. Em Manizales, com altitude (ainda que não tão madrasta), isso pode ser decisivo, mesmo que a equipe local não esteja também a plenos pulmões.

A atuação segura da defesa contrastou com erros de passe no meio. Bolatti alternou bons e maus momentos, enquanto Oscar pouco apareceu. O pior, de longe, foi Dagoberto: longe do gol, não levou perigo, tampouco se aproximou dos companheiros para tentar tabelamento. Parece travado. Mas seguirá titular, pois Marcos Aurélio entrou também mal no segundo tempo.

O Once Caldas freou o Inter a partir da saída do atabalhoado Harrison Henao, aos 32 do primeiro tempo. Mesmo assim, foi o Colorado quem deu as cartas nos minutos finais da etapa inicial. Só na volta do intervalo é que os colombianos passaram a ditar o ritmo das ações. E o ótimo jogo do primeiro tempo se transformou numa pasmaceira.

Não está definido, claro. O 1 a 0 não é preocupante, embora os colorados estejam desconfiados. O perigo está na não atuação de D'Alessandro, de quem o time é dependente, e de um provável cansaço. Se ocorreu à beira do Guaíba, a 2.200 metros do nível do mar pode perfeitamente se repetir, e aí ser fatal.

Copa Libertadores da América 2012 - Fase Preliminar - Jogo de ida
25/janeiro/2012
INTERNACIONAL 1 x ONCE CALDAS 0
Local: Beira-Rio, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Martín Vázquez (URU)
Público: 33.058
Renda: R$ 908.795,00
Gol: Leandro Damião 11 do 1º
Cartão amarelo: Oscar, Casierra, Acosta e Harrison Henao
INTERNACIONAL: Muriel (6); Nei (6), Rodrigo Moledo (6), Índio (6) e Kleber (6,5); Guiñazu (5,5), Bolatti (5), D'Alessandro (8) e Oscar (5,5) (João Paulo, 38 do 2º - sem nota); Dagoberto (4) (Marcos Aurélio, 17 do 2º - 4,5) e Leandro Damião (7). Técnico: Dorival Júnior (6)
ONCE CALDAS: Martínez (5,5), Ramos (4,5), Acosta (5), Amaya (5) e Casierra (5,5); Harrison Henao (4) (Alvarez, 32 do 1º - 5,5), Rivas (5,5), González (6) e Nuñez (5,5); Pajoy (5) (Del Valle, 40 do 2º - sem nota) e Cuero (4,5) (Beltrán, 15 do 2º - 5,5). Técnico: Pompilio Páez (5,5)


Comentários

vine disse…
Mas e a oferta que o Inter fez pra ele? Ouvi falar em R$700.000,00 por mês. Entre ganhar muito na China ou ganhar um pouco menos em Porto Alegre certamente ele ficaria. Até porque ouvi boatos que a esposa dele não quer ir de jeito nenhum.
Lourenço disse…
Não consegui ainda encontrar uma boa explicação para a derrota física do Inter ontem. Com a altitude e pelo demonstrado, ou o Inter mata cedo ou vai ter muitas dificuldades mesmo.
Vicente Fonseca disse…
Para mim, foi o ritmo imposto no primeiro tempo. O Inter não se dosou: jogou como se estivéssemos no meio do ano, a plenos pulmões, tentando matar o jogo cedo. Não conseguiu, e se cansou. Vai ter que dosar melhor na Colômbia.

Mas acho que a melhora do Once Caldas não passou só pelo físico, mas por uma postura diferente e por ter encaixado melhor a marcação no D'Alessandro.