Seis dias para o fim de 20 anos

Há 20 anos a torcida da Universidad de Chile espera pelo dia em que sua equipe conquiste uma competição internacional. Desde a conquista da Libertadores de 1991 pelo Colo Colo, os torcedores de La U se veem inferiorizados neste quesito. Esta sensacional equipe de 2011, considerada a melhor da história da Universidad, está prestes a diminuir esta distância. A Copa Sul-Americana pode não ser a Libertadores, mas o brilhantismo deste time dá sabor semelhante.

Afinal, a Universidad de Chile pode não ser a atual campeã da América, mas é a melhor equipe da América hoje, inclusive superior ao Santos, que está no Japão disputando o Mundial. A atuação em Quito derrubou vários tabus. O principal deles é a ideia de que a altitude é uma aliada que faz a LDU imbatível. Sem choramingar com os 2,8 mil metros acima do nível do mar da capital equatoriana, o time de Jorge Sampaoli não tem jogadores superdotados fisicamente, mas jogou de forma extremamente inteligente, valorizando o aspecto físico e eliminando desgaste desnecessário.

Foi mais uma atuação com solidez impressionante. A Universidad de Chile se defende com segurança (mesmo quando Johnny Herrera volta a ser o dos tempos de Corinthians), controla o meio-campo e ataca com objetividade e de forma eficiente, rápida e envolvente. Díaz, Aranguiz, Canales, Vargas, é difícil citar quem tem jogado mais nesta Sul-Americana. A LDU não conseguiu exercer sua tradicional pressão que já vitimou tanta gente no Casa Blanca. Não podia se expor muito, porque estava sob permanente ameaça chilena.

É cedo para dizer que a Sul-Americana está decidida. Há 33 jogos invicta, a Universidad de Chile aumentou seu favoritismo com o 1 a 0 conquistado hoje. Mesmo assim, a LDU já foi capaz de façanhas impressionantes nos últimos anos. Se é verdade que todas as conquistas da Liga vieram com vitórias sólidas em Quito na decisão, é também fato que este time tem se saído melhor como visitante do que outros de sua gloriosa história recente. A Universidad é favorita, e tem tudo para abocanhar seu primeiro troféu internacional quarta que vem. 

Basta seguir sendo a Universidad de Chile.


Seleção Carta na Mesa do Campeonato Brasileiro 2011
Antes que nos acusem de faceiros e ofensivistas por ser um time no 4-3-3, lembramos que o craque do campeonato, para nós, é um zagueiro. E que zagueiro.

É um time com apenas dois jogadores do campeão, o que reforça os méritos do técnico campeão. São, além dos dois corintianos, quatro vascaínos, um coxa-branca, um do Figueira, um tricolor carioca, um colorado e um santista.

Fernando Prass (Vasco): o mais regular goleiro do campeonato, levou quatro dos sete votos.
Fagner (Vasco): disputa apertada, mas vencida pelo bom lateral do Vasco, ótimo no apoio.
Dedé (Vasco): uma das três unanimidades na votação por posição, Dedé ainda foi escolhido craque do campeonato. Ficou empatado com Neymar, mas ganhou pela melhor colocação do Vasco na competição.
Emerson (Coritiba): principal líder da melhor temporada do Coritiba em muitos anos, foi o melhor zagueiro do Brasileirão. Até porque Dedé, convenhamos, virou hors concours.
Juninho (Figueirense): ganhou por ter sido mais regular que Cortês, do Botafogo. Seu destacado Brasileiro o fez trocar o Figueirense pelo Palmeiras, que o contratou nesta quarta.
Paulinho (Corinthians): lembrado também para craque do campeonato, ganhou fácil entre os volantes, com unanimidade.
Ralf (Corinthians): complementou muito bem o trabalho de Paulinho, chegando inclusive à seleção brasileira por isso.
Diego Souza (Vasco): a outra unanimidade. Também lembrado para craque do campeonato, fez sua melhor temporada desde que retornou ao Brasil, em 2007.
Neymar (Santos): nem jogou tantas vezes (25), mas destruiu em quase todas. Atuações memoráveis, inimagináveis. Mesmo sem decidir o campeonato, foi o atacante mais lembrado, com cinco votos.
Fred (Fluminense): vice-artilheiro, com 22 gols, fez um segundo turno mágico, levando o Flu a beliscar a ponta. 
Leandro Damião (Internacional): quem se importa se são dois centroavantes? Damião jogou mais que qualquer outro meia ou segundo atacante. 
Tite (Corinthians): o Corinthians foi campeão pelo coletivo. Ter só dois jogadores na seleção é uma prova disso. E coletivo funcionando é mérito do treinador. Ganhou cinco votos, contra dois da dupla vascaína Ricardo/Cristóvão.


Comentários

Lourenço disse…
Eu até fiz um comentário em voto que acabou não conseguindo ser lido no programa. Era sobre o Fred só jogar bem de novembro em diante e, assim, sempre acabar nas seleções de campeonato. Em setembro, ele tinha 4 gols no campeonato. Antes disso, tinha tido lesões, tomado 60 bebidas com Rafael Moura, pedido para não jogar contra o Inter. Em 2009, seu total descaso com o time serviu para aprofundar a crise e deixar em posição de virtual rebaixado, fazendo então gols "de novembro em diante" e virar salvador da pátria. Em 2010, não foi o principal nome do time campeão, papel esse de Conca que, ironicamente, jogou todos os 38 jogos.
Fred é uma máquina de fazer gols, mas não ganhou nada no Cruzeiro, não se firmou na seleção, mal fardou na Europa e é irregular no Fluminense. Tudo por absoluta falta de profissionalismo.
O brasileiro de Borges foi bem mais consistente.
Samir disse…
Pois é, como em toda seleção, sempre haverá divergência; mas acho q a de vcs representou mto bem o campeonato brasileiro que eu vi, exceto pelo nome do Fred. Concordo com o que diz o Lourenço: foi espetacular, foi, mas num curto espaço... regularidade é algo que eu considero essencial num jogador. O Borges foi mto bem durante a maior parte do torneio, por isso foi artilheiro.

De resto, amigos, parabéns pela escolha do Emerson, zagueiro do Coritiba e pela dupla de volantes do Corinthians. Existe um certo preconceito com ambos, pelo fato do mMano tê-los convocados, porém, foram sim os melhores da função no brasileirão. Tv, se tivessem dado chance mais cedo ao Fernando, do Grêmio, ele pudesse estar aí, mas só vingou na metade final da disputa.
Zezinho disse…
Lamentável três atacantes, sendo dois centroavantes.

Tão achando que é Elifoot? (ns)

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Já faz alguns anos que a Bola de Prata da Placar, apesar de ser o segundo prêmio mais 'coerente', pois faz uma média, dá a Bola no carteiraço, inflacionando algumas notas.

Esse ano, Paulo André, Marcos Assunção e $Pilantra$ se aproveitaram disso. Rogério Ceni, em outros anos, também.

Mas o mais emblemático foi em 2009. Ao fim da 37ª rodada, Adriano e Petkovic tinha rigorosamente a mesma média. Daí, no último jogo, Pet joga bem e cobra o escanteio pro gol do título; Adriano é anulado por Leo e Thiego.

E a Bola de Ouro foi pro Adriano
Chico disse…
Ao contrário de muitos times que já chegam cansados em Quito, la U jogou pra vencer e... venceu.