Escolham a grandeza
Fundamentalmente, não há nada de "Grêmio" em trazer o Mazembe para Porto Alegre. Há, sim, muito de "Inter". O Grêmio, a exemplo de seu rival, é campeão do mundo e bicampeão da Libertadores. Tem uma sala repleta de troféus e uma história recheada de momentos gloriosos. Se quisesse, o tricolor poderia escolher dezenas de adversários seus em grandes finais que vivenciou, todos clubes imensos, do tamanho do Grêmio: Flamengo, São Paulo, Independiente, Boca Juniors, Corinthians. O Nacional uruguaio e o Internacional, por exemplo, foram adversários no torneio de inauguração do Olímpico. Clubes do porte do Grêmio, que engrandeceram a história do tricolor e enriqueceriam a história de seu novo e moderno estádio.
Lindo ia ser os gremistas acompanharem um Grêmio x Ajax em 30 de novembro de 2012, quando o estádio for entregue. Uma revanche de 1995 faria o estádio lotar. Ou um revival dos três títulos mais importantes da história do clube, em duelos contra Hamburgo, Peñarol e Nacional de Medellín. Isso sim seria um tributo ao Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense e a seu torcedor. Um estádio e um torneio inaugural que os gremistas realmente merecem.
A derrota do Inter para o Mazembe foi engraçada aos olhos azuis, em grande parte, porque o clube africano tem porte muito menor que o Colorado. Convidando o valoroso (e, na África, imenso) time congolês, o Grêmio estaria se colocando em um nível ainda menor. Se o Inter deu fiasco perdendo para o Mazembe, o Grêmio daria fiasco convidando-o para inaugurar seu novo estádio. Seria um tributo ao fracasso alheio, e não à grandeza do clube, que anda tão esquecida nos últimos anos.
O fiasco seria ainda maior se o Grêmio perdesse para o time africano, como fez o Inter. Ou, então, se convidasse o Náutico para o torneio de inauguração. Se bem que, se cogitaram mesmo o Mazembe, eu não me surpreenderia. Ficaria apenas ainda mais triste diante de tanto pensamento pequeno.
Grupos desparelhos
Colocar cabeças de chave fracos, como os anfitriões Ucrânia e Polônia, é correr o risco de grupos tecnicamente muito díspares. Foi o que ocorreu no sorteio da Eurocopa 2012, realizado ontem.
No Grupo A, nenhum candidato ao título, mas todos com chances de ser pedras no sapato. Apenas esquadras da Europa Oriental: a anfitriã Polônia, Grécia, Rússia e República Tcheca. Muito equilíbrio e pouco brilho. A chave B é o outro lado da moeda: só seleções fortes. Azar de Portugal e Dinamarca, que devem sucumbir diante das favoritas ao título Alemanha e Holanda.
O Grupo C, longe de ser fácil, é ao menos um tanto previsível. Espanha e Itália são melhores que Irlanda e Croácia e será surpreendente se não seguirem adiante. Já no D, a dona da casa Ucrânia deu azar. Vai ter que jogar muito para superar França, Suécia e Inglaterra. Os ingleses são os favoritos, e o resto é o resto.
Comentários
O que eu penso, porém, é no completo absurdo da divulgação dessa ideia. Quando tuitaram a matéria eu pensei: "cara, não é possível, algum jornalista colorado inventou essa história para incendiar o vestiário do Inter". Fiquei realmente chocado quando vi que a ideia partiu DO PRÓPRIO GRÊMIO! Tipo, tem SETE jogadores pós-Mazembe no Inter, e o TREINADOR do Mazembe é o mesmo treinador do Grêmio no Gre-Nal. Ao mesmo tempo que isso depõe CONTRA o Roth, imaginem o efeito que essa bobagem terá no vestiário do Inter, a exemplo do que aconteceu no Gauchão! Antes de um Gre-Nal que o Grêmio coloca como PRINCIPAL OBJETIVO DO FIM DO ANO!
Não cabe tanta burrice. Em qualquer empresa séria seria motivo de demissão sumária e censura pública um dirigente que fala coisa dessas.
E sim, acho que o Mazembe seria um adversário mais digno para inauguração do novo Beira-Rio que para a da Arena, justamente para ir nessa ideia de que foi um grande adversário, etc. Embora eu considere que, a exemplo do Grêmio, o Inter poderia trazer adversários vencidos com grandes finais, como Barcelona, Estudiantes, Independiente, Chivas, etc.
Mas passou perto nas três, cara.
Sobre a Arena, ja' dei minha opiniao: Nacional (URU), Porto (POR) e Hamburgo (ALE). O Gremio e' originariamente um clube de alemaes e portugueses. O Uruguai e' como parte de nos, gauchos. Sorteia-se os jogos. Dois dias: semis e finais.
E, se quiserem selecoes, eu abriria com um Argentina-Uruguai, e um jogo do Brasil contra algue'm.
Como de costume, a agressão do primeiro comentário é completamente gratuita
Mas no fim, é que nem toda flauta: se o momento é bom, é bem humorado. Se é ruim, é patético como o Fernando Carvalho, logo após o nebuloso Paysandu x Inter, lembrar que o Inter era o único clube gaúcho que nunca tinha caído.
Grêmio x Peñarol seria a partida inaugural perfeita, na minha opinião. Mas seria legal enfrentar um grande clube qualquer, mesmo desvinculado da nossa história, tipo LDU, por ex.
que tal um Seleção Gaúcha x Seleção Brasileira?
Ou Argentina, Uruguay, Paraguay, Chile?