19 mobilizações

Mais uma vez, o Campeonato Brasileiro será decidido na última rodada. Desde 2008 o campeão não consegue dar a volta olímpica de forma antecipada. Em 2011, não apenas a disputa entre Corinthians e Vasco se decidirá domingo que vem: as duas vagas que restam à Libertadores, as duas para a Sul-Americana e as duas para a Série B também só terão definição daqui a uma semana. Todas as 10 partidas têm importância, e nenhuma poderá ser realizada em horário alternativo. Dos 20 times, só 6 não disputam mais nada - mas cinco deles jogam clássicos contra rivais que precisam do resultado. Ou seja: 19 equipes entrarão com tudo. Só o América/MG entra de completo sangue doce.

A disputa pelo título foi um eletrocardiograma. O Corinthians foi pressionado pelo Figueirense durante todo o primeiro tempo. Não virou o intervalo perdendo por detalhe. Assim tem sido sua campanha: um time matreiro, que se defende bem e é mortal quando tem a chance. O time de Tite não dá espetáculo, tampouco joga bem, mas é eficiente. Alex, em jogada individual, deixou Liédson livre para fazer o gol da vitória, que era o gol do título, já que o Vasco empatava com o Flu.

O jogo do Engenhão, ao contrário do de Floripa, tinha o postulante ao título jogando melhor e criando chances. Um jogaço, ainda mais que o Fluminense mantinha remotas chances de brigar pelo bicampeonato. O gol de Liédson obrigava o Vasco a fazer o seu para chegar vivo domingo que vem. Alecsandro, aos 31 do 2º, botou água no chopp corintiano, que via sua torcida comemorar já o título no Orlando Scarpelli. O empate de Fred, aos 38, sete minutos do fim, dava de novo o título ao Timão. Loucura da Fiel, não fosse Bernardo, aos 45, adiar a confirmação do campeão para o próximo final de semana.

Corinthians ou Vasco? Metódico, o Timão segue favorito. Precisa empatar com o Palmeiras para não depender do resultado do clássico carioca. Mas o Vasco, mais uma vez, provou que o time do ano no Brasil. Obstinado, raçudo, sanguíneo, evitou sua "morte" no último instante. Não é de se duvidar que conseguirá - mesmo que o Corinthians só precise de um empate e seu rival, Flamengo, ainda precise de pontos.

Libertadores: um prêmio a quem vence
Dos seis times que disputam vaga na Libertadores, só dois venceram: Flamengo e Coritiba. Não à toa, são os dois que estariam se classificando hoje. O rubro-negro passou apuros com o Inter, foi dominado em boa parte do jogo, mas o vacilo de Rodrigo Moledo diante de Ronaldinho, por pior que seja sua fase, é sempre fatal. O Fla pode empatar com o Vasco que garante vaga. O Inter precisa vencer o Grêmio e secar Coritiba ou Flamengo.

De resto, só vacilos. O Botafogo foi uma piada: levou 4 a 0 do Atlético Mineiro, agora livre da queda, e ainda mantém chances, por incrível que pareça. O São Paulo perdeu para o Palmeiras e também deixou escapar a possibilidade de encaminhar a vaga. Serve de alerta ao Corinthians para o clássico do domingo que vem. Diante de tantas vaciladas, o Coritiba saiu lá de atrás e assumiu lugar no G-5: aos 40 do segundo tempo, venceu o lanterna Avaí por 1 a 0 no Couto Pereira e chega ao 5º lugar. Enfrenta o desesperado Atlético Paranaense na Arena. Mais um jogaço.

Ninguém cai
O Cruzeiro chegou a estar na zona de rebaixamento no primeiro tempo e matematicamente livre da queda no segundo. No fim das contas, entregou o empate para o Ceará (2 a 2) e entra na rodada derradeira ameaçada. O rival Galo já está livre, mas entrará babando para rebaixar o rival e garantir vaga na Sul-Americana. Com 40 pontos, o time de Mancini precisa vencer para não cair. Empatando, só cai se o Ceará vencer o Bahia em Salvador. Já o Atlético Paranaense só se salva vencendo o Atle-Tiba e torcendo por derrota do Cruzeiro e, no máximo, empate do Ceará.

A despedida
O empate em 2 a 2 com o Atlético Goianiense só faz do Grêmio notícia por um motivo: a garantia de vaga na Copa Sul-Americana. O outro destaque é uma tendência: Celso Roth não continua em 2012. Além do péssimo final de ano, já apresenta desgaste fortíssimo com a torcida. Após a partida, jogou a culpa dos atletas pelo empate cedido, quando ele próprio trouxe o time para trás com uma substituição defensivista. Fim de ciclo.