Deprê de fim de domingo

O torcedor colorado tem toda a razão de estar frustrado neste final de domingo. Afinal, não faltam motivos: o Inter empatou em casa com o Coritiba. Criou muito mais chances de gol, merecia melhor sorte. E, com estes dois pontos perdidos, deixou de terminar a rodada na zona de classificação à próxima Libertadores. Explicações de sobra para uma segunda-feira de cabeça inchada.

O gol de Oscar logo na saída dava a impressão de um passeio para os mais apressados. O 1 a 0 de cara mudava toda a perspectiva do jogo: o Coritiba, que viera para especular, teve de propor o jogo, e vice-versa o Inter. O primeiro tempo foi de posse de bola de 60% dos paranaenses, mas chances de gol sendo exclusividade dos gaúchos. Só Leandro Damião perdeu duas que não costuma: aos 25, livre após grande jogada de Kleber, chutou para fora; aos 32, antecipou-se à zaga em cruzamento de Dellatorre, mas a bola bateu no poste. O Coritiba teve duas chegadas, ambas sem relevância. Rondou a área demais e chutou de menos.

O segundo tempo, ao contrário, começou com gol do Coxa. A bola aérea segue sendo problema colorado. Logo aos 2 minutos, Émerson subiu mais que todo mundo e empatou. O jogo voltava a ser como estava previsto: o Inter no ataque, o Coritiba tentando surpreender nos contra-ataques. Porém, o máximo que o alviverde conseguiu foi não perder. Não criou mais chances depois disso. Nem antes do empate, para falar a verdade. A única foi mesmo o gol.

A primeira boa chegada vermelha veio aos 17, no pênalti sofrido por Damião e desperdiçado (mais um) por Kleber. As outras duas boas chances vieram com o único jogador realmente vertical do time: Oscar. Mesmo um tanto individualista, era o único que criava perigo num meio-campo recheado de gente que toca a bola para o lado. Ou seja: o Inter, no segundo tempo, chegou poucas vezes com perigo. O fato de ter a bola perto da área adversária o tempo todo engana, mas a verdade é que o time foi pouco vertical. No primeiro tempo, sim, jogou bem.

O resultado é ruim porque ocorreu em casa e foi uma chance desperdiçada de entrar no G-5. Porém, é bom lembrar que o Coritiba, caso tivesse vencido o jogo, estaria à frente do próprio Inter na tabela. Não é um time qualquer: é um dos mais organizados e consistentes do país em 2011. No entanto, ficou devendo futebol em Porto Alegre. O que dói é que, mesmo jogando pouco, foi o suficiente para segurar o Inter em pleno Beira-Rio.

Campeonato Brasileiro 2011 - 24ª rodada
18/setembro/2011
INTERNACIONAL 1 x CORITIBA 1
Local: Beira-Rio, Porto Alegre (RS)
Árbitro: Sandro Meira Ricci (DF)
Público: 20.360
Renda: R$ 296.150,00
Gols: Oscar 1 do 1º; Émerson 2 do 2º
Cartão amarelo: Ilsinho, Émerson, Tcheco, Vanderlei, Rafinha e Lucas Mendes
INTERNACIONAL: Muriel (5), Nei (6), Rodrigo Moledo (5), Juan (5) e Kleber (5,5); Guiñazu (6), Elton (5,5), Andrezinho (5,5) (Jô, 32 do 2º - sem nota) e Oscar (6,5); Dellatorre (4,5) (Ilsinho, 12 do 2º - 5,5) e Leandro Damião (6). Técnico: Dorival Júnior (5,5)
CORITIBA: Vanderlei (7), Jonas (6), Luccas Claro (5,5), Émerson (5,5) e Lucas Mendes (4,5); Leandro Donizete (6), Willian (5), Tcheco (5) (Gil, 45 do 2º - sem nota) e Rafinha (5,5); Marcos Aurélio (5,5) (Everton, 21 do 2º - 4,5) e Bill (5,5) (Caio Vinícius, 33 do 2º - sem nota). Técnico: Marcelo Oliveira (5,5)