Menos brilho, mais eficiência
Barreto falha no gol de Zé Eduardo: noite desastrosa para o goleiro do Cerro Porteño |
Em dado momento do segundo tempo, contávamos 16 conclusões do Cerro Porteño, contra 3 do Santos. O placar do jogo, em vez de massacre paraguaio, era 3 a 2 para o time paulista, que só seria eliminado da Libertadores se sofresse a virada para 5 a 3. Precisaria levar outros 3 gols, portanto, o que obrigaria o Cerro, mantida a média de arremates, a mais 24 chutes contra Rafael.
Um exagero, claro, mas que sintetiza bem o que foi a partida: o Santos extremamente eficiente, apostando na qualidade individual para resolver após se segurar atrás. O Cerro Porteño, por outro lado, só alcançaria seu objetivo na base da persistência. Foi obrigado a isso desde o início. Os jogadores paraguaios deixaram o Pacaembu comemorando a derrota por apenas 1 a 0. No entanto, a "tranquilidade" de ter 90 minutos para buscar o golzinho que empataria a série foi por água abaixo logo aos dois minutos, no gol de Zé Eduardo. O primeiro lance relevante da partida mudou sua história.
Como bem apontou Mauro Cezar Pereira, o Santos nunca esteve a um gol da eliminação na noite de hoje. Houve pressão, fumaceira, jogo duro, mas sempre uma tranquilidade como pano de fundo. O segundo gol, do bom zagueiro Benítez (não se enganem com a má atuação de hoje, fez boa Libertadores e ajudaria a quem precisa de um defensor no Brasil) contra, numa falha bizarra do goleiro Barreto, foi a síntese do nervosismo que tomou conta do Cerro, que entrou em campo para buscar um gol e se via, em pouco tempo, obrigado a fazer quatro.
Boa parte da culpa recai sobre Leonardo Astrada. Os bons momentos do Cerro Porteño na Libertadores foram com Iturbe e Nanni em campo. Hoje, e em várias partidas recentes, ambos foram reservas. Não à toa, o time paraguaio viveu seu melhor momento no primeiro tempo quando o jovem rápido entrou de fato no jogo. Inclusive o jogo em que o Cerro Porteño deixou de matar o Santos na primeira fase (derrota em Assunção, por 2 a 1), foi um dos primeiros com tal incompreensível medida. Olhando para trás, talvez o Cerro não tenha sido eliminado pelo Santos por causa de hoje ou de quarta passada, mas sim por conta daquela partida, válida pela quinta rodada da fase de grupos.
De todo modo, foi uma atuação bastante segura do Santos, que teria a cara de time campeão da Libertadores não fosse o segundo tempo decepcionante. Para quem tinha curiosidade sobre como o ofensivo time santista encaixaria nas mãos do cauteloso Muricy Ramalho, vemos isso claro hoje: é um time que consegue aliar a alta técnica de seus jogadores ao pragmatismo e organização de seu técnico. Não é uma equipe tão brilhante quanto a do ano passado, mas é ainda mais eficiente. Neymar, com uma tarefa mais funcional, é uma arma espetacular, que nenhum outro time dispõe na América do Sul atualmente. Peñarol ou Vélez Sarsfield terão trabalho para evitar que o Brasil tenha seu segundo tricampeão sul-americano.
Mas a recíproca é verdadeira, antes que alguém se empolgue muito.
Foto: AFP.
Comentários
Primeira bola do jogo, zagueiro fica mano a mano com Neymar, do lado da área, entra lotado, faz a falta e leva o gol.
Não sei como jogador de futebol consegue ser tão burro. Era uma jogada cantada. Ameaça o bote, mas acompanha o cara até à linha de fundo, que alguém fará a cobertura.
Mas não. A imundícia tem que ir lá e atorar as pernas do atacante ¬¬
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Como disse meu tocaio, Cerro deu uma de Grêmio'97. A história se repete como tragédia
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Contra o Peñarol, Santos é favorito e leva; contra o Velez, páreo duríssimo
OUSO dizer que é o contrário...
Santos NÃO será campeão. Sem mais.