Sábado à noite, hora de dormir

Tinga jogou bem como meia, à frente dos volantes

SANTOS 1 x 1 INTERNACIONAL
Quem deixou de jantar fora para assistir ao jogo da Vila Belmiro, o primeiro do horrendo horário de sábado à noite, certamente se arrependeu e não repetirá a dose tão cedo. A estreia no Campeonato Brasileiro de Santos e Internacional foi sonolenta, morna, enfadonha. Um jogo de pouca qualidade técnica, poucos lances de emoção, sem andamento interessante e um empate insosso, ruim para o Colorado.

A impressão que se tem após a partida é a de que o Internacional simplesmente nunca vai conseguir quebrar o tabu de vencer o Santos na Vila Belmiro. Com um time repleto de reservas (o único titular é o mais fraco dos 11, o lateral Pará), pensando na Libertadores e com estádio vazio, nem assim o Peixe foi vencido. Dentro do que poderia e do que se propôs a fazer na partida, foi melhor que a equipe de Falcão. Porque para o time da casa qualquer ponto era lucro. Ele veio, e num jogo de equilíbrio, embora a iniciativa fosse sempre gaúcha.

A exemplo do que ocorre desde o final da Libertadores do ano passado, o Internacional foi um time que teve a bola demais nos pés, mas foi pouco efetivo com ela. O lado preocupante da atuação foi que enfrentou uma equipe tecnicamente bem inferior, mas que bastou a ela se fechar para anular os espaços e as alternativas coloradas. 46 erros de passes é um número altíssimo. O pouco de inventividade que teve o Inter veio com Tinga, em sua melhor atuação desde que retornou ao Beira-Rio, há nove meses. Atuando como meia aberto pela direita, arrancou sempre em velocidade, protegido pelos dois volantes argentinos, e deu muito trabalho ao Santos.

Outro que jogou bem foi Zé Roberto. Além do gol, participou bem da partida. Numa jogada ensaiada no segundo tempo, desmarcou-se com facilidade numa cobrança de falta e quase marcou o gol da virada. Foi muito melhor que Oscar (que, diga-se, teve o mérito de construir a jogada do gol), que prendeu demais a bola e não se encontrou aberto pela esquerda. Além de Oscar e do inseguro Daniel (pênalti desnecessário), chamou a atenção a partida fraca de Bolatti. Lento, errou passes e domínios fáceis. Parece um tanto perdido nos últimos jogos.

Sobre o Santos, pouco a comentar. É um time emergencial, que só atuará enquanto os titulares disputam o título da Libertadores. Keirrison, apesar de ter batido bem o pênalti, vem nitidamente sem confiança. Aliás, este sim seria um bom jogador para o Grêmio trocar por Borges, muito mais que um Marquinhos para 2012 ou um Domingos (!) para agora. Recuperar jogadores qualificados em descrédito é histórico no Olímpico.

ATLÉTICO/MG 3 x 0 ATLÉTICO/PR
O Atlético/MG mostrou um bom time em sua estreia. Magno Alves foi oportunista, Renan Ribeiro seguro no gol, Réver soberano e classudo como nos tempos de Grêmio. Goleou com naturalidade um Atlético/PR muito mais fraco que o de 2010, que começa o campeonato como candidato ao rebaixamento. O Galo, ao contrário, vem para brigar por Libertadores. Tem condições de fazer boa campanha.

Sábado movimentado na Azenha
Na véspera da estreia do Campeonato Brasileiro, o Grêmio anuncia a contratação de Gabriel em definitivo e, novidade ainda maior, do argentino Miralles. Quando tudo parecia certo entre Santos e Colo Colo, a direção tricolor conseguiu agir rápido e trazer este bom jogador para o Olímpico. Do pouco que vi, Miralles lembra um elo perdido entre Jonas e Maxi López, para ficarmos entre dois jogadores conhecidos dos gremistas: é bom definidor como o primeiro (embora marque menos gols), mas mais trombador e de referência, porém não tanto como o segundo. Não é um artilheiro, mas pode compor um ataque poderoso com André Lima.

Ou seja: o Grêmio está, em princípio, trazendo um segundo atacante, que se movimenta. Colocá-lo como centroavante será um erro. Até tem presença na área, mas funciona melhor com uma camisa 9 ao seu lado.

Ainda sábado
Grande vitória do Vasco, 3 a 1 sobre o Ceará em Fortaleza. Perdia até 32 do segundo tempo, mas conseguiu a virada em cerca de 10 minutos. O Flamengo aproveitou-se do momento do Avaí, que respira Copa do Brasil, e aplicou 4 a 0, com autoridade.

Hoje é dia para alguns grandes jogos: Grêmio x Corinthians, Palmeiras x Botafogo, Fluminense x São Paulo. E duas voltas tão esperadas num jogo só: América/MG x Bahia.

Foto: Wander Roberto/Vipcomm/Divulgação.