O peso de um pentacampeão

Gilberto Silva vem para resolver alguns problemas. O primeiro deles é a experiência, algo que anda faltando ao Grêmio. Com ele em campo, talvez o time não sofresse as duas últimas viradas, contra Internacional e Corinthians. É um jogador que dá maturidade à meia-cancha, ao setor defensivo e de resto a todo o time. Um jogador que chega para encorpar o elenco, dar profundidade a ele. Exerce uma liderança incontestável. Certamente ajudará Renato neste sentido. Pode inclusive se tornar capitão, por mais que Fábio Rochemback seja hoje o principal nome do time em termos anímicos.

Outro benefício imediato, além do marketing que um pentacampeão proporciona, é o físico. Trata-se de um jogador de porte, forte na bola aérea. No último domingo, o Grêmio tinha em campo vários jogadores pequenos ou de média estatura. Nem mesmo alguns de seus zagueiros são avantajados. O time ganhará, além de respeito, em estatura.

Aos 34 anos, Gilberto Silva fez uma boa Copa do Mundo em 2010. Sinal de que ainda tem lenha para queimar. Chega ao Olímpico numa etapa semelhante à que Mauro Galvão vivia quando desembarcou pela primeira vez na Azenha, em 1996. Vem para ser primeiro volante, o guardião da zaga, até o final de 2012. Certamente deslocará Rochemback para a segunda função, sua função origem - por mais que tenha se encontrado mesmo no Grêmio como primeiro homem.

Projetar uma meia-cancha com Gilberto Silva, Fábio Rochemback, Lúcio e Douglas é pensar num dos melhores meios do Brasil para esta temporada - isso se outros reforços não vierem. Se dentro de campo as coisas andam mal, o alento vem fora dele. O Grêmio começa a se reforçar bem para o Campeonato Brasileiro. Ainda faltam algumas peças: um reserva para Douglas (talvez esteja entre os jovens da base) ou que dispute a posição com Lúcio, no mínimo um zagueiro de alto nível, um lateral esquerdo confiável, mais um atacante. Mas já é um ótimo começo.