Sem sobressaltos
Foi uma jornada pouco brilhante, mas bastante tranquila. Mesmo com um time descaracterizado, o Inter manteve o jogo sob controle o tempo todo e fez por merecer a magra, mas importante vitória de 1 a 0 sobre o São José, na verdíssima grama sintética do Passo D'Areia. E muito disso passou, com certeza, por uma boa mecânica de jogo e um esquema tático dentro dos limites da lógica. Foi um 4-5-1 que fez sentido, com funções definidas, dois jogadores de articulação e um Zé Roberto que sentiu-se à vontade com a liberdade que teve para jogar. O Inter só chegou a atacar com força mesmo no segundo tempo, quando Sobis energizou o ataque e Cavenaghi teve mais espaço, mas teve sempre o controle do jogo e nunca correu riscos.
.
Guiñazu foi bem, posicionado como marcador mas sempre com liberdade para ir mais à frente. Oscar manteve sua média de boas atuações, e Andrezinho fez uma partida consistente, coroada pelo gol. O azarado Sorondo, que teve atuação sólida, lesionou-se pela 37ª vez desde que chegou ao Inter, com o agravante de ter duas regiões do corpo atingidas no mesmo lance - a clavícula e o joelho direito. Deve ficar mais alguns meses no estaleiro. O São José, por sua vez, até deu uma enganada no início, mas antes dos 20 minutos de partida já havia assumido uma posição submissa, preocupando-me mais em conter o Inter do que em tentar atacá-lo. Mesmo quando segurava o empate, não dava qualquer esperança de ir um pouco além.
.
Mesmo sem um volume gigantesco de jogo, o Internacional mereceu a vitória e a liderança no Grupo 1 da Taça Farroupilha. Se a ideia é vencer o segundo turno, é por aí - nem tanto na escalação em si, mas no modo como o time foi distribuído no gramado. OK que o São José não é comparável aos grandes times do futebol da América Latina, mas até para a Libertadores a segura partida de ontem pode servir como exemplo.
.
Cruzeiro 100%
.
O leão da montanha segue surpreendendo os incautos e colecionando bons resultados no Gauchão. Mesmo saindo perdendo, teve tranquilidade e volume de jogo para virar a partida e aplicar convictos 3 a 1 no Juventude, na terceira vitória consecutiva na Taça Farroupilha. O que chama mais a atenção no estrelado, aliás, é justamente o modo seguro como conduz suas partidas - mantendo sempre o posicionamento, marcando firme e saindo em velocidade quando com a bola no pé. O Juventude reagiu bem na segunda etapa, dando um sufoco no Cruzeiro e empilhando oportunidades, mas faltou precisão na hora de concluir. Líder do Grupo 2, o time de Porto Alegre vai encaminhando nova classificação para as fases finais do turno, coisa que os mais cínicos achavam impossível antes do campeonato começar. Foi como me confidenciou o colunista político Armando Burd, torcedor fanático do Cruzeiro, em uma dessas pautas burocráticas da vida: o time é jovem, mas joga junto há anos e vai surpreender. Está surpreendendo mesmo.
.
Foto: Edu Andrade / Gazeta Press
Comentários
O São José não tem o nível dos grandes da América Latina, mas joga mais que o Jorge Wilstermann.
A disputa está acirrada e muito clube tradicional ficará de fora. Na soma dois dois turno, a peleia está assim:
1) Cruzeiro, 20 pts
2) Lajeadense, 19 pts
3) Novo Hamburgo, 18 pts
4) Ypiranga, 17 pts
5) São José, 16 pts
6) Santa Cruz, 16 pts
7) Veranópolis, 15 pts
8) Canoas, 13 pts
9) São Luiz, 12 pts
10) Pelotas, 10 pts
11) Inter/SM, 6 pts
12) A$$iS, 5 pts
Dos próximos 4 jogos, o Cruzeirinho joga 3 fora de casa. O Novo Hamburgo tem um jogo a menos que o Lajeadense e um confronto direto com a equipe de Lajeado. Mais indefinido do que nunca.
Óbvio que torço para o Nóia, ainda mais estando no seu Centenário, mas se alguém tiver que levar a vaga que não o Anilado, que seja o Cruzeirinho ou algum outro time com mais tradição.
Me desculpem, mas o Zequinha tem uma das piores médias de público do Gauchão e das Séries C ou D, além de ter feito um fiasco ano passado, jogando a Série D com os juniores, com o pretexto de 'teste'.
Ora, Série D é para ser disputada com força máxima. Se é para fazer testes, que os faça na Copa RS!