Uma esperança em troca de R$ 2,5 milhões
Willian Magrão, após marcar gols contra o Goiás, em 2010 |
No entanto, quem viu Willian Magrão brilhar ao lado (e não por causa) de Rafael Carioca no Campeonato Brasileiro de 2008 sempre manteve as esperanças de que um dia ele poderia voltar a render aquilo que conseguira num passado não muito distante. É daqueles jogadores que precisa estar na ponta dos cascos para jogar o que sabe: depende muito do físico. A roubada de bola e a saída rápida para o ataque, através de suas passadas largas, sempre foram suas melhores características. É um jogador alto, mas veloz. Num time que tinha por costume marcar a saída de bola adversária de cima, como o Grêmio de 2008, Willian Magrão era um encaixe perfeito.
Não seria o caso de emprestá-lo? O Grêmio acha que não, e rechaçou o primeiro pedido corintiano, que teria sido de empréstimo. No entanto, poderia ser ótimo para ele e para o Tricolor num futuro próximo. Muitas vezes, novos ares são essenciais para que um jogador cresça e volte melhorado: Tinga, Cláudio Pitbull, Jonas e mais recentemente Bruno Collaço, são exemplos pinçados apenas do Olímpico. Há inúmeros, por toda a parte.
Condenar a não inscrição dele na Libertadores é complicado, embora o próprio Renato tenha admitido culpa nesta história. Magrão ainda era visto sob forte desconfiança do ponto de visto clínico no começo do ano. Talvez ainda exista esse ceticismo, e pode ser o motivo de sua venda. Mas teve algumas boas atuações no Gauchão, que alimentaram a esperança de que pudesse voltar a ser o promissor volante de três anos atrás. Como Adilson experimenta certa irregularidade neste começo de ano, seria uma reposição natural, se fosse o caso. Este papel agora deve caber ao jovem Fernando, 19 anos, destaque da seleção sub-20, que já teve algumas chances no ano passado.
Quem o levou para o Corinthians é William, que ganhou o sobrenome Machado desde que pendurou as chuteiras e vestiu terno, na direção de futebol. Jogou com Magrão no Grêmio, em 2007, sabe de seu potencial. É uma aposta, cara, mas que pode dar certo. Tendo sequência e livre dos problemas que atormentaram sua carreira, pode ser o que era Jucilei na campanha do ano passado.
Se dará certo, ninguém sabe. O Grêmio não pagou para ver. Pelo contrário, recebeu, talvez cansado de esperar.
Foto: Globo Esporte.
Comentários
Chega uma determinada idade, tempo como profissional de um mesmo clube, que se o jogador não se firmou, é melhor vendê-lo à primeira oportunidade.
O Fernando Carvalho costuma teorizar que o clube pode ser rentável se vender jogadores médios ao longo do ano, e não os craques - no máximo, um por ano. Eu concordo com isto.
William Magrão é bom jogador, mas, sinceramente, não o acho tão bom quanto a maioria da torcida pensa. Questão de opinião. Sempre achei o Adílson mais jogador, mais consistente.
O melhor momento para vendê-lo seria após o Brasileirão de 2008, mas como o Carioca foi antes, a direção manteve-o - acertadamente - para a Libertadores.
Sua lesão foi dia 15 de Fevereiro. Lembro bem, pois no dia 13 (sexta-feira) eu tinha me submetido à cirurgia de reconstrução do LCA do joelho esquerdo. Estava deitado na cama, mal conseguindo dormir, cheio de dor, vendo pela TV o Magrão se lesionar.
Pozolha tchê, eu não duvido de algum erro na recuperação dele. Questão de fisioterapia e recondicionamento físico. Rompimento de LCA é uma lesão comum.
Eu voltei a jogar depois de 8 meses - isto que estudava, fazia estágio e tinha aulas de campo, não vivia apenas do futebol. Por sua vez, o Magrão só foi ter uma sequência razoável de jogos depois de 1 ano. É quase impossível um jogador profissional, hoje em dia, levar 12 meses para jogar futebol após uma cirurgia dessas. Vejam o Rodrigo Mendes.
Para o Grêmio, foi um bom negócio. Para o jogador, não sei. O Corinthians é um eterno teto de vidro. Preferiria ir pro Exterior e fazer um pé-de-meia, mesmo que longe dos holofotes