Para não soar o alerta

O time do Grêmio que joga hoje é provavelmente melhor que o do Inter que joga hoje. Tem mais jogadores do elenco profissional, alguns reservas, outros que já foram titulares (Mário Fernandes, Vilson). No entanto, está extremamente desentrosado, ao contrário do Colorado, que joga junto há algum tempo em torneios de categorias inferiores. Além disso, visita o Ypiranga, que já venceu o Pelotas fora na primeira rodada, enquanto o Inter recebe o fraco Porto Alegre, no Beira-Rio. Chance de vitória maior para os vermelhos que para os azuis nesta quarta, portanto.

Nada que importe muito, ao menos para Renato Portaluppi, que nem treinar nos jogos do interior quer mais. No entanto, só pelo reajuste salarial já deveria ter a obrigação de fazê-lo. Tudo isso são sinais de que o Grêmio despreza o Campeonato Gaúcho. Nada contra priorizar: num calendário maluco como esse de início de ano, é mais que necessário. Mas na medida certa.

Perdendo hoje, o Grêmio já se obriga a vencer o São José na sexta, com seus titulares, se não quiser pôr em risco a classificação à fase seguinte do estadual. Aí sim, o Gauchão virará um real problema. A obrigação de ganhar para sobreviver, mesmo num campeonato menor, desgasta. Tanto fisicamente os atletas como na relação com o torcedor.

Em tempo:
- Olympique de olho em Adilson. Poderia oferecer até 6 milhões de euros pelo volante, dos quais o Grêmio ficaria com 3,3 milhões. Não é de se jogar fora, desde que venha alguém que jogue tanto ou mais que ele por ali.

- Carlos Torres, paraguaio, apita Liverpool x Grêmio na semana que vem. Deixa o jogo correr e não marca qualquer faltinha. Não adiantará fazer cai-cai.

Comentários

Igor Natusch disse…
Concordo com a visão sobre Adílson. Se contratarmos alguém de bom nível (Arévalo dava sopa e foi esquecido, dirão os corneteiros tricolores), e por essa grana (terá quem queira vinte milhões de euros no mínimo, mas enfim), é válido o negócio.

Renato é gênio, mas cagou fora do penico nessa. Tem que treinar no interior sim, sem choro, porque é excepcionalmente bem pago para isso. Mesmo uma lenda gremista, como ele inegavelmente é, tem que ter limites.

No mais, Mithyuê no BANCO do TIME RESERVA. Ou ele é muito ruim e eu que não enxergo, ou há um erro brutal de avaliação em andamento.
Zezinho disse…
No caso da venda do Adílson, faria sentido se ele só for liberado no meio do ano.

Quanto ao Mithyuê, creio que ele não começará como titular por questões táticas, basicamente.

O Silas (morra!) o classificou como segundo ponta. Ou um ponta-de-lança, sendo o quarto homem de meio-campo ou vértice mais agudo do losango. Essa função pode ser exercida por um meia-atacante ou meia-armador, dando uma característica de mais posse de bola ao time. Como o Douglas é o titular, normal que o Pessali assuma essa função no time reserva, por suas características de camisa 10.

Ele poderia ser usado como segundo atacante, caindo pelos lados. No entanto, com Diego Clementino, o Grêmio cria uma espécie de ponteiro direito, sendo contra-balanceado pelo Roberson no vértice canhoto do losango, que pode fechar como um falso ponta-esquerda. Por isso, a priore, o Mithyuê seria preterido.

Ano passado, contra o Araguaia e Atlético/GO, ele entrou como segundo ponta; contra o Santa Cruz, nos Plátanos, como ponta-de-lança do 3-5-2.

Mas também tenho curiosidade em vê-lo novamente em campo
Sancho disse…
Sobre o Adílson, por esse valor, embrulha e entrega na porta. Sem custos ao comprador!
Sancho disse…
Sobre o Gauchão, acho que Renato se referia somente aos 3 primeiros jogos: Erechim, Rivera e Ijuí. Até porque não tem nenhuma outra viagem longa depois, mas, principalmente, por causa da Pré-Libertadores.

O que ele disse é manifestação de que quer o foco TOTAL no Liverpool. Depois de classificado a Libertadores, e após uma Pré-Temporada um pouco menos indecente, pode-se pensar com mais tranqüilidade no Estadual.

Sinceramente, acho que o Vicente se alongou um pouco demais na resposta. Bastaria um: "Não foi decidido nada. Estamos estudando, com o Renato, o que é melhor para o clube".

Sei não, mas Vicente (o vice; não, o jornalista) me parece um pouco "verde" demais...
Vicente Fonseca disse…
Tua explicação sobre o Mithyuê faz todo o sentido, Zezinho. Acho, porém, que ele poderia ser usado na vaga do Roberson. Vejo potencial nele, mas não me convenceu plenamente ainda - até porque não teve tempo para isso.
Zezinho disse…
Professor, não sei se ele entra na vaga do Roberson. Aquela posição exige maior empenho na marcação, além de que ele atuaria mais distante da área adversária.

No sub-20, ele atuava bem próximo à área, caindo pelas pontas e arrematando com frequência. O Roberson, por sua vez, embora não seja um grande marcador, tem mais fôlego que o Mithyuê e é mais afeito à marcação, até porque jogou várias vezes como terceiro homem de meio-campo na Base - posição em que eu acho que ele rende melhor, pois tem vigor físico, mas não é criativo o bastante para ser o quarto homem