Mais testes para o primeiro grande teste

Tudo ainda é muito inicial na seleção brasileira. Mano Menezes está iniciando um trabalho que durará quatro anos. Após duas convocações ainda bastante inovadoras, o técnico vai aos poucos encaixando peças que deverão ser titulares nos próximos dois anos, pelo menos. Mas ainda é fase de testes. Tudo visando à Copa América, única competição que Mano terá para disputar até 2013, quando ocorrerá a Copa das Confederações.

Por isso, os amistosos, mesmo estes iniciais, são de fundamental importância. É preciso escolher bem os adversários, pois não haverá Eliminatórias. Só testando de fato o time contra equipes de porte dará ritmo de competição. E ainda há um agravante: o Brasil não pode tratar os amistosos como amistosos, mas como competição; no entanto, as seleções que enfrentarão os canarinhos farão isso, pois estarão envolvidas com campeonatos e Eliminatórias.

Por isso, pegar a Argentina é sempre interessante. Nunca é amistoso. E é um grande time, sempre.

Goleiros: Mano busca um substituto (ou um reserva) para Júlio César. Mantém chamando os mesmos nomes: Victor é o mais repetido, e deverá ser titular. Jefferson e Neto, todos atuando no Brasil, também merecem.

Laterais: nada de novo. Daniel Alves disputa posição com Maicon, e dificilmente deixará as listas tão cedo. Rafael, do Manchester United, é uma aposta para o futuro. Na esquerda, ninguém confirmou na Copa. É posição em aberto. André Santos, ex-jogador de Mano, é um nome que larga mesmo em vantagem. Adriano também merece ser observado, embora Marcelo, do Real Madrid, seja o nome da vez (inclusive à frente de André).

Zagueiros: mantém-se a coerência. Como Lúcio e Juan dificilmente jogarão em 2014 (ou talvez não juntos), a aposta em Thiago Silva é mais que necessária. Alex, pelo que vem fazendo no Chelsea, e David Luiz, no Benfica, são boas apostas. Réver parece ser outra convicção do técnico.

Volantes: todos muito bem convocados, todos com característica de desarme e saída para o jogo com qualidade. Pode ser o diferencial no meio da seleção nos próximos anos. A safra é realmente ótima. Sandro, Lucas, Ramires, Elias e Jucilei, uns mais e outros menos ofensivos, podem formar a base de uma grande meia-cancha. É só entrosar.

Meias: dos meias brasileiros em atividade no país, Douglas é mesmo um dos melhores, já que Ganso está lesionado. Sua convocação, no entanto, vai mais pelo que já fez com Mano do que pelo desempenha no Grêmio. Ronaldinho receberá mais uma chance. Ainda mais que Douglas, é convocação por seu passado. Talvez lhe revigore os ânimos. Há que se achar mesmo alternativas para uma posição que só teve Kaká na África do Sul.

Atacantes: nenhuma surpresa. Acho que Jonas merecia mais que Phillippe Coutinho, mas é pela aposta a longo prazo que Mano chamou o ex-vascaíno. A volta de Neymar é justa: levou o puxão de orelha ficando de fora da última. Agora, um pouco mais calmo, retorna.

Toda aposta é válida neste momento de começo de trabalho. Inclusive em Ronaldinho, por mais que há anos ele não encontre o futebol que um dia soube jogar.