Um Santos que há muito não se via

Neymar esqueceu as polêmicas e marcou golaço ontem

O Cruzeiro não resistiu ao Santos, ao contrário do Corinthians, que o venceu na quarta-feira. Esta pode ser a diferença do campeonato, desde que o Timão pontue no Beira-Rio hoje à tarde. Vale lembrar: o time mineiro ganhou do Inter, aqui em Porto Alegre, na primeira rodada.

O Santos foi mesmo melhor ontem. Deixou individualismos de lado, praticou um futebol coletivo de alta qualidade, mesmo sem Wesley, Ganso, Robinho e André, quatro de seus melhores jogadores no primeiro semestre. Além de tudo, goleou o time de melhor aproveitamento das últimas cinco rodadas, que vinha em seu auge técnico, e não havia perdido nas nove partidas anteriores: eram incríveis sete vitórias e dois empates.

Vale destacar três golaços na Arena Barueri: o de Thiago Ribeiro, que pegou de sem-pulo com raiva, firme, na veia; o de Neymar, no finzinho, partindo para cima com objetividade e imensa qualidade técnica; e o de Alex Sandro, este um dos mais belos do ano, encobrindo Fábio com uma categoria rara, digna de quem sabe muito.

Morumbi

Levar 3 a 0 do Goiás, um dos times mais fracos do campeonato, e em casa, pode ser o resultado que faça o São Paulo descer de seu pedestal. Pode ser o jogo que porá o time do Morumbi com os pés no chão: nenhum time pode se dar ao luxo de ficar sem comando e jogar fora um semestre inteiro, se achando superior aos demais por seu retrospecto recente. Fim de ano patético para um time que não sabe se desiste do campeonato, se o disputa, se efetiva o interino, se procura outro comandante. Planejamento, palavra sempre presente no Morumbi, é tudo o que falta ao Tricolor neste momento.

Última chance?

O Campeonato Brasileiro é dinâmico e tem um pé na esquizofrenia. Mas é difícil supor que o Inter tenha alguma chance título daqui para frente se não vencer o Corinthians hoje, no Beira-Rio. Ao lado de Santos x Cruzeiro de ontem é o jogaço da rodada.

Grande chance?

O Grêmio pega o Atlético/MG num daqueles momentos em que é difícil avaliar se é bom ou ruim. Depende muito do próprio time de Renato: se impondo desde o início, como fez no Pacaembu e na Ressacada, ganha o jogo. Aliás, a partida contra o Avaí é um exemplo perfeito de como se aproveitar de jogar com um time em crise fora de casa. Só não vale subestimar: apesar da campanha desastrosa, a escalação do Atlético/MG terá Fábio Costa, Campos, Réver, Leandro, Ricardinho, Daniel Carvalho, Obina e Diego Tardelli. Merece respeito. Fora Dorival Júnior, que é bom técnico e estreia, o que pode motivar o elenco.

Foto: Agência Lance.