Uma nova ode à mediocridade
Enfim, a Conmebol se decidiu. O silêncio da entidade a respeito de quantas vagas teria o Brasil na próxima Libertadores beirava o constrangimento. Com a nova prática de dar ao campeão da Sul-Americana uma vaga na Copa do ano seguinte e o título continental ganho pelo Inter em 2010, era forte a possibilidade de diminuir uma vaga para brasileiros no ano que vem. Dado o histórico da entidade, de normalmente tomar decisões contrárias ao Brasil quando pressionada ou em dúvida, não chega a surpreender.
O fato realça a grande desorganização da Confederação Sul-Americana de Futebol. Foi preciso chegar o dia 22 de setembro, três meses antes do sorteio dos grupos da próxima Libertadores, para que a entidade pusesse fim a uma dúvida que pairava na cabeça de todo o continente. Exemplos como este e aquele do fim de 2008, quando ninguém sabia se de fato o campeão da Sul-Americana disputaria a Libertadores no lugar dos clubes peruanos, fazem a entidade perder força, respeito e confiabilidade.
Isso ficou facilmente comprovado na Copa de 2009, quando os clubes da América do Sul simplesmente desobedeceram a confederação e não viajaram ao México por causa da gripe suína. Bateram pé e ganharam a queda de braço da entidade, já que ela não tem autoridade alguma. Aí, foi criada a manobra que quase acabou castigada no ano seguinte, quando o Chivas, alijado do ano passado e convidado nesta temporada, foi vice-campeão. Portanto, não duvido de uma volta atrás caso a CBF pressione. A Conmebol sempre dá um jeitinho, e a Libertadores fica a cada ano mais inchada.
O reflexo imediato do G-3, ex-G-4, é um esfriamento do Brasileirão. Com quatro vagas, clubes que estão na parte intermediária poderiam sonhar em disputar a Libertadores. Agora, fica difícil imaginar que Fluminense, Corinthians e Cruzeiro percam o fôlego e uma das vagas para São Paulo, Vasco ou Grêmio, por exemplo. Só mesmo o Botafogo, que está próximo, continua na briga, a não ser que haja uma mudança completa de panorama na disputa.
A Conmebol, mais uma vez, prioriza a política em nome da qualidade na Libertadores. Pior ainda: quem disputou a última edição da Copa fica com a situação ainda mais complicada para voltar a ela em 2011. Só o Campeonato Brasileiro, fora a própria Libertadores, dava este direito. Agora, há uma vaga a menos para quem foi bem em 2009. Cada dia mais, vale a pena ser medíocre na América do Sul.
Comentários
P.S.: Única solução? para o Brasil Colocar 16 clubes na Sul-Americana! Quem permanecer na 1ª divisão, disputa a Copa, e que se faça duas fases antes das oitavas.
Os times classificados via Campeonato Brasileiro para a Libertadores são sempre, invariavelmente, aqueles que disputam o título. Quem monta time pensando em chegar na Libertadores fica comendo pelas beiradas e só chega lá dependendo dos tropeços dos postulantes ao título.
O que me leva a conclusão que os clubes devem SEMPRE formar times pra ganhar o título OU pra não cair. Não existe meio termo.
a defesa do victor foi de gênio, se jogou dentro do gol, parecia saber que a bola vinha da trave.
lamentáveis os gols perdidos pelo gremio e a não marcação do escanteio na defesa de ponta de dedo do lomba no que seria o terceiro gol do jonas.
Outra coisa: o campeão da Sul-Americana não tira de seu país uma vaga da Libertadores seguinte, enquanto que o campeão da Liber tira. Entendo que o país que tiver o campeão continental é que deveria ter a primazia de ter uma equipe a mais na próxima Libertadores, e não o campeão da Sula.