Neste momento, quem sabe, o salto
Arena gremista comportará 52 mil torcedores |
O Projeto Arena começou a ser elaborado há quatro anos, ainda na primeira das duas gestões recentes de Paulo Odone como mandatário do clube. De lá para cá, passou por uma extensa discussão, quando os mais diversos pontos e dúvidas que iam surgindo foram pensados e repensados. Problemas desde os mais sérios, como qual a percentagem de lucros que o Grêmio e a construtora OAS teriam em relação ao projeto depois de pronto, até os mais prosaicos, sobre como ficaria a situação da Geral do Grêmio, já que a ideia inicial era colocar apenas cadeiras como assentos.
Minha ideia inicial foi sempre a favor da modernização do Grêmio, não apenas na Arena, mas em todos os setores do clube. Isso só seria possível se houvesse uma discussão profunda sobre tudo o que envolvesse o projeto, decisivo para as próximas décadas do clube. O fracasso da ISL, neste sentido, foi positivo. Dificilmente o clube passaria por problema semelhante, tal a capacidade crítica que se instalou entre os gremistas, conselheiros e torcedores, às vezes até exagerada. Isso tudo é bom, muito positivo. Tudo o que o Grêmio não precisa é deslumbramento e pensamento mágico nessas horas. Nem mesmo por parte de seus torcedores, que se empolgam com maquetes virtuais e se imaginam vivenciando aquela realidade hoje ainda distante de nós daqui a poucos anos.
Todos precisamos evoluir. Foi assim ao sair da Baixada para o Olímpico, foi assim com o Internacional ao trocar os Eucaliptos pelo Beira-Rio, com o Atlético/PR ao construir a Arena da Baixada. O Olímpico está longe de ser impraticável, mas o Grêmio precisa, sim, dar este salto. Sentimentalismos à parte (sentirei falta da Azenha), claro.
A construção da Arena será muito mais barata várias remodelações de estádios nacionais para a Copa do Mundo, e não contará com dinheiro público, apesar das prováveis isenções fiscais. O Grêmio não terá que arcar com custos. Não terá o total de lucros nos primeiros 20 anos de seu novo estádio, mas deve saltar seus ganhos anuais com sua casa dos atuais R$ 8 milhões para o triplo, R$ 25 milhões. Seus sócios mais antigos não serão prejudicados, poderão entrar em jogos só mostrando a carteirinha. Fora estacionamento e todas as possibilidades de conforto, sem que haja encarecimento de entradas por conta disso.
A história nos mostra que projetos assim normalmente precedem grandes títulos. Mas, por outro lado, os anos anteriores à construção dos estádios dos clubes brasileiros são áridos em taças. Não é por isso que o Grêmio anda mal das pernas: é em virtude de um deslumbramento acrítico que marcou um projeto que, em vez de elevar o clube a patamares superiores, o pune até hoje, dez anos depois. Com muito trabalho, profundas discussões e ouvindo abertamente todos os setores do clube, o real salto pode começar a ser dado no exato instante em que este texto é publicado, 15h, de 20 de setembro de 2010.
Comentários
Parece que os arquitetos estão com preguiça de pensar diferente. Tanto que o Emirates já passa por reformas internas para ter um ar mais "caseiro" e particular.
P.S.: O sócio locatário e o sócio patrimonial têm que ter lugar fixo, caso contrário, virará bagunça.
Já tá sendo preparado para ser a casa do Colorado então, asuhdasuhdasuhdasuhd
Até mesmo porque não são muitas as pessoas especializadas nessa area
Arsenal, estadio da Luz e etc: dois lances de arquibancadas intercalados por dois lances de camarotes e tribunas vips. Atende as exigencias da FIFA/UEFA e a um modelo de negocio existente
Não conheço o Emirates, mas achei o Estádio da Luz parecido com o Bernabéu na estrutura física. O Arena do Ajax é que já parece mais defasado.