Uma noite de muitos riscos
Para um time com notórios problemas defensivos mesmo em alguns de seus melhores momentos no ano, convém começar a ajeitar a equipe pela defesa. Ainda mais num período complicado como o de agora. E tudo ganha maior status de emergência quando, pela frente, se vê o adversário de ataque mais poderoso do país.
Confesso minha apreensão quando vi que Renato treinou ontem um 3-5-2 com apenas Willian Magrão de volante, tendo Souza e Douglas à sua frente, mais os dois alas. O Santos teria imensas facilidades dentro do Olímpico. Felizmente, houve alterações. Mesmo assim, talvez sejam insuficientes.
Portaluppi volta ao 4-4-2 simples, de dois volantes, dois meias e dois atacantes. Ótimo começo, sem dúvida. Na complicação, simplificar vale ouro. Mas Willian Magrão não é primeiro homem. Sua saída de jogo qualificada, sua boa chegada como elemento surpresa (o Goiás que o diga) é castrada. À sua frente, Fábio Rochemback não tem a mobilidade para marcar de uma década atrás. Como terceiro homem, treinado segunda-feira, poderia. Na segunda função, e voltando de um mês de inatividade, tende ao fracasso.
Ainda que o 4-4-2 aberto seja melhor que o 3-6-1 falsamente seguro, o Grêmio corre riscos hoje à noite. Não tanto pelo Santos, que já foi melhor time do que é atualmente, mas por ele próprio. Ao menos, dizem, a mobilização dos jogadores já é maior. Há uma consciência da gravidade da situação. De fato, não basta segurar o Peixe, é preciso vencê-lo. Será a reedição de um dos jogos do ano, mas sem os dois belos times de três meses atrás – especialmente o Tricolor.
Quase de volta
O Inter volta hoje ao Brasileiro. Contra o Atlético-GO, foi um prolongamento da festa do bi da Libertadores. Em Florianópolis, mesmo que a ressaca (sem trocadilhos) ainda esteja talvez presente, é um time quase titular, de oito protagonistas da equipe campeã da América. Já se pode cobrar resultado.
O elenco é forte, mas a distância para Fluminense e Corinthians é muito grande para pensar em título. Roth tem de pensar em fazer bons jogos, preparar o time para Abu Dhabi, dar espaço aos jovens, descobrir quem jogará em dezembro. Tudo isso, de preferência, com uma bela campanha. Pode parecer cômodo, mas é desafiador também. E haverá cobranças, em que pese o grande título.
O Avaí é um grande teste. Bom time, no lugar onde é mais forte. Hora de ver se o time já está pronto ou segue comemorando o título continental. E de começarmos a saber, por exemplo, se Wilson Mathias tem mesmo as qualidades para substituir Sandro.
Ilan
Sempre cogitado para o Grêmio, assinou com o Inter. Era muito bom atacante, há seis ou sete anos. Não sei como anda, mas o fato de estar cinco meses parado pesa contra. Mesmo assim, é cedo para dizer se tirará Alecsandro do time ou se será um novo Kléber Pereira. Aguardemos.
Ah. Não será um sinal de que Taison pode estar de malas prontas para as Arábias? Carvalho jura que não.
4 anos
Foi em 25 de agosto de 2006 que começamos os trabalhos aqui no Carta na Manga. Só tenho a agradecer a todos que participam de nossa comunidade de discussões futebolísticas todos os dias neste período. Um grande abraço, gurizada! Espero que nosso contato dure pelo menos mais quarto (ou oito, doze...) anos.
Comentários
Durar PELO MENOS mais quatro anos? Só se tu tiver uma oportunidade gigantesca de trabalho.
Mas enfim, parabéns pelo excelente trabalho. Sou um grande admirador dos trabalhos do Prestes, do Natusch e, principalmente, do teu.
Grande abraço e muito sucesso.
http://screamyell.com.br/site/2010/08/24/as-muitas-faces-de-eddie-pos-derek-riggs/
E valeu pelo link, Rodrigo. Mesmo!
Hehe.