Os novos esquemas da Dupla

A chegada de Gabriel dá ao Grêmio uma jogada pelo flanco que o time não teve ainda na temporada. Isso pode mudar sobremaneira o modo do time atacar, que tem sido afunilado há algumas partidas. Entretanto, para uma equipe que tem tido problemas de exposição defensiva, será um desafio. Como conciliar um lateral ofensivo sem com isso prejudicar (ou buscar) a solidez lá atrás?

O cenário fica ainda mais complexo se imaginarmos que Lúcio é o lateral esquerdo que deve atuar. O cenário não mudaria muito com Gilson, declaradamente apoiador, ou Fábio Santos, que, apesar de pouco, tem comprometido defensivamente de forma significativa. Somente Neuton traria o equilíbrio se colocado ali.

Portanto, para não incorrer no já fracasso esquema com três zagueiros, Renato terá que optar por um meio consistente. Isso passa, necessariamente, por Adilson e Willian Magrão. E, à frente deles, Fábio Rochemback ou, melhor ainda, Maylson. Este jogador será fundamental, e dificilmente uma ideia de time do Grêmio com Gabriel e Lúcio poderá prescindir dele. Como Jonas e Borges são (merecidamente) intocáveis na frente, fica fácil concluir que pelo menos um entre Souza e Douglas terá que sair. Não há espaço para dois jogadores que marcam pouco e não têm compensado o pouco empenho no combate com futebol à altura.

Com Victor, Gabriel, um zagueiro qualquer do elenco, Neuton e Lúcio; Adilson, Willian Magrão, Maylson e Douglas (Souza); Jonas e Borges, o Grêmio poderá ter um meio combativo e ao mesmo tempo dinâmico, jogadas pelas laterais, uma zaga mais protegida e um ataque mais bem abastecido. Não é tão difícil, pois, como é bem claro, há bom material humano. Basta repetir a ideia e não revogá-la se eventualmente os primeiros fracassos vierem.

Inter

Os problemas do Inter, claro, são menores e bem mais pontuais.A saída de Taison deverá mudar o esquema do Internacional. Se Celso Roth quisesse manter a mesma formatação tática do time que ganhou a Libertadores, só haveria uma alternativa: a inclusão de Marquinhos (que inclusive é canhoto) jogando aberto pela esquerda. É o jogador mais parecido com o antigo titular. Qualquer outra peça modifica o time.

Giuliano, por exemplo, não é jogador de lado de campo. Funcionaria como um terceiro meia, mas sempre tendendo a centralizar. Não é a melhor escolha. O mesmo vale para Andrezinho. A tendência indica que Rafael Sobis deva ser o novo titular, mas atuará em função diferente. Jogando assim no último Gre-Nal, foi o pior homem em campo. Sobis jogará próximo ao centroavante, como fez nos melhores momentos de sua carreira. Será Alecsandro, num primeiro momento, mas poderá ser Ilan. Este, aliás, é o menos cotado para substituir Taison: já veio anunciando que é centroavante, discurso endossado por Fernando Carvalho. Jamais faria o flanco.

A outra questão do Inter é o começo do meio-campo. Wilson Mathias é o substituto natural de Sandro, mas até hoje nunca convenceu. Na primeira chance que teve no ano como real titular da posição, foi expulso. Muito mais do que Taison, é a perda do primeiro volante que o Colorado sentirá mais nos próximos meses. Simplesmente porque não há um jogador que marque bem, saia com qualidade e desarme sem faltas, como fazia Sandro.