O retranqueiro ajudou o ofensivista
A Suíça do ferrolho de Ottmar Hitzfeld não teve qualidades para ser protagonista diante de Honduras - que jogou pela dignidade, e teve sucesso. O empate entre as duas equipes aliviou as coisas para o Chile do Loco Bielsa, que levou dois gols de contra-ataque da Espanha e conseguiu, mesmo com um homem a menos, descontar para deixar morno um jogo que teve primeiro tempo pegado.
Em Pretória, as “Rojas” de Europa e América do Sul tiveram um começo nervoso de partida. As duas equipes erravam lances bobos, e os chilenos ainda abusavam das faltas ríspidas. Mas eram os sul-americanos que jogavam melhor. Marcavam bem a saída de bola espanhola e agrediam quando tinham a pelota, sem dar espaços para o adversário contra-atacar. A Fúria não conseguia jogar e dava mostras de que poderia falhar na defesa.
Entretanto, os comandados de Bielsa não resistiram à tentação ofensivista. Aos 24 minutos, após bola perdida no ataque, deixaram Fernando Torres no mano a mano com um defensor. Na ânsia de ajudar, o goleiro Cláudio Bravo cometeu a falha clamorosa que culminou no belo gol de Villa.
O um a zero contra, ainda dava aos chilenos a possibilidade de classificação com uma vitória simples da Suíça. Mas a equipe sul-americana passou a errar ainda mais na saída de bola, fazer mais faltas violentas e dar mais espaços para contra-golpes espanhóis. Numa dessas jogadas, Iniesta marcou belo gol e Estrada ainda foi expulso (não mereceu o segundo amarelo naquele lance, mas vinha cavando a própria expulsão há algum tempo).
O intervalo com dois a zero era de apreensão para o Chile, ainda que em Bloemfontein os suíços tenham produzido muito pouco no primeiro tempo, mostrando que não sabiam propor o jogo. E os hondurenhos jogavam para valer, para conquistar ao menos mais um valioso pontinho em Copas. Seria muito difícil para os suíços, portanto, abrir dois gols de diferença na segunda parte. Um gol chileno tranquilizaria os comandados de Bielsa, e ele veio logo aos dois minutos da etapa complementar.
A partir daí, o Chile se postou inteligentemente na defesa, atacando com cautela. E o desejo de atacar era cada vez menor, conquanto o placar da outra partida permanecia intacto. Era melhor enfrentar o Brasil nas oitavas-de-final que correr o risco de nem chegar lá. A Espanha também não tinha motivos para estar descontente com o primeiro lugar do grupo e rodava a bola. Em Bloemfontein os suíços se atiravam para cima sem nenhuma criatividade, e os hondurenhos acabavam tendo as melhores chances da partida nos contra-golpes (onde evidenciavam sua total incapacidade técnica). Com isso, a partida de Pretória se tornava cada vez mais um jogo de compadres até o seu final.
Os chilenos vão pegar o Brasil e precisam corrigir sua talvez incorrigível vocação ofensiva. Atacar é o que sabem fazer, é verdade. Têm os envolventes Alexis Sanchez e Valdivia, o forte e bom Beausejour, bons apoiadores pelos lados como Isla, lateral-direito, e Vidal, ótimo volante que sobe pelo lado esquerdo. O time de Bielsa pode se aproveitar das falhas que a defesa brasileira tem cometido. Mas contra um Brasil que é especialista em contra-ataques, por aí pode facilmente passar uma derrota de La Roja.
A Fúria não precisou fazer grande força para ficar na primeira colocação de seu grupo. A vitória contra o Chile acabou caindo no colo espanhol, e Honduras foi um adversário muito fraco. Quando precisou fazer grande esforço para marcar, diante da Suíça, acabou perdendo. Mas como ponto positivo, hoje a equipe treinada por Vicente Del Bosque mostrou que sabe variar seu repertório. O jogo de tatibitati, o qual basta o treinador adversário assistir teipes de derrotas do Barcelona para neutralizar, foi substituído por um pragmatismo. A Espanha soube chamar o Chile para cima, teve humildade para jogar sem a posse de bola e aproveitar a velocidade de Villa, que vem jogando muito, e de Fernando Torres, este ainda descontado. Viu-se também um Iniesta bem mais objetivo. Quando tem a vitória conquistada, aí sim, o toque de bola pode se tornar ótima tática de defesa, irritando o adversário. O duelo ibérico contra os BRAGANÇA será um grande desafio, mais uma oportunidade para os HABSBURGO mostrarem que podem ser protagonistas neste Mundial.
Chile, de novo!
Nossos irmãos sul-americanos são velhos conhecidos em mata-matas de Copa do Mundo. Em 1962, na casa deles, ganhamos nas semi-finais por 4 a 2, com dois de Garrincha e dois de Vavá, num jogo em que abrimos dois a zero. Em 1998, cruzamos com os chilenos nas oitavas-de-final, como agora, e foi ainda mais fácil. Quatro a um, com dois de César Sampaio e dois de Ronaldo, num jogo em que abrimos três a zero no primeiro tempo.
Foto: Millar marca para o Chile, ponto forte do time de Loco Bielsa é ir pra cima (Dani Ochoa de Olza/AP)
Em Pretória, as “Rojas” de Europa e América do Sul tiveram um começo nervoso de partida. As duas equipes erravam lances bobos, e os chilenos ainda abusavam das faltas ríspidas. Mas eram os sul-americanos que jogavam melhor. Marcavam bem a saída de bola espanhola e agrediam quando tinham a pelota, sem dar espaços para o adversário contra-atacar. A Fúria não conseguia jogar e dava mostras de que poderia falhar na defesa.
Entretanto, os comandados de Bielsa não resistiram à tentação ofensivista. Aos 24 minutos, após bola perdida no ataque, deixaram Fernando Torres no mano a mano com um defensor. Na ânsia de ajudar, o goleiro Cláudio Bravo cometeu a falha clamorosa que culminou no belo gol de Villa.
O um a zero contra, ainda dava aos chilenos a possibilidade de classificação com uma vitória simples da Suíça. Mas a equipe sul-americana passou a errar ainda mais na saída de bola, fazer mais faltas violentas e dar mais espaços para contra-golpes espanhóis. Numa dessas jogadas, Iniesta marcou belo gol e Estrada ainda foi expulso (não mereceu o segundo amarelo naquele lance, mas vinha cavando a própria expulsão há algum tempo).
O intervalo com dois a zero era de apreensão para o Chile, ainda que em Bloemfontein os suíços tenham produzido muito pouco no primeiro tempo, mostrando que não sabiam propor o jogo. E os hondurenhos jogavam para valer, para conquistar ao menos mais um valioso pontinho em Copas. Seria muito difícil para os suíços, portanto, abrir dois gols de diferença na segunda parte. Um gol chileno tranquilizaria os comandados de Bielsa, e ele veio logo aos dois minutos da etapa complementar.
A partir daí, o Chile se postou inteligentemente na defesa, atacando com cautela. E o desejo de atacar era cada vez menor, conquanto o placar da outra partida permanecia intacto. Era melhor enfrentar o Brasil nas oitavas-de-final que correr o risco de nem chegar lá. A Espanha também não tinha motivos para estar descontente com o primeiro lugar do grupo e rodava a bola. Em Bloemfontein os suíços se atiravam para cima sem nenhuma criatividade, e os hondurenhos acabavam tendo as melhores chances da partida nos contra-golpes (onde evidenciavam sua total incapacidade técnica). Com isso, a partida de Pretória se tornava cada vez mais um jogo de compadres até o seu final.
Os chilenos vão pegar o Brasil e precisam corrigir sua talvez incorrigível vocação ofensiva. Atacar é o que sabem fazer, é verdade. Têm os envolventes Alexis Sanchez e Valdivia, o forte e bom Beausejour, bons apoiadores pelos lados como Isla, lateral-direito, e Vidal, ótimo volante que sobe pelo lado esquerdo. O time de Bielsa pode se aproveitar das falhas que a defesa brasileira tem cometido. Mas contra um Brasil que é especialista em contra-ataques, por aí pode facilmente passar uma derrota de La Roja.
A Fúria não precisou fazer grande força para ficar na primeira colocação de seu grupo. A vitória contra o Chile acabou caindo no colo espanhol, e Honduras foi um adversário muito fraco. Quando precisou fazer grande esforço para marcar, diante da Suíça, acabou perdendo. Mas como ponto positivo, hoje a equipe treinada por Vicente Del Bosque mostrou que sabe variar seu repertório. O jogo de tatibitati, o qual basta o treinador adversário assistir teipes de derrotas do Barcelona para neutralizar, foi substituído por um pragmatismo. A Espanha soube chamar o Chile para cima, teve humildade para jogar sem a posse de bola e aproveitar a velocidade de Villa, que vem jogando muito, e de Fernando Torres, este ainda descontado. Viu-se também um Iniesta bem mais objetivo. Quando tem a vitória conquistada, aí sim, o toque de bola pode se tornar ótima tática de defesa, irritando o adversário. O duelo ibérico contra os BRAGANÇA será um grande desafio, mais uma oportunidade para os HABSBURGO mostrarem que podem ser protagonistas neste Mundial.
Chile, de novo!
Nossos irmãos sul-americanos são velhos conhecidos em mata-matas de Copa do Mundo. Em 1962, na casa deles, ganhamos nas semi-finais por 4 a 2, com dois de Garrincha e dois de Vavá, num jogo em que abrimos dois a zero. Em 1998, cruzamos com os chilenos nas oitavas-de-final, como agora, e foi ainda mais fácil. Quatro a um, com dois de César Sampaio e dois de Ronaldo, num jogo em que abrimos três a zero no primeiro tempo.
Foto: Millar marca para o Chile, ponto forte do time de Loco Bielsa é ir pra cima (Dani Ochoa de Olza/AP)
Comentários
No fim, caiu para o Brasil o melhor adversário: aquele que se abre, que a seleção conhece e mais freguês impossível.
E é verdade, o Chile é o adversário ideal, mas me assusta um pouco essa história de freguesia.
Sei lá, uma hora acaba.
E outra, talvez o Bielsa já esteja escaldado do Brasil e tenta mudar de estratégia, mas acho difícil. O Bielsa é mucho loco e vai atacar.
Foram vários elogios que só nos fazem curtir ainda mais fazer os jogos!
Mas nao fiquei com pena do Chile. Por nao terem ambicionado nada no segundo tempo e por Bielsa nao ter convocado Escalona o seu celebre cruzamento de carrinho.
32º Coreia do Norte, 0
31º Camarões, 0
30º Honduras, 1
29º França, 1
28º Argélia, 1
27º Nigéria, 1
26º Itália, 2
25º Grécia, 3
24º Dinamarca, 3
23º Sérvia, 3
22º Nova Zelândia, 3
21º Austrália, 4
20º África do Sul, 4
19º Suíça, 4
18º Eslovênia, 4
17º Costa do Marfim, 4
Villa, o maior goleador español em copas.