Alguém mais gostou?
VASCO 3 x 2 INTERNACIONAL
Jorge Fossati tem toda a razão em dizer que o erro de arbitragem, que marcou um pênalti inexistente a favor do Vasco em momento crucial do jogo, mudou os rumos da partida. Mas, convenhamos, o Internacional não podia sequer deixar de ganhar o jogo de ontem à noite, quanto mais perdê-lo. Precisava da vitória, é muito mais time que o Vasco, viu o adversário sofrer com a ira da impaciente e minguada torcida presente e abriu uma sólida vantagem de 2 a 0 no primeiro tempo.
Enquanto o técnico disse – inacreditavelmente – na coletiva que gostou da atuação colorada, os dirigentes mostraram preocupação com o desempenho do time. Pela primeira vez, Fossati não foi defendido pela cúpula vermelha em momento algum. Há razões para isso. No primeiro tempo, mesmo vencendo, o Inter já não convencia. Começou bem, mas levou o jogo num medíocre equilíbrio com um adversário muito pobre tecnicamente, que não conseguia sequer chegar na área colorada sem um levantamento para o alto, pois jogava sem nenhum jogador de meio que tivesse um mínimo poder de criação. Com o Vasco errando muito e ficando cada vez mais nervoso, Andrezinho (um dos poucos que se salvou) aproveitou-se para marcar dois gols, o segundo deles belíssimo.
O cenário para o intervalo era o de uma possível goleada. O Vasco, perdido, parecia sem forças; o Internacional, tranquilo, administraria a vantagem sem problemas. Roth colocou Jéferson e garantiu melhor movimentação ofensiva. Seu time voltou outro e descontou. Foi para cima na base do ânimo, da honra, dentro das limitações. E aí se escancarou a atuação conformada do Inter, que era batido na gana vascaína na maioria das divididas.
Aí veio a mão de Fossati, que foi tão grande quanto os erros de arbitragem na definição da partida. Visando recompor a defesa após a justa expulsão de Fabiano Eller, tirou Walter para investir em Juan. Retirar um atacante não é problema. O problema é retirar um dos melhores jogadores do time dentro da partida, um dos poucos que dava o gás de que o time precisava. Ainda mais quando Alecsandro, de posição semelhante – e que, saindo, influiria taticamente a mesma coisa que Walter –, fez péssima partida, mas seguiu jogando.
Recuado demais, sem conseguir puxar contra-golpes contra um adversário frágil e (naquele momento do jogo) aberto, o Inter se viu dominado, chamou o Vasco para agredi-lo e sofreu a virada. Verdade que ela começou num pênalti inexistente (cavado por Ernani, que entrara pessimamente no jogo), mas isto não deve importar mais do que outra atuação ruim do colorado, que amarga uma tão prematura quanto constrangedora 18ª posição na tabela de classificação. A companhia é “ilustre”: Prudente, Atlético-GO e Goiás também estão entre os rebaixados. Libertadores à parte, é muito pouco.
Já o Vasco conquista uma vitória que lhe dá ânimo. Vem mal, apesar de alguns bons valores individuais: Elton, Léo Gago, Rafael Carioca, Ramon, Dodô e Philippe Coutinho podem jogar em bom nível, mas é preciso muito mais jogadores e treinamento para que isso vire um time confiável, que lutará por algo mais que simplesmente tentar fugir da Série B. Porém, poucos técnicos são mais capacitados que Celso Roth neste tipo de situação.
Foto: Fabiano Eller parece desesperado, talvez prevendo a derrota de virada do Inter no Rio de Janeiro (Agência Lance).
Comentários
O Inter é indefensável, mas se eu sou técnico, dirigente, jogador, não perderia a chance de falar mal da arbitragem. O Héber é brincadeira.
E, porra, aquele pênalti dá um desânimo com o futebol brasileiro. O cara cai sem ser encostado e fora da área!!!
inter cagão, inter cagão...
Não pode ser.